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Rogério Maestri

Engenheiro e professor na UFRGS

60 artigos

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Resposta ao senador Aziz sobre a diferença de propagação da Covid em Manaus e no interior do estado

Temos que entender que com governantes que não entendem nada de ciência e, muito pelo contrário, desprezam-na, utilizar recursos para mobilizar excelentes pesquisadores do norte do país para estabelecer como poderiam economizar doentes, mortos e dinheiro é extremamente difícil

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O Senador Aziz, que não é epidemiologista, mas NÃO É BOBO, fez uma pergunta ao Médico Ricardo Ariel Zimeman que o mesmo se enrolou e não conseguiu responder à questão sobre porque a propagação na cidade de Manaus foi maior que no interior do estado do Amazonas mesmo tendo nessas cidades menores maiores concentrações de pessoas por aposentos. 

O dito especialista em epidemiologia se empepinou todo e atribuiu a variante P1 o número maior de óbitos, coisa que não é verdadeira. A variante P1 tem maior facilidade de transmissão, mas a letalidade é a mesma. 

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Se o “Dr. Zimerman” se fosse um epidemiologista atualizado poderia responder rapidamente à questão, porém não serviria para seu discurso negacionista, porém auxiliando o senador eu que não entendo nada de medicina, mas como engenheiro civil, mestre em recursos hídricos e que tem uma experiência melhor em estatística que o dito “Doutor”, explicarei ao senador que por observação obteve uma constatação correta. 

Para o estudo de propagação de epidemias se pode lançar mão de modelos estocásticos ou determinísticos. Modelos estocásticos ou estatísticos são modelos que geralmente partem de um conceito de homogeneidade na sua formulação, principalmente a espacial, logo nos modelos estatísticos se pegamos um grupo de 100.000 pessoas não interessa se essas 100.000 pessoas estão concentradas em uma cidade ou dispersas em 100 cidades de 1000 pessoas, porém como observou o Senador que com uma mente de engenheiro viu que os resultados são diferentes. 

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O uso de modelos estocásticos não leva em conta outros parâmetros importantes que modeladores numéricos de epidemias levam, a dispersão espacial e a velocidade com quem as pessoas se deslocam de um ponto a outro. Há diversos estudos modernos desenvolvidos nos dias de hoje ou anteriores a epidemia que levantam a influência desses fatores, como, por exemplo, Epidemiological implications of mobility betweena large urban centre and smaller satellite cities ou mais específico utilizando dados do deslocamento aéreo, que com pequenas modificações poderia ser utilizado no Estado do Amazonas, considerando os rios como rotas aéreas The Use and Reporting of Airline Passenger Data for Infectious Disease Modelling: A Systematic Review, ou bem geral sobre todos os fatores que se devem ser utilizados para análise de dispersão de epidemias Modelling the global spread of diseases: A review of current practice and capability

A utilização de todos esses parâmetros não eram utilizados há vinte ou trinta anos, pois não era possível a separação das variáveis e números muito grandes de dados, logo modelos de mobilidade assim como o Senador instintivamente entendeu a dinâmica (ele citou a mobilidade das classes mais altas como precursores da doença (viagens de avião) para posteriormente chegar nas classes sociais mais baixas na cidade de Manaus para espalhar ao longo do estado do Amazonas com a velocidade de um barco. 

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A modelação da propagação das epidemias e a sua velocidade são extremamente importantes, pois, por exemplo, no caso de Manaus, que tem um número limitado de vias de acesso poder-se-ia com bloqueios em aeroportos e um controle dos rios de acesso simplesmente a valores próximos de ZERO o número de infectados e mortos, bem diferente de São Paulo em que as entradas são múltiplas. 

Porém, temos que entender que com governantes que não entendem nada de ciência e, muito pelo contrário, desprezam-na, utilizar recursos para mobilizar excelentes pesquisadores do norte do país para estabelecer como poderiam economizar doentes, mortos e dinheiro é extremamente difícil. 

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