Qual deve ser a resposta dos democratas aos atos violentos no 7 de setembro
Incapazes de formulações estratégicas mais sofisticadas, Bolsonaro e os grupos que mantêm canina e ignorante lealdade a ele tendem a agir como feras acuadas: partem para o ataque
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Incapazes de formulações estratégicas mais sofisticadas, Bolsonaro e os grupos que mantêm canina e ignorante lealdade a ele tendem a reagir ao crescente isolamento como feras acuadas
A ameaça de um tumulto armado é real, o que pode abrir a oportunidade para Bolsonaro convocar as Forças Armadas para decretar uma GLO, ou operação de Garantia da Lei e da Ordem. Essa possibilidade poderá ser maior, caso ocorram confrontos, mesmo entre manifestantes de esquerda desarmados e milicianos portanto armas.
Uma operação de GLO com grande probabilidade colocará o Brasil em um limbo institucional perigoso. Um Congresso Nacional, composto por uma maioria de parlamentares covardes e predadores sociais, seria incapaz de exercer a defesa das instituições democráticas em um cenário como este.
O QUE FAZER
Não é boa estratégia renunciar aos espaços políticos conquistados no combate ao bolsonarismo. A ocupação das ruas nas grandes manifestações ocorridas em todo o país, nos últimos meses, tem sido uma tática fundamental para virar o jogo político no país.
Desta forma será preciso ir às ruas no Sete de Setembro. Porém, também é decisivo evitar a todo custo a possibilidade de confrontos.
Primeiro, porque a guerra e a política se fazem com o cérebro e não com o fígado. Desta forma não é inteligente aceitar de mãos desarmadas o enfrentamento contra milicianos armados. Os mortos e feridos, que serão apenas do nosso lado, justificam a decretação da GLO.
Segundo, porque as manifestações democráticas tendem a ser muito maiores, o que imporá mais desmoralização e isolamento ao bolsonarismo.
E, em terceiro, as manifestações bolsonaristas, que podem resultar em cenas aterrorizantes, como a prometida invasão do STF por milicianos armados, irão chocar à maioria confusa da população brasileira, o que apressará o declínio do apoio ao presidente arruaceiro.
BOLSONARO ESTÁ DESESPERADO
O ato do bolsonarismo indica desespero. O ambiente está cada vez mais hostil ao presidente miliciano. Seu isolamento é visível, apesar das suas bravatas. Bolsonaro já percebeu que seu espaço de comando nas Forças Armadas é limitado, os generais trabalham para preservar suas linhas hierárquicas e não irão se envolver em uma aventura no estilo de 1964, pois a conjuntura internacional é outra.
As mensagens que transpiraram das reuniões entre Bolsonaro e enviados do governo Biden sugerem que houve o convite para o engajamento contra a China, porém acompanhada de uma advertência contra o questionamento das eleições.
O sentimento colhido dos generais, quando foram consultados pelos ex-presidentes, inclusive Lula, vai na direção do conselho dos enviados estadunidenses: as eleições de 2022 ocorrerão e o vencedor, seja quem for, assumirá.
A tempestade está se fechando em torno do presidente miliciano e ele sabe disso. As Forças Armadas rejeitam o golpe e ele irá perder as próximas eleições, seja para quem for.
Bolsonaro sabe que estará fora da presidência após as eleições de 2022, se não correrem antes o impeachment ou a cassação da chapa que o elegeu com Mourão – possibilidades que não são improváveis.
Incapazes de formulações estratégicas mais sofisticadas, Bolsonaro e os grupos que mantêm canina e ignorante lealdade a ele tendem a agir como feras acuadas: partem para o ataque.
O tempo está contra o bolsonarismo e a favor dos segmentos que defendem a democracia, com adjetivos ou não.
Portanto, as duas tarefas para o Sete de Outubro são ocupar as ruas e evitar o confronto com as milícias bolsonaristas, pois eles avançam cada vez mais no vazio do isolamento.
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