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Luiz Fernando Padulla

Professor, biólogo, doutor em Etologia, mestre em Ciências, autor do blog 'Biólogo Socialista'

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Seu Luiz, presente!

Estive na manifestação em Valinhos, em homenagem ao senhor Luiz Ferreira, pedreiro e militante do MST, assassinado por um fascista que, sem dó, acelerou sua caminhonete L200 para cima dos assentados e manifestantes. Nossa unidade e resistência, mais do que nunca deve ser diária!

(Foto: Mídia Ninja)
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Estive na manifestação em Valinhos, em homenagem ao senhor Luiz Ferreira, pedreiro e militante do MST, do acampamento “Marielle Vive!”, assassinado friamente por um fascista (Leo Luiz Ribeiro, apoiador de Bolsonaro) que, sem dó, acelerou sua caminhonete L200 para cima dos assentados e manifestantes – ferindo outros cinco. Assentados que faziam um bloqueio pacífico, distribuindo muda de alimentos e pedindo providências para a Prefeitura que há mais de um ano, não lhes fornece água! Mais um assassinato proposital!

Um assentamento que surgiu em 14 de abril de 2018, rompendo as cercas da Fazenda Eldorado Empreendimento Imobiliários Ltda., em combate a especulação imobiliária e a improdutividade da terra. Nesse mesmo lugar de luta e resistência, que hoje vivem mais de 1000 famílias, um senhor que veio do Maranhão, pai de quatro filhos, trabalhava com pedreiro e ajudava no assentamento, onde aprendeu a ler e a escrever graças ao programa EJA (Educação de Jovens e Adultos) oferecido pelo assentamento.

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No mesmo dia, em Rio Pardo de Minas (MG), pistoleiros invadiram um assentamento, ameaçaram as 30 famílias e atearam fogo em seus barracos, destruindo tudo. Com gritos de “vamos matar todo mundo”, intimidaram trabalhadores e seus filhos, que ocupam desde 2017 a fazenda Santa Bárbara de propriedade do Estado, mas que estava sendo ocupada de maneira irregular pela empresa Gerdau – caso clássico de grilagem, denunciada pelo próprio MST.

Ambos os crimes foram cometidos em plena ascensão de uma política de extrema-direita, apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro, que estimula tais ataques e apoia os latifúndios e todo o dano que este causa. Latifúndios sem qualquer responsabilidade com a sustentabilidade, seja no âmbito social, econômico ou ambiental – por sinal, essa semana o Ministério da Agricultura liberou mais 51 agrotóxicos (totalizando 262 ao ano), sendo um deles o princípio ativo sulfoxaflor, condenado internacionalmente por sua relação com a redução drástica enxames de abelhas.

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Na fala do irmão do assassino de Valinhos, fica evidente que o ódio está tomando conta de nossa sociedade. Em entrevista, diz claramente que “tinha que vir com o caminhão e passar em cima!” Falas e atitudes fascistas, com governantes cúmplices e apoiadores de tamanha barbárie.

Ao mesmo tempo, tentam criminalizar movimentos sociais como o MST, que vai contra essa corrente autoritária da bancada ruralista. Enquanto agronegócio destrói, contamina e causa desigualdade social, a agricultura familiar promove a agricultura sustentável, em respeito aos princípios naturais, sem uso de agrotóxicos, gerando empregos e maior produção agrícola que abastece a mesa dos brasileiros – incluindo os tais “cidadãos de bem”.

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A luta é desigual, mas não é o momento de sermos intimidados. Devemos unir nossas forças, lutar ao lado de nossos companheiros e companheiras do MST; fazermos frente ao avanço ruralista, desumano e tóxico. E mais do que isso, barrarmos e exterminarmos a ameaça real do fascismo!

A reforma agrária em terras improdutivas é um direito do povo, garantida pelo Artigo 184 da Constituição Federal, e fundamental para que se acabe com os efeitos danosos da concentração de terra/renda não apenas na economia, mas também na democracia.

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Como bem lembrou o advogado Gustavo Freire Barbosa em artigo na “Carta Capital”, o próprio e famigerado FMI, reconheceu que a desigualdade é um entrave tanto para o crescimento como para a paz social, comprovados por estudos e pesquisas acerca de como a influência dos mais ricos nas decisões políticas aumenta na medida em que a desigualdade cresce, algo que parece estar presente na percepção histórica dos países situados no centro do capitalismo.

Nossa unidade e resistência, mais do que nunca deve ser diária!

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