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Ângelo Cavalcante

Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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Senta a pua!

A política brasileira não é mais política! Acaba de entrar no 'vai-ou-racha' eleitoral de maior perigo de toda a nossa história e, como muito bem lembrado por Dilma Roussef, é preciso evitar um banho de sangue

A política brasileira não é mais política! Acaba de entrar no 'vai-ou-racha' eleitoral de maior perigo de toda a nossa história e, como muito bem lembrado por Dilma Roussef, é preciso evitar um banho de sangue (Foto: Ângelo Cavalcante)
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Ódio expressa desespero; não pode haver 'ódio pelo ódio'; como tudo o que existe, o ódio, e seja ele qual for, possui história, uma genealogia e que vai se fazendo, se compondo; às vezes no silêncio, em outras, entre gritos e formas múltiplas de expressão.

O tempo, o 'senhor das coisas' trata de temperar, azeitar, de tornar aquele compacto de sentimentalidades não resolvidas em algo bem maior do que o infeliz que o carrega; é uma fera internalizada e que, louca para sair da cela interior e subjetiva em que está encarcerada, lança sinais todo o tempo! E o 'pobre diabo' que suporta ou tenta suportar o fardo do ódio no juízo, nos interiores do seu ser sofre muito e bastante; padece calado, em dores ou mergulhado em vícios e formas outras de solidão. E a fera ruge, urra, esturra e quer romper suas grades e tragicamente, vez por outra, consegue.

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Ontem, ainda ontem, no 27 de março de 2018, a Caravana da Cidadania conduzida pelo ex-presidente Lula e com a participação da ex-presidente Dilma, deposta por infame golpe de Estado, fora de maneira vil e covarde atacada no Paraná. Um clima tenso e de muita preocupação tomou conta do bom senso político nacional.

Milicias da ultra-direita tramaram, premeditaram toda a arquitetura deste atentado; calcularam espaços, tempos, velocidades e possibilidades; lançaram dezenas de objetos perfurantes sob os pneus dos ônibus para que assim, as pessoas que acompanhavam o ex-presidente se tornassem alvos fáceis e possíveis. Conseguem imaginar o que poderia ter acontecido se Lula houvesse decidido descer ali para verificar o que se passava? E se Dilma o acompanhasse nesta descida?

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A política brasileira não é mais política! Acaba de entrar no 'vai-ou-racha' eleitoral de maior perigo de toda a nossa história e, como muito bem lembrado por Dilma Roussef, é preciso evitar um banho de sangue.

Ex-presidentes, de direita ou de esquerda, e isso não faz a menor diferença, são patrimônios, institutos vivos da política brasileira; são, é claro, pessoas mas, pelo cargo que ocuparam, pelos segredos e estratégias nacionais e que, por dever de ofício, passaram a ter acesso representam marcos, instantes e momentos fundamentais de um tempo político e, que por inteligência de governo e de país, devem ser protegidos pelo Estado brasileiro; não por acaso, é dever constitucional que o presidente plantonista garanta cuidado e resguardo aos ex-presidentes.

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E não me canso de me assustar e me indignar porque é espantoso o tamanho do despeito da direita brasileira! A indiferença do governo Temer por intermédio do seu ministro da segurança, Raul Jungmann é o 'mobile' justificador da emboscada que tinha por objetivo sim, matar Lula.

Vou reforçar o que tento dizer! As hordas fascistas que cometeram esse crime contra o país não queriam 'dar um susto'; não almejaram 'meter medo' nos petistas; 'espantar' Lula e sua caravana do agrícola Paraná; muito menos tentaram 'homenagear' Bolsonaro e sua camorra sulista. Não mesmo! A intenção era assassinar Lula e quem estivesse, é claro, na frente!

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Agora estamos, todos os que acompanham a política nacional, mastigando as pontas dos dedos com o encerramento desta bendita caravana. Líderes da direita já deram seu recado; o fleumático e medieval Geraldo Alckmin (PSDB) saiu com seu punitivismo ressentido afirmando que 'o PT colhe o que planta'.

Vou ao 'cogito': já pensou se a lógica do planta/colhe funcionasse ao menos com o PSDB de São Paulo? Tanta grana roubada nas intermináveis obras do Rodoanel; desabamento de estações de metrô; superfaturamento na compra de trens; roubo de merenda de crianças pobres; fechamento de escolas para a entrega de suas áreas às imobiliárias; Paulo Pretto o 'money man' dos tucanos; Serra o 'ladrão-mor' do PSDB, centro, solo e vértice do integralmente científico "Privataria Tucana" do premiado jornalista Amaury Ribeiro Júnior; paraísos fiscais et al.

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O 'herdeiro do sigma' Jair Bolsonaro, no 'filo' de roedores e parasitas, aproveitou para afiar seu ranço nazista culpando Lula e participantes pelo crime perpetrado exata e precisamente pela turma dele; por sinal, Bolso narrou, legislou em causa absolutamente própria.

Bobagem do PT clamar para que o pior da direita dê algum valor às atividades políticas, afinal, não é fundamental que políticos 'causem' em eventos e participações? Não é de político e da política ir ao encontro do povo? Discutir, debater, propor, mobilizar? Ou não?

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Como canta Raulzito: "a serpente está na terra" e o passo seguinte, para mim e para todos os homens e mulheres que querem futuro para esse país, é organizar as esquerdas na frente antifascista de maior impacto e energia desde a década de quarenta do século passado; o negócio agora é 'botar a boca no trombone'; 'o bloco na rua' e produzir consciência, sensibilidade, debate e movimento.

Aliás, é bom lembrar dos nossos bons e bravos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e que nos manda 'papo reto': "senta a pua!". Nada mais - NADA! - pode ser feito até acharmos a cabeça da víbora e, é claro, arrancá-la!

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