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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Projeto de destruição da soberania nacional

Exposto ao sol, Bolsonaro age como fera ferida (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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A cena dantesca, similar à do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, foi vergonhosamente repetida pelo time de deputados colocado em campo pelo capital financeiro, para aprovar a reforma da Previdência. As falácias proferidas da tribuna dão conta de um Estado falido e o combate a privilégios. O Estado não faliu, mas caminha para essa condição. Ao contrário do que proferiram das tribunas, o Partido dos Trabalhadores deixou um PIB de R$ 6 trilhões e uma poupança externa de US$ 380 bilhões. A Seguridade nunca foi deficitária, mesmo porque os bancos não se interessariam por adquirir um sistema falido. Ela é superavitária em dezenas de bilhões de reais e pode ser ainda mais se, por exemplo, for suspensa a DRU. Desde 2005, o superávit de menor valor foi o de 2015, pouco mais de R$ 11 bilhões. A crueldade com os pobres, em cada discurso, era escamoteada por mentiras repetidas exaustivamente, de que a reforma era feira para melhorar a vida dos pobres. Porém, ela vai promover a miséria geral. Basta lembrar que 80% dos municípios brasileiros dependem dos pagamentos das aposentadorias e dos benefícios assistências.

O que está posto é uma proposta de governo que pretende um país absolutamente subordinado ao mercado financeiro. O governo Bolsonaro funda a Escola de Economia Terraplanista. Segundo os seus fundamentos, o País vai se desenvolver com o aprofundamento da miserabilidade. Durante um breve período, cerca 36 milhões de pessoas passaram a fazer cinco ou mais refeições por dia e o Brasil saiu do mapa da fome. Mais de cinco milhões de filhos das senzalas passaram a ocupar espaços de decisão política, não pela primeira vez, mas em números nunca vistos em nossa história. De cada três estudantes das universidades federais, dois são das classes D e E. Além dessa intromissão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva achou de defender os recursos energéticos e as empresas públicas brasileiros. Descobriu e fez produzir o pré-sal, uma reserva que pode chegar a 176 bilhões de barris de petróleo. A Lava Jato, apesar do seu potencial positivo, quebrou não apenas a indústria da engenharia civil pesada, mas colocou em risco a própria Petrobras. As revelações da agência Intercept provocaram a sociedade. Mais de 70% dela não aceitam os métodos da Força Tarefa para combater a corrupção.

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Faz parte do projeto de destruição da soberania nacional a aprovação da reforma da Previdência, que nada mais é do que a transferência da Seguridade Social para o mercado financeiro, sob o argumento de extirpar privilégios. Nesse sentido, 379 deputados aprovaram uma lei que desconstitucionaliza uma conquista civilizatória de uma das sociedades mais desiguais do mundo, uma aposentadoria minimamente digna. Antes da reforma, o valor do benefício era calculado sobre os 80% das melhores contribuições. A medida era para proteger o trabalhador das baixas contribuições do período inicial de carreira, ou de algum momento em que não pôde contribuir, devido ao desemprego. A Nova Previdência contabiliza 100% das contribuições que, devido às de menor valor, diminui a média para efeito de cálculo das aposentadorias e dos benefícios. Além disso, para receber o valor integral um salário mínimo, o trabalhador terá de contribuir por 40 anos.

Definitivamente, é difícil imaginar o que dirão a seus filhos e a seus eleitores os parlamentares que retiraram R$ 700 de quem a renda varia em torno de dois mil reais, ou mais de 70% da classe trabalhadora. A sociedade brasileira, querendo, ou não, é chamada a decidir que tipo de país ele deseja. A conjuntura está exposta. Somente os cegos não enxergam os ataques contra os interesses da classe trabalhadora e do País. A elite não vai parar até devorar tudo, enquanto não houver reação da sociedade. Somente com a ruas tomadas, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, é que este País será novamente dos brasileiros. Enquanto isso não acontecer, a elite avançará sobre todas as fontes de energia, as empresas e o direitos sociais. Com o apoio dos grandes veículos de comunicação, a serviço e de propriedade dos bancos, a Lava Jato abusou da boa vontade dos brasileiros. Venderam o que não cumpriam. Por absoluta omissão estão, até o momento, calados o Conselho Nacional do Ministério Público e o da Justiça.

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