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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Se imitar Trump, Bolsonaro será um idiota

"Todos os líderes responsáveis do mundo repudiaram o ataque à democracia. Menos Bolsonaro. Este repetiu, feito papagaio, a mentira de que houve fraude e nem mencionou o atentado em si", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

(Foto: Reuters)
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

 que ocorreu ontem, em Washington, foi um atentado terrorista com a mesma dimensão do 11 de Setembro.

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Não foi uma tentativa de golpe de estado porque ninguém dá golpe sem planejamento – e tudo indica que nada foi planejado nesse sentido - e sem combinar com as Forças Armadas.

Ao incitar a multidão de fanáticos que o seguem a invadir o Congresso Nacional, Trump praticou um ato de terrorismo contra o próprio país. Jogou a multidão numa situação que poderia ter tido um resultado funesto. Deu uma de Jim Jones.

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Se os seguranças tivessem reagido à invasão atirando, teria havido uma carnificina. Centenas de civis, deputados e senadores poderiam ter morrido e não apenas quatro pessoas, como se deu.

A invasão, contida em quatro horas, fracassou. Horas depois os parlamentares voltaram às suas cadeiras e durante a madrugada concluíram a sessão em que confirmaram a eleição de Biden.

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O tiro saiu pela culatra.

No fim da tarde Trump pediu aos fanáticos voltarem para casa, mas ainda os elogiou e repetiu que sua derrota foi uma fraude. Não se deu conta de que havia cometido um crime contra os cidadãos que jurou proteger. E que colocou em risco a integridade física de seu vice-presidente, que presidia o Congresso naquele momento e todos os deputados e senadores, sejam democratas ou republicanos.

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As consequências para Trump serão terríveis. Na prática, seu governo acabou. O vice Mike Pence rompeu com ele esta manhã. Vários subalternos renunciaram aos cargos.

Embora ele tenha afirmado, ao final da refrega, que a transição para Biden será pacífica, há um forte movimento para retirá-lo do mandato antes dos 14 dias que restam. A 25a emenda da constituição permite retirar do poder um presidente desonesto ou incapaz.

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Trump não só está arriscado a se tornar o primeiro presidente americano a ser expelido antes de concluir o mandato; também deverá enfrentar a barra dos tribunais, julgado por sedição e preso. E banido da vida política. Nem os republicanos – com exceção do senador Ted Cruz – aprovaram a insurreição à la Brancaleone.

Todos os líderes responsáveis do mundo repudiaram o ataque à democracia. Menos Bolsonaro. Este repetiu, feito papagaio, a mentira de que houve fraude e nem mencionou o atentado em si.

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E se ele fizer o mesmo em 2022 mandando seus malucos invadirem o Congresso Nacional ou o STF ou o TSE caso perca nas urnas, perguntam-se os brasileiros.

Acho pouco inteligente repetir o que não deu certo e que acabou mal. As Forças Armadas não vão embarcar nessa canoa furada.

Bolsonaro só vai fazer o mesmo que Trump se for um idiota.

E tem mais uma coisa: ele não terá Trump no poder para apoiar o seu suposto e pretenso autogolpe.

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