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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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Será que Bolsonaro vai trair Trump numa suruba comunista?

"Trump irá mesmo permtir que o capitão Jair se desgarre? Para ficarmos no universo das metáforas bolsonaristas, ele vai aceitar 'diboas levar um chifre de Bolsonaro? E justamente com Xi Jinping e Vladimir Putin, seus dois principais inimigos estratégicos?", questiona Leonardo Attuch, editor do 247

(Foto: Reuters)
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Todas as metáforas de Jair Bolsonaro frequentam o universo semântico do amor hétero. O capitão já namorou Rodrigo Maia, já casou para sempre com o Posto Ipiranga Paulo Guedes, já casou errado com o vice Hamilton Mourão e também já fez juras eternas de fidelidade ao ídolo Donald Trump. Só que, ontem, na cúpula dos BRICs, ele parece ter ido para a cama com Xi Xinping e Vladimir Putin, numa autêntica "suruba comunista". Esquizofrenia típica de um governo em que um candidato a vice autointitulado "príncipe" pode ter sido descartado por rumores de ter participado de uma suruba gay.

Descobrimos hoje, pelo relato das jornalistas Patrícia Campos Melo e Talita Fernandes, que Bolsonaro pediu desculpas aos chineses pelo que disse durante a campanha presidencial, como, por exemplo, que a China estaria "comprando o Brasil" – o que não deixa de ser parcialmente verdadeiro. Como demonstrou o recente leilão do pré-sal, se não fossem duas estatais chineses, apenas a Petrobrás teria participado do certame. Desde que voltou da China, ao que tudo indica, Bolsonaro parece disposto a convidar os chineses para o feirão em que transformou o país. Em outra reportagem de hoje, de Julio Wiziack, também ficamos sabendo que o governo de Xi Xinping pretende alocar US$ 100 bilhões em fundos para investimentos no Brasil.

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Os russos não têm o mesmo poder de fogo dos chineses. Ainda assim, numa reunião bilateral em Brasília, Vladimir Putin prometeu acelerar o fim dos embargos à carne brasileira e também demonstrou interesse em participar da conclusão da usina nuclear de Angra 3 – uma obra que foi paralisada em razão da Lava Jato, operação que contou com o auxílio explícito do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Eis então que chegamos ao paradoxo dos paradoxos. Sendo verdadeira a premissa de que a Lava Jato foi parte de uma intervenção estadunidense na América Latina, com o propósito claro de atignir governos progressistas e soberanistas, teremos uma situação em que os Estados Unidos disparam as bombas, mas não comandam sozinhos o processo de reconstrução ou recolonização do território ocupado. Caso se confirme o pragmatismo demonstrado na cúpula dos BRICs, chineses e russos também participarão da "suruba", ainda que a China se declare um país comunista, com economia regida pelo socialismo de mercado, e a Rússia tenha claramente um capitalismo de estado.

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A questão ainda pendente é a reação dos Estados Unidos. Logo depois da posse de Jair Bolsonaro, o astrólogo da Virgínia Olavo de Carvalho estrilou quando um grupo de deputados do PSL decidiu viajar para a China. Paralelamente, Steve Bannon, o Goebbels do neofasicsmo global, já declarou que o Brasil é o território decisivo da batalha entre Estados Unidos e China pela hegemonia global no século 21. No momento atual, Donald Trump vive seu pior momento e está ameaçado por um processo de impeachment. Mas será que ele irá mesmo permtir que o capitão Jair se desgarre? Para ficarmos no universo das metáforas bolsonaristas, Trump vai aceitar "diboas" levar um chifre de Bolsonaro? E justamente com Xi Jinping e Vladimir Putin, seus dois principais inimigos estratégicos? Aguardemos os próximos capítulos da suruba.


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