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Mauro Nadvorny

Mauro Nadvorny, é Perito em Veracidade e administrador do grupo Resistência Democrática Judaica". Seu site: www.mauronadvorny.com.br

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Religião, estado e pandemia

O voto pelo perdão das dívidas das Igrejas no Brasil de parte do PT e pela totalidade da bancada do PCdoB, e o colapso na gerência da pandemia em Israel, tem muito mais a ver do que parece a primeira vista. É a política mostrando suas incoerências, ou coerências, dependendo da perspectiva de quem lê. É a religião se prosmicuindo com a política

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O voto pelo perdão das dívidas das Igrejas no Brasil de parte do PT e pela totalidade da bancada do PCdoB, e o colapso na gerência da pandemia em Israel, tem muito mais a ver do que parece a primeira vista. É a política mostrando suas incoerências, ou coerências, dependendo da perspectiva de quem lê. É a religião se prosmicuindo com a política.

A nota o PCdoB, para explicar seu voto, entre outras coisas disse o seguinte: ”Para o PCdoB, a ação fiscal do Estado deve estar dirigida ao combate à fraude e ser direcionada prioritariamente aos grandes sonegadores, às pessoas físicas detentoras de grande patrimônio e não mirar ações sociais realizadas por instituições religiosas."

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Em outras palavras, o partido justifica o seu voto ao lado de todos os partidos de centro,  direita e extrema direita, com a justificativa de que não se deve cobrar imposto das igrejas, deve-se sim, cobrar dos grandes fraudadores.

Do outro lado do mundo, o governo israelense que havia se saído com mérito no combate a pandemia na primeira onda, se viu obrigado agora a impor um novo lockdown  de duas semanas no país depois de chegar a mais de 4500 infectados em um único dia desta semana.

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Como é possível tal desastre? Aqui também existe o fator religioso. O Covid-19 impera principalmente nas localidades de judeus ultra-relogiosos e nas árabes. Em ambas, o uso de máscaras, luvas e evitar aglomerações é desrespeitado a luz do dia e a noite. Casamentos com milhares de convidados, desobedecendo as normas, vem sendo uma constante nestes lugares.

O governo tentou uma solução paliativa. Criou o sistema de cores por cidades e aldeias e tentou impor um lockdown nas localidades de cor vermelha. Os partidos religiosos se rebelaram e ameaçaram deixar o governo. Por fim, aceitaram um lockdown a noite, mesmo assim desrespeitado, e que todos sabiam, uma medida inócua. 

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Com o número de novos doentes diários subindo as alturas, não teve remédio, e a única opção, antes do colapso do sistema de saúde, foi o lockdown geral. Era o que ninguém queria, é o que todos vão ter. Infelizmente, a política da sobrevivência do governo foi imperativa. Se não é possível uma quarentena somente onde é mais necessário, vamos todos entrar nela.

Por trás destes dois eventos, está a relação religião e estado. O fato é que o PCdoB sabe perfeitamente que nem todo religioso é anticomunista e que boa parte do seu eleitorado é composto de crentes. Estas pessoas precisam dos seus templos abertos e, como explicam (sic), o governo não pode cobrar impostos de locais de culto. Nem vou falar da casa do Bispo Macedo.

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Em Israel, os partidos religiosos há muito se tornaram partidos ideologicamente de direita. Seus 15 votos em média, são cruciais para a formação de um governo no sistema parlamentarista. Seu peso portanto extrapola em muito os cerca de 12,5% de representatividade que possuem. Mesmo assim, são cortejados e sabem do seu valor para literalmente chantagear o primeiro ministro com suas exigências. Por conta disso, o país inteiro vai parar durante 15 dias e terá enormes restrições nas duas semanas seguintes. 

O fato é, que quando se trata de política, a separação dela do estado, vira uma obra de ficção. O estado em ambos os países, Brasil e Israel é laico no papel, na prática o que acontece é uma submissão as necessidades de cada um. Diante da necessidade de angariar votos, ou de formar um governo, é a religião quem dá a última palavra.

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Não acredito que caiba uma discussão sobre as questões éticas e morais do que verdadeiramente acontece. Não existe uma solução democrática para isso. Onde ocorrem eleições democráticas, sempre vamos ter este problema. Uma discussão neste sentido não vai levar a lugar nenhum.

O que fica é aquela sensação de ironia no ar. No Brasil, comunistas votando junto com fascistas. Em Israel, uma coalizão formada para resolver o problema da pandemia, não podendo resolver coisa alguma, e portanto, podendo se dispersar e convocar novas eleições.

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E assim caminha a humanidade.

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