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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Premier de Israel não vai a posse de nazista

Para o colunista do 247 Alex Solnik, "não há como dissociar do nazismo todos os admiradores da ditadura militar, como o próximo presidente brasileiro"; para ele, o anúncio feito pelo premier de Israel, Benjamin Netanyahu, de que não vem mais à posse de Jair Bolsonaro está intimamente ligado às eleições israelenses; "Bibi cancelou a ida à posse de Bolsonaro porque iria pegar muito mal em Israel celebrar a chegada de um nazista ao poder. Aí é que ele perderia a popularidade que ainda tem. Ele pode até fazer acordos com Bolsonaro, mas prestigiar a posse seria fatal", avalia; "Afinal, Israel existe para proteger os judeus de novos Hitlers e não para cevá-los", completa

Premier de Israel não vai a posse de nazista (Foto: REUTERS/Amir Cohen)
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O viés nazista da ditadura militar brasileira era evidente. Quando me conduziam na C-14 rumo ao DOI-Codi, em 1973, eu deitado no espaço entre os bancos dianteiro e traseiro, devidamente encapuçado, um dos policiais fez questão de contextualizar o que acontecia no Brasil com o que houve na Alemanha nos anos 1930.

"Hitler não completou o serviço com vocês" disse ele, já informado sobre quem eu era. Dando a entender que a ditadura brasileira deveria completar o serviço. Ou seja, dar cabo de todos os judeus, como preconizara Adolf.

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Não sei quem era esse cara. Não sei o nome de nenhum dos meus captores. Eram da arraia miúda da extrema-direita civil ou militar, mas externavam o pensamento de seus chefes mais graduados.

Não há como dissociar a ditadura militar brasileira do nazismo. Também não há como dissociar do nazismo todos os admiradores da ditadura militar, como o próximo presidente brasileiro.

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Ademais, no momento em que durante seu mandato de deputado federal ele foi caracterizado num pôster com um bigode de Hitler, declarou que não considerava ofensa compará-lo ao genocida alemão:

"Ficaria ofendido se me chamassem de gay", disse ele.

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Quem não repudia comparação ao maior assassino do século XX dá sinal de que, no mínimo, o admira.

Além de admirar explicitamente Hitler, Jair Bolsonaro também admira explicitamente o Coronel Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi, chefe daqueles policiais que me sequestraram e ameaçaram fazer comigo o que Hitler fizera a seu tempo.

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Não acredito nessa história de que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanhyau (Bibi) vem ao Brasil, mas não fica para a posse porque tem que voltar rapidinho ao seu país, onde enfrenta acusações de corrupção e quer antecipar as eleições antes que tentem prendê-lo.

Bibi cancelou a ida à posse de Bolsonaro porque iria pegar muito mal em Israel celebrar a chegada de um nazista ao poder. Aí é que ele perderia a popularidade que ainda tem. Ele pode até fazer acordos com Bolsonaro, mas prestigiar a posse seria fatal.

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Claro que é muito importante para Bibi o Brasil reconhecer que a capital de Israel é Jerusalém, mas nada é menos aceitável para os israelenses que compactuar com a serpente neonazista em ascensão no mundo, da qual Bolsonaro é uma das cabeças.

Afinal, Israel existe para proteger os judeus de novos Hitlers e não para cevá-los.

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