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João Shang

Escritor e pesquisador do Kwenda Institute

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Quando a xenofobia e o racismo são mais aterrorizantes que a Covid-19

A Internet tornou o mundo extremamente pequeno e quase não há segredos. As notícias que aconteceram há um minuto podem se espalhar para o mundo todo em poucos minutos. E o vídeo referido, dos africanos supostamente expulsos da China, constitui um atentado às boas relações diplomáticas e econômicas entre os nossos países

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Recentemente, alguns órgãos de comunicação e redes sociais divulgaram vídeos de africanos supostamente sendo expulsos da China. Nos vídeos, os imigrantes africanos apareciam reunidos nas ruas de Sanyuanli, na cidade de Guangzhou, onde alegavam terem sido expulsos pelas autoridades locais. 

Em pouco tempo, os vídeos chegaram a receber destaque nos órgãos de comunicação social públicos e privados da África, tornando-se instrumentos de calúnia e difamação contra a China, o que contribuiu para que os casos de xenofobia contra os chineses aumentassem. 

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Como é do conhecimento público, a China conseguiu conter a disseminação doméstica do Coronavírus mediante um sistema de bloqueio de dois meses. Findo esse periodo, com as pessoas a voltando à sua rotina de trabalho normal, as autoridades acharam por bem rastrear os cidadãos nacionais e estrangeiros por meio de um sistema eletrônico, que é o chamado cartão verde, que está vinculado a aplicativos móveis como o Wechat e Alipay. Importante: todo e qualquer estrangeiro pode ter o seu cartão verde, mas para isso tem que se cadastrar nos aplicativos Wechat ou Alipay. Os aplicativos não discriminam pessoas, raça ou nacionalidade. 

O referido cartão funciona como um passaporte electrônico e um instrumento de controle sanitário, cujo uso é obrigatório, sobretudo em locais públicos, de formas a evitar eventuais contágios e registos de novos casos de Coronavirus (Covid-19). 

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Os vídeos divulgados são provenientes da cidade de Guangzhou, que é tida como um grande centro comercial e principal cidade de exportação de produtos da China. E como qualquer outro centro comercial, Guangzho atraí muitos cidadãos ilegais de varias nacionailidades.

Porém a pandemia da Covid-19 obrigou as autoridades chinesas a tomarem medidas sérias contra cidadãos ilegais que não têm permissão legal para permanecer no país. E, diante de uma possível deportação, esses imigrantes encontraram diferentes maneiras de lutar pela sua permanencia no país. Alguns estão usando as redes sociais para buscar simpatia e forçar a China a deixá-los em paz.

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Esses ilegais, inclusive, estão a usar o nome de outros africanos de bem para sujarem o nome da China pelo mundo, acusando que estão sendo expulsos ilegalmente. Outros estão a recorrer a práticas erradas para, de forma redical, ganharem alguma notoreidade e chamarem a atenção do mundo, tendo como recursso o facebook, whatssap e outras plataformas digitais. 

Por exemplo, no dia primeiro de Abril, a polícia de Guangzhou registrou o caso de um homem africano com Covid-19 que, ao se recusar a fazer o teste do vírus, espancou e mordeu uma enfermeira. O homem foi indentificado como OKONKWONWOYE CHIKA PATRICK, de nacionalidade nigériana. 

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Diante da situação, a polícia emitiu uma decisão de exigir que, depois de estar curado, o homem deverá ser obrigado a deixar a China e não voltar a entrar dentro de um período de tempo de cinco anos. 

O comportamento desses africanos ilegais tem como objectivo único acusar a China de xenefobia e racismo. A maior parte deles não respeita as leis, não possui nenum tipo de documentação, não estuda, não tem nenhum emprego formal e trabalham como guias turísticos, extorquindo dinheiro ilicitamente de comerciantes e outros viajantes. 

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E devido a sua situação irregular, essses africanos não estão cadastrados no cartão verde. E são eles que estão a espalhar os boatos por temerem ser deportados nos próximos dias pelas autoridades chinesas. 

Mas comparado a esses, existe um outro grupo de africanos decentes que trabalham, estudam e contribuem na legalidade para o engradecimento da China. Esses, sim, tiveram direito ao cartão verdade e nunca viram as portas fechadas para entrar e trabalhar na China. 

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Porem, nos últimos dois dias, muitos bons amigos de países africanos de língua portuguesa, preocupados com as relações da China e China-África, enviaram-me mensagens procurando saber o que estava aconde fato com os africanos. E a grande verdade é esta. Não há uma outra a esconder. 

Também sobre o assunto, recentemente, no dia 12 de abril, o Governo de Guangzhou realizou uma conferência de imprensa para responder as perguntas envolvendo essas questões. 

Importa referir que, depois do tenso perido do Covid-19, a economia de Guangzhou está se desenvolvendo rapidamente, com um grande número de empresas de comércio que todos os dias contribuem para que a China continue a ser um país próspero. 

De acordo com as últimas estatísticas oficiais, existem aproximadamente 30.768 estrangeiros que trabalham e vivem legalmente em Guangzhou há muitos anos. Desses, aproximadamente 4.553 cidadãos são de origem africana, sendo que uma parte deste grupo é constituida por empresários. Todos eles, legais, nunca sofrerem nenhum acto de discriminação ou racismo. São tratados com igual respeito e educação. 

A amizade entre a China e a África remonta a 1970. A China sempre atribuiu grande importância à cooperação para o desenvolvimento econômico, político e cultural com os países africanos. Não há política ou razão para expulsar os africanos que vivem e trabalham na China. No entanto, é necessário lembrar que os cidadãos de qualquer país, que trabalham e vivem em outro país, devem cumprir as leis e regulamentos locais. 

Depois que a epidemia da Covid-19 entrou em África, os sistemas de saúde de alguns países africanos foram bastante afetados. As associações, empresas e indivíduos chineses que trabalham e vivem no continente doaram dinheiro e materiais e trabalharam ativamente com o povo africano para lutar pela eliminação do vírus. E é importante que a midia social divulgue essas informações, ao inves de espalhar calúnias e difamação. 

O  vírus Covid-19 não é tão terrivel assim. É um problema que o mundo vai conseguir eliminar atraves da aposta num sistema de saúde moderno e eficaz. O grave e terrivel são o racismo e a xenefobia entre paises e pessoas. 

Portanto, em uma sociedade civilizada moderna, diante de uma Covid-19, devemos abandonar os estereótipos e trabalhar juntos para combater o vírus. 

A Internet tornou o mundo extremamente pequeno e quase não há segredos. As notícias que aconteceram há um minuto podem se espalhar para o mundo todo em poucos minutos. E o vídeo referido, dos africanos supostamente expulsos da China, constitui um atentado às boas relações diplomáticas e econômicas entre os nossos paises. 

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