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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Serra volta ao Senado para marcar Aécio homem a homem

"Não importa se o pretexto para deixar o ministério das Relações Exteriores foi real ou não. O fato é que José Serra nunca teve perfil para ser chanceler, cargo que aceitou na esperança de conseguir uma promoção para um ministério mais vistoso, como o da Fazenda, seu objetivo desde os tempos de Tancredo Neves e depois de Fernando Henrique Cardoso. Mas já percebeu que Temer não vai dar esse presentaço para ele – o que Tancredo e FHC também negaram", diz o colunista Alex Solnik; "Deve ter também pesado para a sua demissão o fato de que não conseguiria fazer campanha ocupado com as questões internacionais, sempre distante do Brasil, enquanto seu principal adversário no PSDB, Aécio Neves ficava livre, leve e solto dando as cartas no governo Temer"

"Não importa se o pretexto para deixar o ministério das Relações Exteriores foi real ou não. O fato é que José Serra nunca teve perfil para ser chanceler, cargo que aceitou na esperança de conseguir uma promoção para um ministério mais vistoso, como o da Fazenda, seu objetivo desde os tempos de Tancredo Neves e depois de Fernando Henrique Cardoso. Mas já percebeu que Temer não vai dar esse presentaço para ele – o que Tancredo e FHC também negaram", diz o colunista Alex Solnik; "Deve ter também pesado para a sua demissão o fato de que não conseguiria fazer campanha ocupado com as questões internacionais, sempre distante do Brasil, enquanto seu principal adversário no PSDB, Aécio Neves ficava livre, leve e solto dando as cartas no governo Temer" (Foto: Alex Solnik)
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Não importa se o pretexto para deixar o ministério das Relações Exteriores foi real ou não. O fato é que José Serra nunca teve perfil para ser chanceler, cargo que aceitou na esperança de conseguir uma promoção para um ministério mais vistoso, como o da Fazenda, seu objetivo desde os tempos de Tancredo Neves e depois de Fernando Henrique Cardoso. Mas já percebeu que Temer não vai dar esse presentaço para ele – o que Tancredo e FHC também negaram.

   Como chanceler, Serra foi um ótimo palmeirense. Cometeu uma série de indelicadezas e lambanças, como a insistência em vetar a Venezuela na presidência do Mercosul e passou a ser um alvo preferencial de vaias em países que visitava e onde tentava explicar que o governo do qual participava não tinha praticado golpe contra a presidente Dilma.

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   Certamente cansado de vaias, abrigado num ministério sem visibilidade (a não ser negativa) e um péssimo trampolim para seu objetivo máximo, que é se candidatar à presidência da República em 2018, ele preferiu voltar ao Senado, o que foi uma péssima notícia para seu suplente, José Aníbal, que deixa o Planalto de Brasília e volta ao Planalto de São Paulo.

   É fato que ele nunca gostou de viajar de avião e tinha feito uma cirurgia para amenizar as dores na coluna. Mas ele faria qualquer sacrifício se vislumbrasse alguma possibilidade de através dele emplacar sua candidatura presidencial. Serra só pensa naquilo.

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   Deve ter também pesado para a sua demissão o fato de que não conseguiria fazer campanha ocupado com as questões internacionais, sempre distante do Brasil, enquanto seu principal adversário no PSDB, Aécio Neves ficava livre, leve e solto dando as cartas no governo Temer.

   Um outro forte motivo para a volta ao Senado, além de poder marcar Aécio homem a homem é que o seu suplente, apesar de paulista, é um homem mais ligado a Aécio que a ele. Ele só tinha a perder cada vez mais espaço político em razão das inúmeras viagens ao exterior, enquanto José Aníbal, até por gratidão ao presidente do PSDB, que o nomeou para a presidência da Fundação Teotônio Vilela, não o ajudava em nada nas articulações com vistas a 2018. Muito ao contrário.

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   Aécio, que nadava de braçada rumo a 2018 agora tem com que se preocupar, além das investigações da Lava Jato, preocupação que compartilha com Serra.

   Mas ambos têm motivos de sobra para acreditar que, blindados pelo foro privilegiado e contando com o correligionário Alexandre de Moraes no STF (além de Gilmar Mendes, que já estava lá e nunca teve pudor em disfarçar sua gratidão aos tucanos) não serão alcançados pelo algoz de Curitiba até o final do ano que vem.  

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   Last, but not least: agora Serra pode voltar a assistir aos jogos do Palmeiras.

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