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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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Reforma contestada: e qual é o projeto alternativo da oposição? Que oposição?

"Em democracias normais, diante de questões polêmicas como a Previdência, sempre se discutem duas propostas: a oficial, do governo, e a alternativa, da oposição", diz Ricardo Kotscho, do Jornalistas pela Democracia; "Não sei se foram boicotados pelas emissoras aliadas do governo ou se não apareceram na Câmara, mas, fora a turma do PSOL, não vi ninguém da oposição se manifestar", afirma; "Se a 'Nova Previdência' do governo não presta, a oposição e as centrais sindicais precisariam pelo menos apresentar alguma proposta diferente para ser discutida pela sociedade"

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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia

A julgar pelo jogral entusiasmado do exército de comentaristas que desfilou na noite de quarta-feira na TV, em apoio à “Nova Previdência”, a pátria amada está salva.

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Nós não corremos mais o risco de virar uma Venezuela, como tão bem retrata o desenho de Benett na página 2 da Folha de hoje.

Nas redes sociais, as críticas foram generalizadas, superando largamente os que apoiaram o projeto de reforma de Paulo Guedes, que promete “reduzir a desigualdade e eliminar os privilégios”.

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Para a maioria, se a reforma for aprovada tal como está, deve acontecer exatamente o contrário.

Até aí, nenhuma surpresa, mas o que mais me chamou a atenção foi o grande ausente da pajelança na Câmara em que Jair Bolsonaro apresentou pessoalmente o projeto.

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Fora a palhaçada de meia dúzia de deputados do PSOL, que se fantasiaram de laranjas, não se ouviu um pio da oposição, ou das várias oposições em que estão divididas.

Em democracias normais, diante de questões polêmicas como a Previdência, sempre se discutem duas propostas: a oficial, do governo, e a alternativa, da oposição.

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Após os debates nas comissões, os dois vão a votação no plenário e quem tiver maioria leva.

Só que até o momento não tenho notícia de nenhum projeto alternativo apresentado pela oposição.

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Não sei se foram boicotados pelas emissoras aliadas do governo ou se não apareceram na Câmara, mas, fora a turma do PSOL, não vi ninguém da oposição se manifestar.

Que alguma reforma precisa ser feita, está todo mundo careca de saber, até eu.

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Só resta saber qual, quando e como será feita esta reforma, a que preço e quem vai pagar a conta.

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Se a “Nova Previdência” do governo não presta, a oposição e as centrais sindicais precisariam pelo menos apresentar alguma proposta diferente para ser discutida pela sociedade.

Diante da indigência do cenário político nesse início da nova legislatura, tanto do lado do governo como da oposição, sem lideranças confiáveis nem articulação política na Câmara, o mais provável é que se confirme a previsão do Gilson Lima que está na epígrafe deste texto.

Nos cálculos do próprio Paulo Guedes, o governo conta como certos nesse momento apenas 200 votos _ 108 a menos do que o mínimo necessário para a aprovação.

É nessas horas que entra em campo o Centrão, o que já aconteceu, como informa Bernardo Mello Franco em sua coluna no Globo.

O apoio da turma já tem até preço: R$ 10 milhões por cabeça de deputado em emendas, fora as nomeações de cupinchas para o segundo escalão.

Ou seja, continua tudo como dantes no quartel (epa!) de Abrantes, agora coalhado de generais.

Os líderes do centrão também já avisaram que só vão discutir o assunto depois que o governo enviar a proposta de reforma da aposentadoria dos militares, o que deve acontecer daqui a 30 dias _ depois do Carnaval, é claro.

Enquanto isso, os futuros aposentados correm o risco de ter que trabalhar no mínimo 40 anos para receber os proventos integrais e os mais pobres receberão apenas R$ 400 antes de completar 70 anos.

As grandes corporações do funcionalismo civil e militar hoje se aposentam com salários integrais, que ficam acima de R$ 20 mil na média, e com menos tempo de serviço do que os simples mortais.

Se tudo der certo, isso só vai mudar a partir de 2023, quando a reforma estará concluída, e muitos de nós não estaremos mais aqui para saber.

Quem sabe, até lá, as atuais oposições entrem num acordo e apresentem uma proposta alternativa.

Vida que segue.

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