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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Pro vizinho do andar de baixo

Lula e Bolsonaro estão em empate técnico no Rio e SP 16/08/2022 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Estamos diante de uma probabilidade que pode transformar o país, ou seja, nossas vidas e a de nossas famílias, em algo nunca imaginado, muito menos desejado. Não se trata das velhas questões partidárias ideológicas e saudáveis da direita contra a esquerda, que estamos acostumados e até brincamos, mas de uma extrema direita fascista, reacionária, que saiu do armário e quer se impor pela violência, ignorância, intolerância; que veio para exterminar a cultura, os biomas, o ecossistema, o bem-estar social, a educação, para impor um sistema autoritário travestido de conservadorismo. 

Você sempre foi opositor às teorias da esquerda, sempre se posicionou contra os partidos desse espectro político, e isso é da democracia, faz parte da nossa história, da construção da nossa identidade. Nunca, antes de 2018, estivemos diante de tanta grosseria e falta de respeito um com o outro. Isso se deve a cooptação do senso comum à ideia de que existe um inimigo comum que deve ser combatido, eliminado, extirpado, metralhado, por esclarecer as crianças nas escolas, ser contra a censura e a favor da diversidade cultural, étnica e de gênero; contra a discriminação religiosa e de classes; que luta contra o racismo, homofobia, misoginia, por demarcação de terras indígenas, pela igualdade entre homens e mulheres. 

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Chamam de ‘comunismo’ esse inimigo que os fanáticos religiosos e os analfabetos políticos veem por toda parte. Na verdade, amigo, esse ‘inimigo’ cumprimenta você no elevador e compra pão na mesma padaria, sou eu, muito prazer. Graças a Deus somos muitos e temos uma visão realista do momento e do contexto que vivemos. Identificamos, por exemplo, que há um movimento para romper de uma vez as instituições e dar fim ao estado democrático de direito. Vamos aos fatos: caso o atual presidente se reeleja, nomeará, em 2023, mais dois ministros para o Supremo Tribunal Federal por conta da aposentadoria de dois que estão lá; como seus aliados somam maioria na Câmara e no Senado, podem dar início ao processo de impeachment de outros ministros do STF, o que daria ao presidente a oportunidade de indicar outros mais, ou seja, teria nas mãos os três poderes, o executivo, legislativo e judiciário, o início das trevas de uma ditadura.  

Devo alertar que os extremistas estão dentro das igrejas neopentecostais, como aquela que a família do seu irmão frequenta; eles defendem a famigerada pauta de costumes e o combate à corrupção, mas apoiam o governo que mais desviou verba pública, que desmanchou a Petrobras vendendo seus ativos e usa a política de preço dos combustíveis para dar mais dividendos aos acionistas. O candidato oficial estourou o teto de gastos para comprar votos de quem tem fome e está na miséria. Houve muitas ilegalidades que somente um presidente que criou o orçamento secreto para deputados e senadores gastarem em troca de apoio, pode cometer e permanecer impune. 

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Não sei se você compreende o que isso representa para o futuro do nosso país, o quanto pode vir a interferir na estrutura de sua família. Eu tenho a certeza de que não é bom, por isso deixo esse legado para minhas filhas e meus netos, para que saibam que estive aqui e que não concordei que o Brasil se transformasse em uma nação pária, pobre, triste, aculturada, persecutória, destruída pelas mãos dos fascistas e pela cumplicidade de quem votou, como talvez você faça, no segundo turno das eleições de 2022 para que isso fosse possível.  

Assim, peço que examine se é isso mesmo o que você quer. Um presidente que tem como projeto o enriquecimento de sua família, que debochou das mortes na pandemia e nada fez, não merece a sua confiança. Daqui a quatro anos tem eleição de novo, se o governo não corresponder a gente vota e tira, o que será impossível se você autorizar a barbárie. Isso aqui não é papo de convencimento, de 'vira voto', mas de estímulo à reflexão íntima, em benefício da sobrevivência coletiva.  

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P.S: A cerveja está mais barata no bar da esquina, aquele que um dia você foi embora porque eu entrei com um adesivo do Lula. 

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