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Marilza De Melo Foucher

Economista e jornalista. Colabora com o Brasil 247 e outros jornais no Brasil, é colaboradora e blogueira do Mediapart em Paris

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Resistir e se articular para enfrentar a política de extermínio de Bolsonaro

Este governo que age de modo fascista vem incitando criminosamente as invasões ilegais de terras indígenas por parte de madeireiros, garimpeiros, grileiros e fazendeiros

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Os povos indígenas do Brasil mais do que nunca precisam da solidariedade nacional e internacional para sobreviver face a política destrutiva do meio ambiente e das culturas ancestrais hoje ameaçadas de extermínio. O governo Bolsonaro sistematicamente vem agredindo os povos indígenas facilitando a invasão de suas terras e assassinatos de seus líderes. Diante da crescente ameaça e dos retrocessos impostos pelo Estado Brasileiro aos povos originários do país, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) lançou a campanha “Sangue Indígena: nenhuma gota a mais”, com o objetivo de mobilizar a sociedade pelos direitos indígenas e pressionar o governo brasileiro e empresas do agronegócio a cumprirem os acordos internacionais sobre mudança do clima e direitos humanos dos quais o Brasil é signatário – como o Acordo de Paris, a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que garante consulta livre, prévia e informada, a Declaração da Organização das Nações Unidas sobre direitos dos povos indígenas, a Declaração de Nova York, entre outros.

Bolsonaro em suas falas sempre agrediu de modo racista os povos indígenas. Durante sua campanha ameaçou de acabar com as reservas indígenas. Daí, ninguém pode hoje se surpreender da ação de seu governo! As organizações indígenas vêm resistindo ao longo de séculos a muitos massacres. Nessas últimas décadas de democratização do Brasil elas alcançaram várias conquistas à custa de muita resistência e articulação. Hoje todas as conquistas estão ameaçadas pelo governo de extrema direita de Bolsonaro. Este governo que age de modo fascista vem incitando criminosamente as invasões ilegais de terras indígenas por parte de madeireiros, garimpeiros, grileiros e fazendeiros. De modo escandaloso ele vem esvaziando os órgãos ambientais como o IBAMA e o ICMBio, responsáveis pela fiscalização e execução das políticas ambientais. Desde o início de seu governo ele vem promovendo o desmonte de órgãos e fundos históricos como a FUNAI e o Fundo Amazônia. 

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A agenda de mobilização internacional pela Europa visa denunciar todas essas atrocidades e pedir ajuda dos organismos internacionais e de suas sociedades a se somar nesta luta para validar os direitos dos tratados internacionais e fazer pressão junto ao governo brasileiro, afim de evitar a exterminação dos povos originários do Brasil. A destruição do meio ambiente, dos ecossistemas da Amazônia onde se concentra a maioria dos povos indígenas significa a morte anunciada deles. Cerca de 305 tribos vivem hoje no Brasil, o que representa cerca de 900.000 pessoas, ou 0,4% da população. Existem 690 territórios indígenas que cobrem cerca de 13% da área de terra do Brasil. 98,5%, quase todos esses territórios, estão na Amazônia.

A comitiva desta viagem internacional na Europa é composta por Sônia Guajajara, Alberto Terena, Angela Kaxuyana, Célia Xakriabá, Dinaman Tuxá, Elizeu Guarani Kaiowá e Kretã Kaingang. Segundo as lideranças, eles esperam que esta viagem seja um momento de fortalecer uma campanha de diálogo, pressão, denúncia, divulgação e conscientização da sociedade europeia sobre o atual contexto vivido hoje pelos povos indígenas no Brasil. Esta realidade ameaça a sobrevivência dos povos da floresta e a vida do planeta. Eles começaram pela participação no Sínodo dos Bispos para a Amazônia, inaugurado no último dia 6 de outubro pelo Papa Francisco, no Vaticano. Nesta ocasião eles cobraram o respeito à cultura indígena e rejeitaram as “colonizações ideológicas” destrutivas ou redutoras. Na sequência, as lideranças continuarão com suas visitas em Roma, Alemanha, Suécia, Noruega, Holanda, Bélgica, França, Portugal, Reino Unido e Espanha. Estão previstos também encontros com autoridades e lideranças políticas, deputados do Parlamento Europeu e da bancada verde, alto comissionado de órgãos de cooperação internacional, empresários, tribunais internacionais, ativistas, ambientalistas e artistas.

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Os embaixadores dos Povos da Floresta do Brasil continuam realizando com êxitos sua excussão visando a conscientização sobre sua causa, na segunda 4 de novembro ela esteve no Parlamento Europeu para exigir que nenhum acordo de livre comércio com efeitos negativos sobre florestas, ecossistemas naturais e direitos humanos seja concluído pela União Européia. Para os indígenas brasileiros, o processo de adoção do acordo comercial UE-Mercosul deve ser suspenso até que a proteção da Amazônia seja garantida. Os sete líderes da Associação dos Povos Indígenas do Brasil pediram aos governos belgas que se oponham a qualquer tratado comercial com o Brasil que não levaria em conta as consequências humanas e ambientais causadas por muito importação de soja ou madeira exótica, segundo explicou Greenpeace ao jornal belga: https://www.rtbf.be/info/societe/detail_une-delegation-d-indigenes-du-bresil-recue-au-parlement-federal?id=10358132. Nesta ocasião também foi prestada uma homenagem a Paulo Paulino Guajajara, um nativo morto a tiros na sexta-feira por madeireiros ilegais que vieram cortar as árvores sem autorização.

As representações das organizações indígenas do Brasil estão realizando um trabalho fantástico na Europa que merece ser acompanhado por todos vocês. Por favor se informem e divulguem nas redes e reproduzam em seus blogs e sites de informações. Aqui na França participam o ALERTE FRANCE BRESIL, o FIBRA (Rebeca Lang é uma das articuladoras), além de outros ativistas de organizações francesas que vêm acompanhado as atividades e promovendo alguns eventos neste sentido, dentre elas Autres Brésils, Greenpeace France, Amnesty International France, Amazon Watch, Survival International, Weaving Ties, Nature Rights, Collectif Mario Pedrosa dentre autras.

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