CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Orlando Silva avatar

Orlando Silva

Líder do PCdoB na Câmara dos Deputados. Foi ministro do Esporte nos governos Lula e Dilma e vereador na cidade de São Paulo em 2013-2014

69 artigos

blog

Privacidade é direito dos brasileiros

Os brasileiros estão cada vez mais expostos ao vazamento de informações, que pode comprometer a dignidade da pessoa humana. Faz-se necessário garantir o direito à privacidade das pessoas, a efetiva proteção sobre suas informações pessoais, ao lado da observância de parâmetros para uma segura e viável utilização econômica

Os brasileiros estão cada vez mais expostos ao vazamento de informações, que pode comprometer a dignidade da pessoa humana. Faz-se necessário garantir o direito à privacidade das pessoas, a efetiva proteção sobre suas informações pessoais, ao lado da observância de parâmetros para uma segura e viável utilização econômica (Foto: Orlando Silva)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

A economia globalizada tem como necessidade básica o processamento de dados pessoais nas mais diversas cadeias produtivas. Quando não há legislação específica, essa realidade traz riscos à privacidade dos cidadãos, direito fundamental nas principais Constituições democráticas do mundo.

Os brasileiros estão cada vez mais expostos ao vazamento de informações, que pode comprometer a dignidade da pessoa humana. Faz-se necessário garantir o direito à privacidade das pessoas, a efetiva proteção sobre suas informações pessoais, ao lado da observância de parâmetros para uma segura e viável utilização econômica.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Regras claras e previsíveis sobre o uso econômico dos dados dos cidadãos são essenciais para equilibrar dois pressupostos constitucionais: o respeito à privacidade e à livre iniciativa. O Brasil precisa aprovar um marco legal soberano, mas harmônico com normas internacionais para dar segurança às pessoas e também estimular a atividade econômica por meio da atração de data centers e das gigantes ponto.com.

Essa legislação torna-se ainda mais urgente a partir de agora, depois do escândalo envolvendo a manipulação de dados de 87 milhões de usuários do Facebook, sendo 443 mil brasileiros. Além disso, no dia 25 de maio, entrou em vigência plena a normativa europeia (Regulamento Geral de Proteção de Dados – GDPR). O objetivo é dar resposta aos rápidos avanços tecnológicos e à globalização, que trouxeram níveis mais amplos de compartilhamento de informações no mundo.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Como o arcabouço jurídico europeu veda a transferência internacional de dados para países que não possuem legislação capaz de garantir a mesma proteção dada na Europa, o Brasil pode perder uma série de investimentos. Essa situação mostra o quanto os setores econômicos brasileiros baseados em tecnologia estão engessados. Se não fosse essa limitação, eles poderiam atrair grandes empresas tecnológicas de informação e comunicação europeias e ter até mesmo papel fundamental na retomada do crescimento do país.

Atualmente, pelo menos 125 países têm legislação de proteção de dados. Destes, 100 já criaram autoridades centrais para fiscalizar a aplicação das normas, seguindo orientação da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU). Na América Latina, a Argentina já tem lei específica, desde 2000, sendo o primeiro país latino-americano a ganhar certificação da União Europeia como país adequado às exigências do bloco. Uruguai, Chile, Costa Rica, Peru, Colômbia e México são outros exemplos.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Como relator da Lei Geral dos Dados Pessoais, construí um texto após amplo debate durante dois anos com os mais diversos segmentos. Proponho uma lei principiológica, com diretrizes e princípios estáveis. Consolidamos conceitos de forma precisa, como o de dado pessoal, dado sensível, dado anônimo, legítimo interesse, consentimento, segurança da informação e responsabilidades para quem violar a privacidade. A lei proposta é flexível para que se adapte às inovações tecnológicas. Incorporamos o que há de mais avançado na legislação internacional.

Instituímos como direitos dos titulares dos dados o conhecimento sobre o compartilhamento com entidades públicas e privadas, informações claras sobre o consentimento ao uso e as consequências da negativa deste, além da possibilidade de revogação do consentimento. No caso de dados sensíveis, previmos o consentimento específico e para finalidades determinadas.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Consideramos ilegal a coleta de dados de crianças abaixo de 12 anos sem expressa autorização dos responsáveis legais. Para facilitar a pesquisa e novas descobertas na área de saúde pública, autorizamos que órgãos de pesquisas utilizem as informações com a finalidade específica de pesquisas.

A aprovação do texto por unanimidade na Câmara é um feito extraordinário. É fundamental garantir que passe também no Senado e vá à sanção presidencial neste momento em que o mundo atualiza suas normas. As regras existentes, como o Marco Civil da Internet, o Código de Defesa do Consumidor e a Lei de Acesso à Informação, são dispersas e insuficientes para regular questão tão complexa.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A lei geral proposta está ancorada nos princípios fundamentais de respeito e valorização dos direitos e da dignidade da pessoa humana, que devem sempre estar salvaguardados. Ao mesmo tempo, procuramos absorver preocupações de setores econômicos. O ambiente democrático e plural de debate que permeou os trabalhos da Comissão Especial produziu uma legislação versátil, moderna e capaz de adaptar o Brasil aos desafios da era digital.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO