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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Só o povo unido derruba a ameaça golpista

"Não se iludam. Bolsonaro trabalha dia após dia para este cenário de tumulto nas eleições, em nível tal que justifique a chamada de uma GLO", diz Denise Assis

(Foto: ABr)
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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia

A escalada de Bolsonaro rumo ao tumulto do pleito de 2 de outubro não tem limites. Todo o seu tempo restante de “desgoverno” será dedicado a manter a sua turma – é isto que ele tem, uma turma – motivada em sua defesa, disposta e incentivada a usar as amas que adquiram com as suas medidas para liberar a compra e “agasalhar” as ilegais que circulam por aí.

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Neste sentido, a iniciativa de processar (inusitadamente) o ministro Alexandre de Moraes, não passa de mais um “argumento” que ele vai tentar usar - em caso da derrota que se desenha no horizonte - para se dizer injustiçado e perseguido.

Não se iludam. Bolsonaro trabalha dia após dia para este cenário, o do tumulto nas eleições, em nível tal que justifique a chamada de uma GLO – Garantia da Lei e da Ordem – que nada mais é do que a intervenção das Forças Armadas para colocar a casa em dia. Vai conseguir? Da parte dos seus “seguidores”, certamente. Eles estão “robotizados” para isto.  

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Os militares, por sua vez - os de dentro do governo, a turma da picanha -, não só o incentivam a isto, como traçam estratégias, conforme já foi percebido até pelo emissário e diretor da CIA, Willian Burnnes. Em sua passagem pelo Brasil ele disse na cara do general Heleno (GSI), que os EUA não apoiariam um golpe no país, e era para Bolsonaro parar de ataques ao processo eleitoral brasileiro.  

Quanto aos demais, os da ativa, é preciso deixar claro: há divisões, mas a tendência é que sigam “o que o seu mestre mandar”. Haja vista a origem e formação do atual comandante do Exército Brasileiro, Marco Antônio Freire Gomes: a Academia Militar de Agulhas Negras (AMAN), onde fez cursos de Formação, de Aperfeiçoamento, de Altos Estudos Militares e de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, além de ter frequentado os Cursos Básico Paraquedista.  

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Este é o ponto. Desse verdadeiro ninho das águias vieram os oficiais que executaram as torturas e “desaparecimentos”, (principalmente no governo Emílio Garrastazu Médici, um dos dirigentes na época do golpe de 1964). Foram eles os formadores dessa turma que agora ascende aos principais cargos deste governo e passaram, portanto, o tempo de Academia, ouvindo “histórias” e bravatas sobre como “derrotaram o terrorismo e o comunismo” no país. Pode-se imaginar, então, a disposição desses senhores de seguir o primeiro apito do comando.  

Há os discordantes? Sim, dizem que há. Porém, não custa lembrar que o general Amaury Kruel também era contra a deposição de Jango, até que lhe puseram no colo – é a história contada –, uma mala de dólares para se bandear para o lado golpista da Força.

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E qual é o antídoto a essa escalada de Bolsonaro? Primeiro, uma união forte e uníssona em torno dos Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. O segundo, fazer valer o que está escrito na lei. O Brasil tem como regime a democracia e realiza eleições livres para eleger os seus dirigentes. Em que pese a instituição, pelo golpe, do instituto da reeleição, por Fernando Henrique Cardoso, que fez uso do instrumento estando ele no cargo, ou seja, em proveito próprio (como qualquer monarca), precisamos garantir que isto se cumpra, ou seja, que as eleições sejam livres e democráticas para a escolha do novo dirigente.

Vamos enfrentar tanques? Não creio. O que precisamos encarar urgentemente é a ingerência dos militares na preparação das eleições, como parte de uma comissão de transparência que, a julgar pelas manobras feitas até aqui, tem usado as informações colhidas lá dentro, para talvez vazá-las a algum sistema que possa, por exemplo, provocar um blecaute no dia do pleito. E aí? Aí entra em campo a turma da milícia, dos policiais militares, das baixas patentes, quebrando tudo e “denunciando” um “atentado contra os direitos do candidato Bolsonaro”. Para calar a balbúrdia, chama-se o general Gomes. (Isto, claro, é um quadro hipotético, para tentar desenhar por onde caminha Bolsonaro).  

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Instalada a confusão, ele desfiará a gritaria: “Denunciei desde o início a fragilidade da segurança das urnas! O que recebi de volta foi a perseguição do senhor ministro Alexandre de Moraes, que mandou prender gente nossa! Ele que me enquadrou injustamente em crimes de fake news!" E por aí irá com sua choradeira, rumo à rampa do Planalto! Vamos pagar para ver? Não devíamos.

É hora de a sociedade civil esquecer as diferenças e começar a se organizar em grandes atos nas ruas, para barrar já o golpe. Lembram das palavras de ordem de 1968? “Só o povo unido derruba a ditadura!” E outras, que infelizmente podem ser trazidas desse passado que teima em não passar.

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