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Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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Que Freud, que nada: qualquer um explica...

"Quanto mais agressivo, bizarro e espalhafatoso é o comportamento, maior o tamanho do ressentimento acumulado ao longo de anos e anos de um mais que merecido anonimato. Agora, aboletados no poder, reagem com vingança contra tudo e contra todos, em especial seus pares bem-sucedidos. Não é preciso ser Freud para entender e explicar", diz o colunista Eric Nepomuceno, do Jornalistas pela Democracia, sobre o governo Bolsonaro

O que está por trás da Medida Provisória 873 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia - Com raríssimas exceções, e que aliás são justamente as que menos aparecem, o governo de Jair Messias reúne um bando de gente com características evidentes, a começar pelo próprio: a mediocridade olímpica, absoluta, sem volta, que resulta em rancor e vingança.

Quanto mais agressivo, bizarro e espalhafatoso é o comportamento, maior o tamanho do ressentimento acumulado ao longo de anos e anos de um mais que merecido anonimato. Agora, aboletados no poder, reagem com vingança contra tudo e contra todos, em especial seus pares bem-sucedidos. Não é preciso ser Freud para entender e explicar.

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Afinal, antes de se tornarem ministros do mais desequilibrado presidente da história da República (houve sérios antecedentes, porém nenhum comparável a Jair Messias), quem eram essas figuras?

Tirando o fato de ter sido funcionário da ditadura de Augusto Pinochet e de ter conseguido um dinheirão especulando no mercado financeiro, quem era Paulo Guedes a não ser um invejoso de seus pares? Alguém conhece, especialmente no meio acadêmico, algum trabalho dele, alguma proposta, alguma análise minimamente interessante? 

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Qualquer brasileiro razoavelmente bem informado pode concordar ou discordar, no passado, de Roberto Campos e Eugênio Gudin, ou, hoje, de André Lara Resende, Armínio Fraga, Pedro Malan, Eduardo Bacha ou do veterano Delfim Netto. Sempre foram claros e explícitos na defesa de suas ideias e propostas.

Paulo Guedes? Ora, sua proposta única está em sua frase mais notável, e pelo que se vê não era piada: se dependesse só dele, até o Palácio da Alvorada seria privatizado. 

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Fora do Itamaraty, alguém – a não ser, claro, o astrólogo guru do clã presidencial – tinha ouvido falar desse esdrúxulo Ernesto Araújo? Numa carreira arduamente disputada, ele saltou de figura mais que obscura para o posto mais alto. Destroçar tudo que vinha sendo construído ao longo de décadas e décadas por gente muito, muitíssimo mais qualificada que ele, é sua vingança, sua missão de vida. E está indo muito bem: graças aos seus esforços e a Jair Messias, o país passou rapidamente de causa de sérias preocupações a alvo de deboche global.

Já Ricardo Salles, o responsável por colocar o meio-ambiente em risco mortal era, esse sim, meio conhecido, mas só em São Paulo. Foi secretário particular do então governador ultracatólico Geraldo Alckmin, e depois seu secretário de Meio-Ambiente. 

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Sua atuação nesse último cargo teve como ponto máximo algo suficiente para merecer encantar Jair Messias: além de ter entregue 25 parques estaduais para a iniciativa privada, alterou de maneira ilegal a área de proteção ambiental da Várzea do Tietê, favorecendo a iniciativa privada que, claro, arrasou o que havia pela frente. Foi condenado em primeira instância, o que só deve ter fortalecido sua imagem junto ao presidente. Uma vez instalado em Brasília, encontrou espaço para se vingar de quem dedicou décadas de vida para criar propostas destinadas a preservar o meio ambiente. 

Lá está, é claro, Damares Alves. Alguém tinha ouvido falar dessa bizarrice, pastora de uma dessas seitas evangélicas criadas para prometer o céu em troca de moedas terrestres? Foi auxiliar parlamentar de figuras do baixíssimo clero, como aquele inacreditável Magno Malta. E vira a ministra que virou: além de terrivelmente evangélica, terrivelmente absurda, terrível e irremediavelmente ridícula. Instalada no poder, seu ressentimento contra as mulheres em geral, e as de trajetória sólida e reconhecida em particular, abriu todas as portas e comportas. 

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Outra figura de um rancor olímpico é Abraham Weintraub. É preciso reconhecer, porém, seu altíssimo desempenho na função de pôr seu ressentimento atávico à serviço da vingança mais furibunda e arrasadora. Ignorado por alunos e desprezado por professores e colegas, provavelmente seu medo principal é ser expelido da poltrona antes de conseguir a vingança absoluta e final.

 Há uma mediocridade absoluta nesse mesmo grupo e que conseguiu uma proeza ímpar: continuar tão, mas tão medíocre, que não consegue nem mesmo desatar seu ressentimento e se vingar de seus pares bem-sucedidos. Atende pelo nome de Onyx Lorenzoni, e parece bem encaminhado para o mesmo fim das águas que saem dos chuveiros Lorenzetti: sumir pelo ralo.

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