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Evilázio Gonzaga Alves

Jornalista, publicitário e especialista em marketing e comunicação digital

48 artigos

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Quem vai assumir o impeachment

É preciso desarmar este cenário perigoso, ou poderá ocorrer uma explosão incontrolável. Neste cenário assustador, é difícil dizer isso, mas até Mourão, a viúva da ditadura, é melhor do que Bolsonaro.

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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Ontem, 15/03, aconteceu a primeira agressão a tiros em uma manifestação da extrema direita. Uma linha vermelha foi ultrapassada e o país entra em um ambiente ainda mais confuso e nebuloso. 

Foi um episódio gravíssimo, que obteve pouquíssima visibilidade, pois acabou ofuscado pelo temor à epidemia do coronavírus e as macaquices de Bolsonaro em Brasília. 

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Infelizmente, o país já caminhava para uma situação de conflito e os sinais estavam perfeitamente visíveis. Um exemplo foram os tiros que atingiram o senador Cid Gomes, ao enfrentar um motim policial. O aumento da violência das polícias militares em todo o país, também é sintoma da doença social que aflige o Brasil. Há uma sensação de que violência está no ar, como um vapor de gasolina, e basta uma faísca para explodir o caos.   

É preciso desarmar este cenário perigoso, ou poderá ocorrer uma explosão incontrolável.

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Neste cenário assustador, é difícil dizer isso, mas até Mourão, a viúva da ditadura, é melhor do que Bolsonaro. 

O ex-capitão, expulso do exército por problemas mentais, mantém uma base sectária de reacionários, que são os 12% da população, de acordo com as pesquisas. São os bolsonaristas de raiz. O problema maior é que nesse grupo estão as milícias armadas, as polícias militares, funcionários de empresas privadas de segurança e os escalões inferiores das forças armadas. Uma estimativa considera que o bolsonarismo radical reúne mais de seis milhões de pessoas armadas. Para uma comparação, as forças armadas (exército, marinha e aeronáutica) somam 334 mil militares na ativa. 

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Ninguém sabe o grau de organicidade deste imenso exército armado, que considera Bolsonaro um "mito". Mesmo que ele controle a décima parte desse contingente através das milícias, poderá contar com uma poderosa tropa de choque, para intervir na política. Os elementos mais evidentes dessas milícias são supostamente protegidos pelo esquema Moro e há estranhas e convenientes mortes de arquivos vivos. 

Bolsonaro se movimenta para ampliar seu controle sobre a polícia federal e o MPF. Ele também conta os dias, para a aposentadoria de Celso Melo, quando poderá nomear um juiz tremendamente evangélico (mais provavelmente radicalmente bolsonarista), para o STF.

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Enquanto isso, as principais autoridades que comandam, as instituições brasileiras se mostram tíbias e covardes. A desculpa é que mesmo no ambiente tumultuado do governo Bolsonaro, as reformas neoliberais que penalizam o povo brasileiro vão sendo aprovadas. 

Porém, os donos do dinheiro nativo começam a ficar preocupados. 

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Para os mentores estadunidenses dos eventos, que desorganizaram o Brasil e terminaram por levar Bolsonaro ao poder, tudo vai melhor do que o planejado (veja “A guerra contra o Brasil”, de Jessé de Souza), pois a intenção deles é manter o país desorganizado, sob controle e enfraquecido, para viabilizar o saque de suas riquezas. 

Para os sócios nativos do colonialismo, os bilionários descendentes das famílias que vendem o país há séculos, a situação começa a ficar complicada, pois eles podem ser desalojados de sua histórica zona de poder pelas organizações criminosas, suspeitas de ligações com o bolsonarismo. 

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Significa que famílias tradicionais do país, que mantém o poder – em sociedade com o capital internacional – há mais de um século, como os Jereissati, Marinho, Safra, Ermírio de Morais, Moreira Salles e outras, podem ser desalojadas de sua posição, por outros atores que prosperaram na zona nebulosa da contravenção.

Desta forma, preocupados com os desdobramentos de um processo que não controlam (ao contrário do que ocorreu na maior parte da história brasileira) a cúpula do dinheiro no Brasil começa a esboçar os primeiros movimentos de contestação ao bolsonarismo. Entretanto, os tradicionais donos do poder atuam, como é de hábito, com um comportamento cauteloso e covarde. 

Há indicadores evidentes da mudança de humores da cúpula bilionária nativa, como o crescimento da opinião de que Paulo Guedes é um incompetente. Associada à desmoralização do posto Ipiranga, se consolida a constatação de que a economia brasileira chega a um estágio terminal.

Cabe aqui uma observação: os empresários aventureiros e despreparados intelectualmente que apoiam o bolsonarismo, como o “veio” da Havan, os donos da Riachuelo, Madero, Centauro, Localiza e outros, são “novos cristãos” no ambiente do dinheiro brasileiro. Suas fortunas não se comparam àquelas dos bilionários das famílias tradicionais, como não há convivência entre eles, devido a um imenso fosso cultural.  

Os verdadeiros donos do dinheiro e os políticos conservadores já chegaram à conclusão de que é preciso retirar Bolsonaro do poder. No entanto, com o oportunismo e a covardia que são características intrínsecas da plutocracia endinheirada brasileira, os milionários e seus prepostos na política manobram para que o PT tome a iniciativa de detonar o processo impeachment de Bolsonaro. Ou seja, se tudo der errado, quem ficará com a “broxa” na mão e “pagará o pato” serão os partidos de esquerda. 

Não há como prever o futuro, para determinar a evolução dos acontecimentos, entretanto não há dúvida de que, na conjuntura atual, o reacionário Mourão é melhor do que o suspeitíssimo Bolsonaro. O presidente miliciano controla uma base social composta por grupos reacionários, fundamentalistas, radicalizados e armados. Isso ameaça a própria existência do Brasil. 

Mourão, por seu lado, não têm base social e nem inspira sentimentos de idolatria. Assim, embora não seja um democrata, carece de poder para extinguir a democracia brasileira.

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