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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Roberto Dias, aos costumes!

Para Denise Assis, do Jornalistas peal Democracia, “Dias tentou fazer do seu depoimento um espetáculo. Conseguiu. Deu um show de cinismo”. “Fica o alerta para Ricardo Barros, um dos próximos a ser chamado”, diz

Roberto Dias em depoimento à CPI da Covid (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia 

Durante mais de oito horas, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias segurou o tom, a versão e o nervosismo. Não sabia de nada, cuidou do que era seu e fez a sua parte, foi o que tentou passar para o respeitável público. Sim, Dias tentou fazer do seu depoimento um espetáculo. Conseguiu. Deu um show de cinismo.

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No início parecia quase se divertir com as perguntas do relator Renan Calheiros, sua capacidade de “escapar” e com os comentários e apertos do presidente da Comissão, Omar Aziz. Com o passar das horas foi murchando. 

Em dado momento, depois da fala – ou seria script? - do senador Marcos Rogério (DEM-RO), sua autoestima que notoriamente murchou, foi restabelecida e reforçada ainda mais com o discurso (sem perguntas) de Fernando Bezerra (DEM-PE). Fizeram quase um jogral, na tentativa desesperada de salvar a imagem do governo, de quem Bezerra é o líder do governo no Senado. Ficava claro, com o andar do depoimento, que Dias segurava alguém que o garante. Está com a vida ganha.

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Áudios e mensagens registrados no celular do cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti, e que estão em poder da CPI da Covid-19,  porém, colocam em xeque a versão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. Ele quis convencer a todos de que estava por acaso no encontro no qual o atravessador da Davati, fala em propina.

Em 23 de fevereiro, dois dias antes do suposto pedido de propina, Dominghetti enviou um áudio a um interlocutor, Rafael, às 16h22. "Rafael, tudo bem? A compra vai acontecer, tá? Estamos na fase burocrática. Em off, pra você saber, quem vai assinar é o Dias mesmo, tá? Caiu no colo do Dias... e a gente já se falou, né? E quinta-feira a gente tem uma reunião para finalizar com o Ministério", diz Dominghetti.

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Sua insistência na versão de inocência e alheamento irritou o presidente da CPI, até que Aziz, como diriam os antigos, “subiu nas tamancas” e ordenou a sua prisão. Pediu que o depoente fosse “recolhido” pela Polícia do Senado. 

A medida, para os que não tiveram acesso ao áudio, depois exibido pela CNN, onde sua participação na negociação fica patente, pareceu naquele momento exagerada. 

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Os que assistiram à desfaçatez com que Fábio Wajngarten, ex-secretário executivo do Ministério das Comunicações se portou durante o depoimento dado à CPI, e chegou a receber voz de prisão, viram no gesto um “jogo de cena”, ou “exagero”. Como todos se lembram, Fábio depôs logo no início dos trabalhos da Comissão, quando ela ainda não gozava da confiança que hoje desfruta na sociedade. 

Ali, Omar Aziz, coberto de razão para querer deter o secretário, teria errado na mão, se insistisse em detê-lo. Hoje, porém, depois de todo o crédito conquistado pelos trabalhos e o escárnio a que assistimos, constatado no áudio exibido pela CNN, a Comissão já goza de prestígio e seriedade para recolher os testas-de-ferro que ali se apresentam, no intuito de servir de biombo para o muito de malfeito que ainda está por vir. Aos costumes, Roberto Dias. Fica o alerta para Ricardo Barros, um dos próximos a ser chamado.

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