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Marconi Moura de Lima

Professor, escritor. Graduado em Letras pela Universidade de Brasília (UnB) e Pós-graduado em Direito Público pela Faculdade de Direito Prof. Damásio de Jesus. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Leciona no curso de Agroecologia na Universidade Estadual de Goiás (UEG), e teima discutir questões de um novo arranjo civilizatório brasileiro.

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Sérgio Moro e Eduardo Cunha: o que têm em comum?

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Bom! Eu poderia dizer logo de entrada que é a patologia ao crime. Os dois são doentes pelo errado. Encanta-se em cometer atrocidades. Porém, não! Não é desse assunto que desejo falar, mas de política.  

Política é um exercício. No clichê “da geral”, o exercício da democracia. Política é ciência, é matemática, é lógica, é filosofia, é arte. Política é negociação. É a governança da polis. Política é estética, é ética (e não-ética), é tudo! Contudo, política não é para amadores. Política é xadrez em que o jogador tem diante de si dois tabuleiros e jogadas simultâneas perante o adversário. E todos são adversários, mesmo que aliados. É necessário que se compreenda isso, ou não se compreendo o arranjo civilizatório montado por trás das cortinas, nos bastidores, nos porões dos palácios e parlatórios, sucumbir-se-á na galeria da História.

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Política é a estrutura, a infraestrutura, a superestrutura. Política é a colisão das ideologias, as culturas, os interesses em choque e convergência. Política é o Sistema. E o Sistema é bruto!

Pois bem! Sempre ouvimos falar que “quem mexe como política se lambuza”, e ou ainda: “uma vez picado pelo ‘mosquito da política’ não larga mais” disso. Mas existe uma regra, uma espécie de código de honra “do clubinho”: não mexe com o meu, que não mexo com o teu. Tem espaço para todo mundo, entretanto, a ganância e a vaidade são elementos que se doutrinam no arranjo sistêmico. Ou isso, ou a morte!

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O que Sérgio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha têm em comum? O afã do poder, a soberba, o ethos viciado na autoridade arcaica. A sede insaciável. A pressa que atropela mesmo os seus próximos.

Eduardo Cunha fez de tudo em menos de 4 anos na Câmara dos Deputados para chegar à Presidência da República. Seu desejo era tão voluptuoso que concretizou pactos “com demônios” dos mais diversos, e jorrou-se muito sangue de suas mãos nos acordos encapetados para ganhar mais e mais poder. De fato, tornou-se um super-deputado, um gigante assustador. Muito e muito poder. Mas queria mais; queria o Palácio do Planalto – e rápido. Para isso começou a ter de trair “companheiros” para atrair outros. Começou a açoitar “companheiros” para acariciar outros. Começou a tomar espaços e falas e poder e até dinheiro de outros “companheiros” para reunir mais, distribuir mais e ter mais poder. Mexeu com “gente errada”: José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá e tantos outros que, de fato, têm o poder – e o poder discreto como tem de ser quem jogo o jogo.

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Eduardo Cunha caiu na proporção dobrada que atingiu o topo da Babel. Se espatifou no chão. Sabia que a velocidade da queda livre é bem maior que a da subida livre? Eu não! Está preso em Curitiba. Antes mesmo disso, havia morrido todo e qualquer respeito que ainda lhe houvesse em algum dos [ex-] “companheiros. Trata-se, não mais de um ser humano, porém, um rato na masmorra da História.

O mesmo ocorre que com homônimo político: Sérgio Moro. A arrogância, o auto endeusamento, a petulância, a autossuficiência fez o Juiz tornar-se o “Juiz Ladrão”. Já na toga usou e abusou do poder e da autoridade (isso por si só em países sérios seria motivo de punição legal… aqui… hãmm!). E repete os crimes tipológicos. É Moro sendo Moro o tempo todo!

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Para os não-cegos, não-zurros, ou não-ingênuos, aliás, os não-maus também, Moro nunca prestou. Sim, porque há muita gente que sabe que Moro não fez nada honesto ou bem-intencionado na Operação Lava Jato, porém, como também não são dignos alguns, estes desejavam que suas arbitrariedades continuasse para que interesses escusos lhes fossem realizáveis.  

Moro está caindo. Cada minuto é uma sobrevida para o ex-juiz e quase ex-político, Sérgio Moro armou todo tipo de acordo com o Lado Negro da Força, fez de tudo para conseguir sua tão sonhada cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). E agora, irá para esgoto da História do Brasil, quiça para a cadeia (quem sabe?).

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Enfim. Aprendam uma coisa com Eduardo Cunha e Sérgio Moro: no Brasil, quem mexe com política tem todo o direito de ultrapassar certas linhas. Aos éticos e bons, linhas que os levarão a bons projetos e serviços à sociedade. Aos desgraçados e maus, o sucesso e a permanência em seus cargos de interesse, suas regalias. Mas respeitem o limite do razoável, não o ultrapassem.  

Existem padrões e fluxos nessa ode da cordialidade entre os pares [políticos]. Tem linhas a ultrapassar (ou arquitetar): 1) A linha do conveniente; 2) A linha do possível; 3) A linha dos poderosos; 4) A linha do real… contudo, jamais ultrapassem, 5) A linha do delírio.

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Cunha e Moro são os exemplos mais vistosos dos que avançaram para a linha do delírio. E tudo indica que estarão perfilados na mesma humilhação… e sem cargos… e sem poder! São degredados morais. São restos, o rejeito da política, em sentido clássico. E são descartáveis!

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