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Leopoldo Vieira

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O fato novo que abriu a semana foi a divulgação da pesquisa do Datafolha. Nela, o apoio popular ao Impeachment caiu. Além disso, Temer tem rejeição de 58%. Esta rejeição dele indica um ambiente de insegurança política pós-Impeachment

Brasília - O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, participa do Congresso da Fundação Ulysses Guimarães e do PMDB, em Brasília (José Cruz/Agência Brasil) (Foto: Leopoldo Vieira)
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O fato novo que abriu a semana foi a divulgação da pesquisa do Datafolha. 

Nela, o apoio popular ao Impeachment caiu. 

A queda do apoio popular ao Impeachment dá mais tranquilidade aos parlamentares para se posicionarem contra a medida, pois é um fato inesperado diante de toda a campanha midiática e judicial. 

Segundo mapa da Folha e do Estadão, é grande o número de parlamentares declarados indecisos, o que é inusitado ante a ideia de que há “a nação” contra o governo. A quantidade de indecisos pode indicar uma perspectiva de traição ou auto-preservação diante da ação dos movimentos oposicionistas. 

Contudo, para aferir a tendência predominante, deve-se perguntar por que não declarar voto contra o governo se é tão evidente a opinião da sociedade pelo Impeachment, como propaga a oposição e a mídia.

Problema é que Temer tem rejeição de 58%, aparece na pesquisa para presidente com apenas 2% mesmo sendo a alternativa imediata de poder. Esta rejeição dele indica um ambiente de insegurança política pós-Impeachment. Afinal, por que trocar 60% por 58% de rejeição?

Um líder com esta impopularidade e com seu próprio nome citado diretamente na Lava Jato não teria força para repactuar o país e, como se diz em certos meios ser um desejo de líderes políticos, estancar a operação.

Por outro lado, Lula voltou a liderar a corrida para presidente apesar de toda a publicidade negativa. A recuperação do ex-presidente Lula indica que, sim, ele pode conduzir um cenário pós-Impeachment de recuperação da estabilidade política e econômica. Derrubar um governo para polarizar, no dia seguinte, um “presidente” que começa com 58% de rejeição versus um líder da corrida presidencial, é um tanto temeroso para estabilidade. 

Com tais índices, também não haveria força para tirar Lula da vida pública. Inviabilizá-lo teria um alto custo.
Cabe registrar que, ao agendar o julgamento da posse de Lula para data posterior à votação do Impeachment, o STF bloqueou um sinal a favor do governo para superar o golpe, mas resguardou, caso homologue a posse, um fator de estabilização política caso o governo saia vencedor.

O apoio popular a Sergio Moro despencou (90% para 60%). A queda do apoio a Sergio Moro abre tendência de fragilização do apoio popular à operação, cujos abusos seriam mais factíveis combater. Nas sondagens presidenciais, o juiz de Curitiba aparece só com 8%, apesar de toda a publicidade positiva.

Sergio Moro e seus 8% de intenção de voto, casado com a queda brutal da popularidade de sua operação, não é, hoje, uma alternativa de poder. Seus percentuais indicam que, com dificuldades, o juiz poderia ser um ensaio de fiador do pós-Impeachment, mas não é isso que o golpe em curso deseja. Muito pelo contrário, seus percentuais são um elemento dissuasivo para quem imagina derrubar a presidenta para encerrar a Lava Jato.

No meio do mercado, os números do Datafolha indicam que o pós-Impeachment, pela fraqueza de Temer e a força de Lula, assim como a breve recuperação do apoio do governo a ser derrubado, não permitem mesmo projetar um cenário ideal para os investidores.
Interessante que alguns analistas deste meio, ao invés de oferecer uma avaliação consistente para quem aplica seus recursos, incentivam a especulação. Usam e abusam do wishful thinking. Basta ver a análise da Bloomberg "Protestos e Lava Jato tendem a fortalecer o Impeachment nos próximos dias" (http://www.infomoney.com.br/bloomberg/mercados/noticia/4850059/protestos-lava-jato-tendem-fortalecer-impeachment-nos-proximos-dias-diz).

Toda a expectativa se baseia em ações da Lava Jato, porém, como efeito das últimas desta, o Datafolha identificou: redução da rejeição ao governo, rejeição de 58% de Temer, despencamento da popularidade de Moro e recuperação de Lula. Já está tão claro que há manifestações contra, mas também a favor do governo.

O que o povo quer é emprego. Esta é uma bela agenda para unir o País.

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