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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

181 artigos

blog

Racismo, ostracismo, fascismo e mentirismo

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São importantes as considerações sobre a regulação da desinformação – ou do mentirismo – para não ferir outros direitos fundamentais. No entanto, medidas rápidas precisam ser tomadas. Lembremos que a mentira elegeu o presidente, militar criminoso, que avoca para si, agora, também o papel de médico.

A indecência desse governo aí está, mas não poderíamos ter tolerado a banalidade do mal, explicitada desde antes do seu início. A maior parte da população está contra o verme, mas, defendendo-se do vírus, ainda não pôde sair integralmente às ruas. Infelizmente, o dano já está feito.

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Bolsonaro vaticinou que viriam mais ações da Polícia Federal por aí. Só não contava com a parte contra o gabinete do ódio da Presidência, mas fica a dúvida do quanto isso é ato republicano e o quanto é pantomima do circo montado. Até agora apenas os operadores das fakenews foram alvo da operação, falta chegar nos zeros à esquerda.

Um deles, o senador Flávio Bolsonaro também não segue os ditames da familícia no poder e continua a ler a Folha de S. Paulo. Da mesma forma que seu pai recentemente criticou notícia do jornal, mostrando material impresso, ele critica a entrevista/denúncia do empresário Paulo Marinho. Mais um elemento para essa pantomima criminosa de desgoverno pelo qual tragicamente atravessamos. Mesmo assim, a Folha deve ter feito um esforço hercúleo para concluir que “Bolsonaro mente”, título do editorial de 24/5, não tanto pela obviedade da questão, mas para omitir o papel tenebroso do jornal como colaborador da mentira imposta aos brasileiros desde a perseguição ao PT, o golpe de 2016 e a aceitação da corrupção de Temer e da candidatura sem projeto de Bolsonaro. ‘Ah, mas fomos sempre críticos’ e ‘somos perseguidos agora’ são as cantilenas emitidas ad nauseam. Deve funcionar para convencer os incautos, cada vez mais numerosos. O bom exemplo vem de cima, que não o governo federal. Até a Folha fez uma importante edição com mensagem crítica da capa sobre a escalada da morte pela Covid-19 e significativo fundo escuro em seu site. Estamos de luto, lutemos.

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Se após comportamentos contundentes revelados no vídeo da reunião de 22 de abril (curiosamente aniversário de Kant), com incitação à desobediência civil, nada foi ainda feito, não serão atos corriqueiros de investigação que mudarão o rumo fascista do governo. Celso de Mello acabou por ser corporativista ao ver possibilidade de crime adicional nessa reunião apenas na ameaça pontual de Weintraub ao STF e não em seus constantes ataques à Educação. Também não se importou com as demais ofensas a outros representantes do poder Executivo e Legislativo, ao ordenamento legal e jurídico e tampouco à incitação da população a se armar, explicitamente feita pelo presidente, para formar sua milícia armada. Muitos crimes revelados, mas pouco castigo advirá.

Quanto a outro crime intrínseco, o teor de melanina na pele é apenas a face visível do racismo estrutural do Brasil. A discussão tem adentrado o âmbito do jornalismo, referente aos espaços concedidos aos ou conquistados pelos negros, mas não resolveremos nosso problema secular com algumas iniciativas individuais e localizadas. Não há como apagar ou reescrever a história e, até agora, as políticas públicas de cotas e outros mecanismos estatais de reparação parecem ser as únicas formas efetivas de se atingir algum resultado. Ações tímidas, mas que estão sendo destruídas pelo governo instalado em Brasília.

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Quisera que o resgate da palavra ‘racismo’ não se desse por mais uma evidência do racismo estrutural vigente, desta vez marcado pela morte de George Floyd nos Estados Unidos. Na hemeroteca da Biblioteca Nacional a busca por ‘racismo’ nas três primeiras décadas do século passado resulta, curiosamente, em textos com ‘ostracismo’ (ost+racismo). Poderia ser o prenúncio da superação da questão e que o racismo viesse a ser um fato histórico. Mas a distopia corrente é muito mais forte do que a utopia desejada.

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