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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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Senão a reeleição, em 2022, o caos

Em plena pandemia da Covid-19 e com projeções de queda de 10% no Produto Interno Bruto (PIB) e 20 milhões de desempregados formais, além dos cerca de 40 milhões que sobrevivem na informalidade, em 2020, fustigar a democracia parece, ao presidente, a única saída para tentar se manter no poder

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Publicado originalmente no Pensar Piauí

O desespero do presidente Jair Bolsonaro, por tudo que tem feito, especialmente no decorrer da crise do novo coronavírus, reflete sua percepção de que o próprio projeto de poder, que incluía sua reeleição, em 2022, está inviabilizado ou se inviabilizando. O apoio ou popularidade que ele detém, em torno de 30% – e caindo –, não seria suficiente para garanti-lo como inquilino do Palácio do Planalto por mais quatro anos, e ele sabe disso, como também intui que corre o risco de não terminar o ano no cargo que ocupa. O rei está nu. O mito acabou.

As manifestações antidemocráticas e inconstitucionais que têm participado, tentando atrelá-las às Forças Armadas, são demonstrações de que, encurralado pelas circunstâncias, sem perspectivas de manter seu “reinado” obscuro por muito tempo, o presidente tenta salvar sua pele e a de seus filhos. A tática escolhida foi “fabricar” os tais atos, tentando arregimentar o maior número possível de apoiadores nas vias públicas, através de uma superestrutura de fake news e conteúdos ilegais, cujo fluxo alcança milhões de pessoas, pelas redes sociais.

O objetivo, além de encenar um apoio popular artificial, é intimidar as instituições, opositores e imprensa, perplexos não só com os acontecimentos, mas com as bravatas, agressões verbais contra jornalistas, ameaças e aparentes mentiras de Bolsonaro, que disse contar com o apoio das Forças Armadas. Jair se referia ao ato concluído em frente ao Palácio do Planalto, no domingo (03-5), quando um grupo de “apoiadores” – ou criminosos? – pediu intervenção militar, com ele no poder, o fechamento do Congresso, Supremo, etc.

Mito mitômano

Mitômano, o “mito” teria mentido mais uma vez ao vincular um suposto apoio dos militares aos atos e ao seu discurso de ameaça ao Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF), no qual ele dizia, do alto da rampa do Palácio do Planalto, que “não tem mais conversa”. Terminou sendo desmentido, em nota, pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, reafirmando que as Forças Armadas são instituições de estado e “estarão sempre ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade”. Vejamos.

Portanto, segundo a nota do ministro, que por sinal é general do Exército e já apontado como um dos próximos a cair, é improvável que o presidente consiga usar os milicos para atropelar STF e Congresso, governando ao sabor de seus desígnios, inclusive de aparelhar a Polícia Federal (PF) e todo o estado. Foi o que sustentou o depoimento do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, revelado nesta terça-feira (05-5), no qual aponta que Bolsonaro pretendia interferir politicamente na PF, mirando especialmente a respectiva superintendência do Rio.

Em plena pandemia da Covid-19 e com projeções de queda de 10% no Produto Interno Bruto (PIB) e 20 milhões de desempregados formais, além dos cerca de 40 milhões que sobrevivem na informalidade, em 2020, fustigar a democracia parece, ao presidente, a única saída para tentar se manter no poder. Porém, se assemelha mais à ofensiva kamikaze, onde o sujeito vê que a tão sonhada vitória, nas eleições de 2022, se tornou, senão impossível, praticamente inviável, e agora tenta arrastar consigo o País em direção ao caos.

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