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Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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Moro se transformou numa espécie de patrono protetor de miliciano

"Agora mesmo, no motim da polícia militar do Ceará, ele deixou claro que não é capanga, é outra coisa. Mostrou que, de maneira elaborada e discreta, se transformou numa espécie de patrono protetor de miliciano", escreve o jornalista Eric Nepomuceno

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Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia - Que as relações de Sergio Moro com o idioma português sempre foram péssimas era algo mais que sabido e comprovado.

Da mesma forma, há anos ficou claro que as relações dele com as noções mais básicas do Direito e da Justiça têm a consistência de uma gota de orvalho. Como juiz, foi parcial e manipulador, diante da omissão cúmplice das mais altas instâncias. 

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Em qualquer país do mundo, a começar por aquele ao qual ele mais dedica devoção, os Estados Unidos, um juizeco provinciano que gravasse ilegalmente uma conversa entre o atual e o ex-presidente e em seguida repassasse o conteúdo para uma rede de televisão seria catapultado e preso. Aqui, nada de nada. E essa foi apenas uma de tantas aberrações cometidas.

Quanto à sua decência e integridade, basta lembrar que, enquanto juiz, ele prendeu um candidato para favorecer outro. E, vale destacar, sendo juiz, aceitou ser ministro da Justiça do favorecido em caso de vitória. 

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Portanto, nenhuma surpresa com sua conduta de agora, como ministro da Justiça: dia sim e o outro também, Moro não cansa de deixar claro a quem serve, e que certamente não é à Constituição e à Justiça. 

Ele é um servidor especialíssimo de Jair Messias e seus asseclas. 

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E aí sim, se vislumbra uma surpresa. E o que pode surpreender é até que ponto ele é capaz de chegar com tal de compartilhar os planos cada vez mais assustadores do presidente. 

Quando foi chamado de ‘capanga de miliciano’, Sergio Moro mostrou ares de indignação. 

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Pensando bem, uma indignação justa: agora mesmo, no motim da polícia militar do Ceará, ele deixou claro que não é capanga, é outra coisa. Mostrou que, de maneira elaborada e discreta, se transformou numa espécie de patrono protetor de miliciano. 

Mais para deixar clara sua posição do que por descuido, Moro relembrou que greve de policial é ilegal, mas que nem por isso policial deve ser tratado como criminoso.

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Ora: quem comete algo ilegal não está cometendo crime? O que os amotinados da polícia militar fizeram diante do silêncio cúmplice de Jair Messias e do aplauso de alguns de seus asseclas pode ser considerado normal? Mais de trinta assassinatos por dia e vem Moro dizer que a situação estava sob controle?

Então, essa é a posição do ministro: ele se opõe de maneira distante e formal a um motim, mas não condena os amotinados.

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Há mais demonstrações palpáveis do seu modo de agir. Por exemplo: Lei de Segurança Nacional contra Lula e os garotos funkeiros de quem o país jamais tinha ouvido falar, silêncio divino sobre Fabricio Queirós e o arquivo queimado Adriano da Nóbrega. 

Pois bem: a esta altura, há evidentes indícios que um dos principais desvarios de Jair Messias é conseguir impor aquilo que um de seus filhos hidrófobos, o deputado Eduardo, anunciou: uma espécie matizada de AI-5. 

Sergio Moro é mais inteligente e atilado que Jair Messias (pensando bem, quem não é?). É tão ambicioso como seu chefe, mas age com mais discrição. Tem a mesma convicção, porém de forma discreta (de novo, qualquer um é mais discreto que Jair Messias).

Por isso mesmo – por seus dotes de manipulador, por seu descuido brutal tanto com o Direito e a Justiça como com a própria democracia, por sua parcialidade – ele é a figura mais perigosa desse governo aberrante. 

Continua, porém, sendo incensado pelos meios hegemônicos de comunicação. E, quando não é incensado, é tratado com extrema complacência. 

Será, quase tanto ou até mais, como os militares que cercam Jair Messias, figura essencial num eventual endurecimento do regime. 

Muito mais do que Jair Messias ou o desbocado e empijamado Augusto Heleno, é a figura mais temível deste país.

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