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Jeferson Miola

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Sem projeto a favor do Brasil, oligarquias só têm plano anti-Lula

"Esta lúmpen-burguesia que em 2016 golpeou Dilma e que em 2018 prendeu Lula na maior farsa judicial do mundo para conseguir eleger Bolsonaro, não tem um projeto a favor do Brasil e do povo brasileiro", escreve o colunista Jeferson Miola

Lula (Foto: Reprodução/Youtube)
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Por Jeferson Miola 

O banqueiro Roberto Setúbal apela para o otimismo. “Temos de acreditar na terceira via” [17/10], proclama o copresidente do Conselho de Administração do Itaú-Unibanco, instituição que em 2020 obteve lucro líquido de R$ 18,5 bilhões e que no 1º semestre de 2021 já lucrou R$ 12,9 bilhões – cifra 59,4% superior ao lucro obtido no mesmo período do ano passado.

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O jornalista Matheus Leitão injeta otimismo: “pesquisa traz boa notícia para a 3ª via” [16/10], escreve ele na revista Veja, explicando que o levantamento “Genial/Quaest traz um número interessante para os grupos do nem/nem – nem Jair Bolsonaro, nem Lula”: subiu de 24% para 29%.

A busca do bloco dominante pela mal apelidada “3ª via” – na verdade, por uma candidatura anti-Lula viável [aqui] – não deriva de nenhuma contradição de fundo das oligarquias com o programa executado pelo governo Bolsonaro. O problema, como se sabe, é simplesmente de cálculo eleitoral.

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Caso vislumbrasse a possibilidade de derrotar Lula com Bolsonaro, essa lúmpen-burguesia não estaria inventando a chamada 3ª via, pois já teria embarcado na campanha para a reeleição do sociopata-genocida, tal como fez em 2018 naquela que ficou celebrizada como “uma escolha muito difícil” entre o professor e a Aberração fascista.

Setores majoritários do PIB e da direita tradicional são categóricos em rechaçar Lula, porém nunca descartam o voto em Bolsonaro. O que está em jogo, para eles, é a continuidade da devastação ultraliberal.

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Os retrocessos proporcionados por Bolsonaro criaram condições impressionantes de saqueio, roubo dos fundos públicos e concentração de riqueza. Na pandemia, o Itaú e o rentismo nacional e estrangeiro acumularam lucros indecentes. E um par de ricaços passou a figurar na lista de bilionários da revista Forbes, ao passo que 120 milhões de pessoas desesperadas passaram a viver em situação de insegurança alimentar.

As oligarquias não se compadecem com o morticínio de 600 mil brasileiros e brasileiras, mesmo sabendo que pelo menos 400 mil vidas poderiam ter sido preservadas não fosse a gestão governamental criminosa da pandemia. Também não se compadecem com 20 milhões de pessoas passando fome e 15 milhões de trabalhadores desempregados.

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A ameaça fascista-autoritária tampouco sensibiliza os poderosos, que não têm o menor apreço pela democracia porque apenas almejam continuar acumulando cada vez mais, a despeito da barbárie à volta. O banqueiro do Itaú defende, por exemplo, mais “uma reforma trabalhista que aumente a produtividade”. O que significa isso, depois da destruição completa da CLT e da “uberização” das relações de trabalho? Por acaso planejam um regime mais escravocrata?

Esta lúmpen-burguesia que em 2016 golpeou Dilma e que em 2018 prendeu Lula na maior farsa judicial do mundo para conseguir eleger Bolsonaro, não tem um projeto a favor do Brasil e do povo brasileiro. Só tem o plano anti-Lula.

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Como expôs o ministro das offshores Paulo Guedes em evento da Câmara de Comércio Internacional [27/9], o plano anti-Lula dos capitais é bastante ambicioso e representa o sequestro do presente e do futuro do país.

O plano para os próximos 10 anos, explica Guedes, é “continuar com as privatizações. Petrobras, BB, todo mundo entrando na fila”. O desmanche ainda inclui a contrarreforma administrativa que reforça o poder das castas que capturam o Estado e golpeiam a democracia e a destruição final da previdência social com a adoção do mesmo regime de capitalização financeira que faz do Chile o país com maior número de suicídios de idosos do mundo.

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O Brasil talvez seja o único país do mundo que promoveu um processo de reestruturação capitalista em plena pandemia. Uma reestruturação baseada na precarização do trabalho e na desproteção radical dos trabalhadores, com o propósito de aumentar a exploração e a taxa de lucro dos capitais.

O bloco dominante, insaciável no apetite de uma acumulação expansiva e eterna de capital, quer ainda mais. E não importa se, para isso, precisa lançar mão da barbárie fascista.

Lula é o “estraga-festa” do banquete das oligarquias servido às custas da hecatombe humana; é o grande obstáculo à continuidade deste plano anti-civilizatório, anti-povo e anti-soberania que unifica os interesses de todas as frações das classes dominantes.

Não por outra razão as escórias oligárquicas fazem ordem unida na tentativa desesperada de viabilizar uma alternativa anti-Lula. Em caso de fracasso na empreitada, não hesitarão em partir para a ruptura institucional para continuarem e aprofundarem o brutal processo de devastação do país.

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