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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Salve, Argentina. Salve Lula!

"Os argentinos hoje darão o primeiro basta continental ao ciclo de governos neoliberais que removeram a maioria dos governos progressistas da região nos últimos anos", escreve a jornalista Tereza Cruvinel. No Brasil, diz ela, é esperada a "libertação de Lula na certeza de que, livre, ele produzirá uma mudança importante no quadro político interno"

(Foto: Dir.: Stuckert)
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Os argentinos hoje darão o primeiro basta continental ao ciclo de governos neoliberais que removeram a maioria dos governos progressistas da região nos últimos anos. O ex-presidente Lula completa hoje 74 anos, será saudado com muitas mobilizações e atos públicos, como o Mutirão Lula Livre, enquanto crescem as expectativas por sua libertação, que mudará o ambiente político degradado que vivemos.

Quando as ditaduras militares assolaram a América Latina com seus horrores, foram os argentinos os primeiros a dar cabo do regime sanguinário que os massacrava desde 1976. Eles elegeram Raúl Alfonsín em 1983. O Brasil só elegeria um civil, Tancredo Neves, dois anos depois, por via indireta. Neste domingo, é praticamente certo que eles abrirão o ciclo de derrota dos governos neoliberais que passaram a dominar o continente, derrubando presidentes com “golpes blandos”, perseguições judiciais (law fare) em nome do combate à corrupção e uso criminoso das redes sociais e de fake news. 

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O presidente Maurício Macri, que com suas políticas desastradas levou os argentinos à fome, ao desemprego e ao empobrecimento, deve ser derrotado hoje pelo peronista Alberto Fernandez, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. Salve, Argentina!

Os argentinos votam olhando para a própria tragédia, mas olhando também para o Chile, onde multidões marcham contra o neoliberalismo, para o Equador, onde houve a insurgência recente, e para o vizinho Uruguai, que também vai às urnas, mas em outras condições: ali pode até haver segundo turno, havendo maior equilíbrio entre os progressista Daniel Martinez e o direitista Luiz Alberto Lacalle. Martinez é da Frente Ampla  mas está muito mais à direita de José Mujica, por exemplo. Mas com um retrocesso à direita o Uruguai não deve nos surpreender.

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Enquanto isso, um certo Brasil, ainda majoritário,  segue assistindo com passiva naturalidade (alguns até com satisfação) aos espantos e absurdos diários produzidos pelo governo Bolsonaro, às omissões, às mentiras, às mistificações.

Um outro Brasil espera pela libertação de Lula na certeza de que, livre, ele produzirá uma mudança importante no quadro político interno, dando início ao despertar que ainda nos aproximará do Chile e da Argentina, à expressão hoje reprimida de nosso repúdio ao governo de extrema direita de Bolsonaro.

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Lula hoje será saudado com atos em muitas cidades do país. Ouvirá de sua cela o Parabéns cantado pela Vigília Lula Livre. Algo não lhe chegará aos ouvidos mas ele sabe: silenciosamente, milhões de brasileiros torcem para que ele se mantenha atento e forte, até que possa andar pelo país liberando o basta que hoje milhões seguram na garganta, esperando a hora. Salve Lula.

Gratidão a Vanderley Guilherme 

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Perdemos Vanderley Guilheme dos Santos, cientista político respeitado, decano de seu ofício, lúcido e preciso em suas análises e previsões, mestre de tantas gerações, fundador do Iuperj, autor de obras referenciais.  Por anos, como colunista política, desfrutei de sua interlocução, ouvindo-o para compreender e aprender.

Tenho também para com ele também outra dívida. Logo depois que fundamos a EBC, em 2007, e me tornei sua primeira presidente, Vanderley foi convidado e nomeado pelo ex-presidente Lula para integrar o Conselho Curador da empresa,  órgão supervisor dos canais públicos e de sua programação. Foi um conselheiro crítico mas construtivo, tendo perfeita compreensão de que não se tratava ali de construir canais para o governo mas de inaugurar um sistema público de comunicação, da sociedade para a sociedade, ainda que financiado pelo Estado. Aguardemos seu livro póstumo, sobre o parto de Bolsonaro pelas urnas de 2018.

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