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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Se não nasceu para presidente, o que Bolsonaro ainda faz no Planalto?

"O Brasil está caminhando a passos largos para um desfecho, inesperado até quatro meses atrás, para o desastre do atual governo: o impeachment de Bolsonaro ou um golpe com ele", diz o colunista Ribamar Fonseca; "Se Bolsonaro continuar no governo até o fim do ano o país terá sido destruído, sem educação, sem saúde, sem economia, sem emprego e sem soberania"

Se não nasceu para presidente, o que Bolsonaro ainda faz no Planalto? (Foto: Ueslei Marcelino - Reuters)
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O Brasil está caminhando a passos largos para um desfecho, inesperado até quatro meses atrás, para o desastre do atual governo: o impeachment de Bolsonaro ou um golpe com ele. No primeiro caso a situação não ficará muito diferente, a não ser pelo fato do governo se livrar da ingerência de um astrólogo e dos filhos do presidente. No segundo caso será muito pior, porque na condição de ditador o capitão matará primeiro a democracia, depois o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e em seguida os seus adversários, após tortura-los. Ele conseguiu deixar o país naquela situação de se ficar o bicho come e se correr o bicho pega, para desespero dos que votaram nele e o colocaram no Palácio do Planalto. E já se mostram arrependidos, sofrendo as consequências da burrada. O estrago, porém, já foi feito. Qual seria, então, a solução para essa catástrofe que está destruindo o Brasil? Há quem defenda a convocação de diretas já, mas quem faria a convocação?

O exército de milicianos virtuais de Bolsonaro já partiu para o ataque nas redes sociais, numa tentativa para neutralizar as manifestações estudantis do último dia 15 contra o corte de recursos na Educação e fortalecer o governo, convocando seus eleitores para uma manifestação de apoio ao capitão no próximo domingo. O problema é que a convocação, que desta vez não tem o apoio do MBL (Movimento dos Bobalhões Livres) – mas poderá levar às ruas os mesmos amarelinhos que rebolaram e bateram panelas em 2013, tangidos como gado - está estimulando o ódio contra o Congresso e a Suprema Corte, com postagens sobre os altos salários dos parlamentares e dos ministros do STF, numa clara insinuação sobre a necessidade de fechá-los. Uma delas faz, entre outros apelos: "Ou você vai à manifestação ou a corrupção volta". Por acaso Bolsonaro acabou com a corrupção? Quando? A ideia de golpe parece bem visível, pretendendo convencer os trouxas de que ele, o Messias, só ainda não fez nada porque o Congresso e o Supremo não deixam, sendo por isso necessário o seu fechamento.

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Bolsonaro, ao que parece, quer o confronto, convencido talvez de que ainda tem a mesma popularidade que o levou ao poder, sem preocupar-se com o risco de conflitos de alto poder explosivo. Como ele conhece o seu gado, provavelmente acredita que os seus seguidores irão às ruas para apoiá-lo, indiferentes aos prejuízos aos trabalhadores previstos na reforma da Previdência, do aumento da gasolina e do gás de cozinha, do corte nos recursos da Educação, do aumento do desemprego, do incentivo à violência com o decreto das armas, etc. Na verdade, aparentemente o fanatismo dos bolsonaristas é tão grande que eles não enxergam as ações deletérias do capitão, porque não querem ver ou porque são toupeiras mesmo, o que surpreendentemente ainda lhe garante um índice de aprovação surreal nas pesquisas. Pelo visto, o massacre das fake News, disparadas pelo seu exército virtual, conseguiu fazer uma verdadeira lavagem cerebral na parcela do eleitorado que o idolatra e que só tomará consciência da grave situação do país quando começar a sentir na pele os efeitos dolorosos das suas medidas.

Já se sabe que ele pretende gastar mais de R$ 30 milhões na propaganda da reforma da Previdência, contrariando seu discurso de falta de recursos. Uma publicidade sem sentido, porque a reforma será votada pelos parlamentares, não pelo povão. Certamente deverão repetir as mentiras, como um mantra, sobre as excelências da reforma, mentiras que foram recentemente desmascaradas pela deputada Jandira Feghali, do Rio, durante a exposição que o ministro Paulo Guedes fez na Câmara dos Deputados. Ela simplesmente desmontou todos os argumentos mentirosos do ministro, demonstrando que o verdadeiro objetivo dessa reforma é privatizar a Previdência para aumentar os lucros dos bancos. Percebe-se, sem muita dificuldade, que a grande maioria das pessoas que defendem essa reforma não leram o texto da proposta, não conhecem nada, apenas repetindo o que diz o governo. A grande mídia embarcou na mesma onda, mentindo e omitindo informações sobre a proposta. Bolsonaro, que já busca se reaproximar da Globo, certamente aposta na desinformação para alcançar seus objetivos.

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O fato é que o capitão parece disposto a partir para o tudo ou nada, radicalizando o confronto com os opositores e criando um clima propício a um golpe, já que é visível o seu desmoronamento. Aparentemente, porém, essa solução não teria o apoio dos militares, sobretudo daqueles esculhambados pelo astrólogo e pelos seus filhos. Rumores dizem que, sentindo o terreno fugir de debaixo dos seus pés, ele já teria cogitado da renúncia, mas essa informação não parece ter fundamento, porque ele continua agarrado ao cargo com unhas e dentes. Então, pergunta-se: se ele já disse que não nasceu para Presidente e nem entende nada de economia, o que diabo ainda está fazendo no Palácio do Planalto? De uma coisa, porém, quase ninguém tem dúvidas: se Bolsonaro continuar no governo até o fim do ano o país terá sido destruído, sem educação, sem saúde, sem economia, sem emprego e sem soberania. O Brasil então, destruído, voltará a ser colônia dos Estados Unidos, governado de longe por Donald Trump. O capitão, terá, assim, completado a obra iniciada com o golpe que destituiu a presidenta Dilma Roussef e continuada pelo governo Temer e a prisão de Lula. Pobre Brasil!

 

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