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Luciana Oliveira

Jornalista de Porto Velho, Rondônia, e membro da Comissão Nacional de Blogueiros

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Quem ajudou a matar Guilherme?

Que não sejamos capazes de fingir que nos últimos dois anos, tempo em que a sociedade brasileira se desumanizou absurdamente, não imaginamos que cedo ou tarde alguém morreria tão estupidamente por ódio ideológico

Que não sejamos capazes de fingir que nos últimos dois anos, tempo em que a sociedade brasileira se desumanizou absurdamente, não imaginamos que cedo ou tarde alguém morreria tão estupidamente por ódio ideológico (Foto: Luciana Oliveira)
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Que não sejamos capazes de fingir que nos últimos dois anos, tempo em que a sociedade brasileira se desumanizou absurdamente, não imaginamos que cedo ou tarde alguém morreria tão estupidamente por ódio ideológico. 

A morte do jovem Guilherme Silva Neto não pode ser resumida à intolerância do pai à suas preferências políticas e por seu envolvimento nas ocupações de escolas.

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Não pode, porque a incapacidade de diálogo com os que se intitulam ‘conservadores’ nunca foi demonstrada por tantos e com tanta violência verbal, sem qualquer pudor.

Há pessoas envenenadas que não só professam ódio, mas incitam violência física a quem escolhe lutar em qualquer movimento de resistência ao retrocesso social imposto pelo governo golpista.

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E agem assim por estímulo de uma mídia nefasta que criminaliza movimentos sociais, que rotula como vândalo quem luta pra ter ou manter direitos.

Nas redes sociais o efeito da alienação midiática é confirmado com a proliferação de grupos de extrema-direita que defendem a força como alternativa para manter a ordem. Pudessem, mudariam o lema nacional para fascismo e progresso.

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Não há um dia sem aplauso ou apelo à barbárie nas redes sociais.

A relativização do mal alcançou todos os tipos de gente, com mais ou menos estudo e dinheiro, com ou sem religião e estrutura familiar sólida.

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Volte um, três, seis meses ou mais ao noticiário e vai lembrar das tragédias que de alguma forma ocorreram por conta da pandemia de ódio por extremismo ideológico.

Se Guilherme tivesse morrido ao participar de um ato de protesto, haveria ou não mais gente pra dizer abertamente que ele procurou?

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Esse luto foi mais sentido, porque o pai disparou os tiros, mas não finjam os preconceituosos raivosos diários que não participaram desta tragédia.

A advogada que chamou retardados os que protestaram contra a cultura do estupro, tem na consciência o sangue de Guilherme.

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O padre que sentenciou numa mensagem de whatsApp que são bandidos os camponeses que lutam por reforma agrária enfrentando latifundiários e suas milícias, também tem culpa na morte de Guilherme.

O professor universitário que xingou uma palestrante da UNB de “sapatona” e “vagabunda”, por não achar útil debater questões como o aborto e a homofobia num curso de direito, é outro péssimo exemplo de intolerância.

Como ele, também suporta o peso da culpa por estimular violência, o promotor que humilhou e ameaçou uma menor estuprada pelo próprio pai.

O jornalista de veículos de grande circulação que ridicularizou e submeteu ao achincalhamento a estudante Ana Júlia pelo discurso que fez contra a PEC 55, pode sim, ter potencializado a intolerância do pai de Guilherme.

Um dia após a morte de Guilherme, li como comentário num artigo que escrevi: “Foi pura alienação. Isso acontece com o MST, CUT, PT, PSOL, PCdoB e outras siglas e instituições que deturpam os valores da vida e do diálogo.”

Não finjamos sono tranquilo com a justificativa para a morte de Guilherme.

Não faltaram sussurros ao pé do ouvido do assassino e há outros atores envolvidos nesta tragédia familiar.

Pergunte-se como participou.

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