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Ângelo Cavalcante

Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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Quando a política perde o sentido

Não dá para esquecer dos fascistas faceiros do "Fora Dilma" a partir de 2015. Uma ampla e caótica mistureba de analfabetos e alienados políticos advindos, sobretudo, das médias classes do país, esse "estamento pit-bull", meio cão sabujo, meio coisa reptiliana que rasteja dócil e serviçal sob os pés da grande burguesia nacional para, em seguida, se elevar bravio, raivoso e irredutível contra pobres e miseráveis da pindorama.

São Paulo - Manifestação na Avenida Paulista, região central da capital, contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff (Rovena Rosa/Agência Brasil) (Foto: Ângelo Cavalcante)
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Crise política onde? Mas a direita é justamente isso aí que estamos vendo. Demorou um pouquinho mais... Mas, por fim, se mostra sem máscaras, maquiagens ou retoques. Essa sim, é a direita. Mais transparente, impossível! Os exemplos pululam feito milho de pipoca em panela quente. E como tem de ser, é barulhenta.

Já estamos na entrada do terceiro ano da sanha da direita onde suas garras são escancaradamente mostradas, caninos raivosos são revelados e o movimento de usurpação e intimidação é latente e ininterrupto.

Não dá para esquecer dos fascistas faceiros do "Fora Dilma" a partir de 2015. Uma ampla e caótica mistureba de analfabetos e alienados políticos advindos, sobretudo, das médias classes do país, esse "estamento pit-bull", meio cão sabujo, meio coisa reptiliana que rasteja dócil e serviçal sob os pés da grande burguesia nacional para, em seguida, se elevar bravio, raivoso e irredutível contra pobres e miseráveis da pindorama.

De lá para cá a política no Brasil, de fato, acabou e o clássico estado policial brasileiro, esse guardião perpétuo dos nossos piores atrasos, atinge seu máximo clímax tomando conta de todas as institucionalidades do país de modo a parir bestas e ignomínias impensáveis e que, espantoso, tomaram conta das pautas políticas, sociais e intelectuais do Brasil.

E o parto é longo! Veio "escola-sem-partido"; a portentosa cruzada neoprotestante; a maior ofensiva "anti-gay" de todo o Ocidente; um aberto recuo em todas as pautas ou projetos civilizacionais a envolver direitos básicos como trabalho, moradia, educação, proteção jurídica de pobres e trabalhadores, laicidade ou preservação minima dos já exíguos ativos ambientais do país.

Evidentemente o maior e mais longevo "inverno tropical" desde o bonapartismo militar de 1964 não cessou e tende a seguir se fortalecendo, ousando, confrontando e com a impetuosidade criminosa e prepotente que o caracteriza desde tempos imemoriais.

O chamamento do "revistão" IstoÉ desta semana onde um jornalista propõe abertamente, sem qualquer tipo de cerimônia, sem eufemismos, simbolismos, paralelismos ou figuras de retórica a morte do ex-presidente Lula, logo e, portanto, incitando o ódio em um dos mais criminais e odientos países do mundo não é qualquer coisa. É marco decisivo na história do periodismo brasileiro e, aceitemos isso ou não, mas acabamos de adentrar em nova fase da luta política brasileira.

Já antevejo, parte da esquerda, viciada nos próprios erros, lançar um patético "discurso de amor"; imagino que sua publicidade, expressa em moções, tomada de posições ou cartas abertas tenha como estofo teórico um prosaico e abobalhado discurso conciliatório de cariz social-democrata ao estilo: "enquanto eles semeiam o ódio, nós acreditamos no amor e blá-blá-blá...".

O descuido com o neonazismo brasileiro por parte da esquerda irá inviabilizar 2018; o "vistas grossas" com o maior, mais articulado e ofensivo fascismo que apetece no mundo atual, está corroendo as bases e raízes da vida nacional; essa desgraça está, tal qual uma poderosa metástase, dissolvendo o mínimo de integração social e nacional, mínimo necessário, portanto, para a condução, mesmo que porca e precária desse cotidiano injusto e assimétrico e que gerações inteiras de brasileiros tentam, a ferro, fogo e pau-de-arara, superar.

Chega! A luta política acaba de ingressar nesse momento em que as partes possíveis das esquerdas e direitas devem selar união em pleno combate ao pior. Devem, pôr em movimento, o maior programa de democratização do país. E democratização aqui é combate, confronto aberto contra o fascismo que já é, de longe, a principal força política da nação.

Não... A guerra não está perdida! Ela apenas nos impõe e, portanto, nos ingressa em novas exigências politicas, militantes e discursivas.

O reitor da UFSC, após virulenta sanha do "Partido Moro", essa nova e genial militância política da direita brasileira, incrustada no judiciário, é imolado no altar da maior onda histriônico-midiática e persecutória desde a quartelada/64. Não existem culpados. Foi apenas um "suicídio".

Dia desses, em um debate sobre os cem anos da Revolução Russa, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), fascistas invadem o evento, constrangem participantes, intimidam estudantes, desacatam expositores e... Não aconteceu nada!

A filosofa Judith Butler foi agredida em tonalidades medievais porque democraticamente, veio discutir o maior e mais articulado apanhado teórico e conceitual acerca da constituição cultural do gênero humano e que o mundo já conheceu. Butler é uma das principais intelectuais da contemporaneidade. Nada aconteceu!

A polícia nunca reprimiu com tanto ódio, violência e fatalismo movimentos notadamente sociais como os que lutam por moradia, terra e direitos sociais.

Nessa onda, não tenho dúvidas... Lula será, de fato, assassinado, mas não só ele. Outros líderes do PT, da esquerda e da esquerda acadêmia terão o mesmo fim. Não há o impossível no Brasil e o fascismo está ganhando de lavada; ainda está ganhando de lavada, vamos ver... Até quando!?!

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