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Jose Carlos de Assis

Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB

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Reforma da Previdência no reino da mentira e da mistificação

Guedes quer um trilhão de reais, outros falam em 1,2 trilhão. De onde virá esse dinheiro? Virá do bolso dos pobres, naturalmente. Como os pobres são milhões, mesmo o pouco que se tirará de cada um individualmente, muito para ele, acabaria somando o tal trilhão, pronto para ser entregue aos abutres do mercado financeiro

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Paulo Guedes afirma que o Brasil retomará o desenvolvimento só depois de aprovada a reforma da Previdência. Bolsonaro afirma aos caminhoneiros que a privatização das refinarias da Petrobrás possibilitará a queda do preço do diesel. Líderes parlamentares da base do governo sustentam que o Brasil vai quebrar se a reforma não passar. Rodrigo Maia manobra o Centrão em nome do interesse do país a fim de forçar a reforma. O presidente do Supremo, Dias Toffoli, propõe um pacto entre os três poderes em favor das reformas.

Essa pequena amostra de afirmações indica  que estamos no reino da mentira, do engano, da mistificação. São declarações não contestadas pela grande mídia e que fazem parte do arsenal de manipulação da sociedade com técnicas repetitivas que trazem a marca do nazismo. Vamos por parte. A reforma da Previdência, se aprovada do jeito que Guedes quer, não pode gerar desenvolvimento. Ao contrário, ela vai tirar dinheiro do consumo dos pobres para concentrar os recursos nas mãos dos especuladores financeiros, sem criar investimento e empregos.

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Guedes quer um trilhão de reais, outros falam em 1,2 trilhão. De onde virá esse dinheiro? Virá do bolso dos pobres, naturalmente. Como os pobres são milhões, mesmo o pouco que se tirará de cada um individualmente, muito para ele, acabaria somando o tal trilhão, pronto para ser entregue aos abutres do mercado financeiro. Se alguém tem dúvida de como isso funciona, veja o desempenho dos fundos geridos por Guedes. Conforme auditoria feita na Caixa, os fundos de Guedes deram golpes de milhões de reais por aplicações fraudulentas (veja a Folha).

A relação entre preços do diesel e privatização das oito refinarias da Petrobrás é exatamente o oposto do que afirmou demagogicamente Bolsonaro. Enquanto as refinarias forem da Petrobrás há uma possibilidade de estabelecimento de um regime de preços pelo custo a partir da empresa líder. Se as refinarias forem vendidas, o mercado do diesel e demais derivados será partilhado entre empresas privadas independentes, que entrarão em conluio para fixar e aumentar os preços do diesel e derivados à sua vontade, sob as bênçãos da ANP.

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A forma como a reforma da Previdência está sendo defendida pelos líderes do Governo e sócios de Rodrigo Maia é infame. Não há um único argumento à margem da patacoada geral que atribui à reforma virtudes milagrosas. É evidente que há por trás disso interesses da mídia, e por trás deles os interesses da banca internacional, seus anunciantes. O Brasil está sendo vendido por  um grupo de oportunistas com a cumplicidade de parlamentares que, ou não estão informados, ou tem má fé. De fato, a informação independente está disponível.

Não há nada mais patético, entretanto, que a conclamação pelo ministro Dias Toffoli de um pacto entre os Poderes para aprovação das reformas. Isso é tão insólito que, a despeito de aparecer na tevê, não gerou conseqüências aparentes. Por certo houve uma operação abafa que chamou o ministro às falas no sentido de evitar acrescentar mais uma nota ao besteirol típico do Governo Bolsonaro. O pacto entre os Poderes da República já existe: chama-se Constituição da República Federativa do Brasil, e ainda está valendo, não se sabe até quando!

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Em tempo: a integração Mercosul-União Européia, nos termos de Paulo Guedes, é a destruição do que resta de indústrias e empregos industriais no Brasil.

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