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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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República de Congonhas

"Minha primeira hipótese é que o plano original era, depois do interrogatório, embarcá-lo num voo para Curitiba", diz o colunista Alex Solnik; "E que o plano teria sido abortado quando Moro percebeu a reação popular dentro e fora do aeroporto a favor de Lula, a demonstrar que se ele não entregasse Lula ali em Congonhas mesmo de volta à liberdade as consequências seriam imprevisíveis"; segundo o jornalista, Moro não cometeu apenas o erro grosseiro da condução coercitiva; "O erro que ele cometeu foi ter colocado tropas na rua para cercar locais e levar a depoimento pessoas totalmente inofensivas, barricadas na frente do Instituto Lula protegidas por homens em uniforme de campanha, exibindo metralhadoras"

"Minha primeira hipótese é que o plano original era, depois do interrogatório, embarcá-lo num voo para Curitiba", diz o colunista Alex Solnik; "E que o plano teria sido abortado quando Moro percebeu a reação popular dentro e fora do aeroporto a favor de Lula, a demonstrar que se ele não entregasse Lula ali em Congonhas mesmo de volta à liberdade as consequências seriam imprevisíveis"; segundo o jornalista, Moro não cometeu apenas o erro grosseiro da condução coercitiva; "O erro que ele cometeu foi ter colocado tropas na rua para cercar locais e levar a depoimento pessoas totalmente inofensivas, barricadas na frente do Instituto Lula protegidas por homens em uniforme de campanha, exibindo metralhadoras" (Foto: Alex Solnik)
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O que mais me intrigou nessa operação cujo nome remete ao nazista Martin Heiddeger  (*) foi terem interrogado Lula na Polícia Federal do Aeroporto de Congonhas.

   Ninguém tinha sido levado para lá.

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   Não era a sede da PF mais próxima à casa de Lula.

   Não era um local seguro, ao contrário, podia ser facilmente invadido.

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   Minha primeira hipótese é que o plano original era, depois do interrogatório, embarcá-lo num voo para Curitiba.

   Com toda a segurança – justificativa que Moro deu para a condução coercitiva.

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   E que o plano teria sido abortado quando Moro percebeu a reação popular dentro e fora do aeroporto a favor de Lula, a demonstrar que se ele não entregasse Lula ali em Congonhas mesmo de volta à liberdade as consequências seriam imprevisíveis.

   Data vênia, Moro não cometeu apenas o erro grosseiro da condução coercitiva, já criticada pelo ministro do STF, Marco Aurelio Melo, único do Supremo a pespegar um puxão de orelha no juiz federal de Curitiba.

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   O erro que ele cometeu foi ter colocado tropas na rua para cercar locais e levar a depoimento pessoas totalmente inofensivas, barricadas na frente do Instituto Lula protegidas por homens em uniforme de campanha, exibindo metralhadoras.

   A Polícia Federal esperava encontrar resistência armada?

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   Seria para passar às pessoas a ideia de que estavam caçando pessoas perigosas?

   Mas, espera lá. Há um artigo na constituição que diz explicitamente que ninguém pode ser considerado culpado sem sentença transitada em julgado.

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   Como é que a própria Polícia Federal, autorizada por Moro, transforma em culpada uma pessoa que ainda não é?

   O erro dele foi instalar em algumas ruas de São Paulo um clima que a muitos lembrou 1964.

   O erro dele foi tomar o rumo oposto que uma investigação deve ter. O sigilo é fundamental.

   Por ter quebrado o sigilo o delegado Protógenes foi afastado da Polícia Federal e a Satiagraha foi anulada.

   Na Aletheia repórteres da Folha de S. Paulo chegaram ao prédio de Lula às cinco e meia da manhã, antes dos agentes da PF e contam isso abertamente no jornal. Como se fosse um furo.

   Isso é quebra de sigilo ou não é?

   O erro de Moro foi ter oferecido um espetáculo à imprensa com fins políticos perfeitamente definidos.

   Não sei se ainda tem alguma isenção para continuar nesse caso.

   Minha segunda hipótese para a escolha de Congonhas foi um recado.

   O recado é o seguinte: lembram-se da “República do Galeão”? Seu nome agora é “República de Congonhas”.

  

(*) A reflexão heideggeriana sobre o ser encontra-se no encalço da interpretação grega da verdade como Alétheia.


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