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Reimont Otoni

Deputado federal (PT-RJ), vice-líder do PT na Câmara e membro da Comissão de Trabalho

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Solidariedade para combater o coronavírus

"Nosso olhar se estende, especialmente, para aqueles que moram nas ruas, sempre os mais invisíveis da sociedade, sempre os mais afetados pelas crises", diz

(Foto: REUTERS/Roosevelt Cassio)
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Todos estamos muito preocupados com a pandemia do novo coronavírus, o Covid-19. É natural e conveniente essa preocupação, porque nos leva a adotar os cuidados necessários não só com nós mesmos, mas também com as nossas famílias e com os companheiros e companheiras de trabalho, amigos e amigas, vizinhos...

Curiosamente, o novo vírus nos coloca diante de escolhas inusitadas. Nesse momento, negar um abraço, um beijo ou um aperto de mão significa amor e respeito; o isolamento traduz fraternidade; a confiança no outro supera as formalidades e as burocracias. Esse é um tempo em que o valor da solidariedade ganha a dimensão da sobrevivência, em que é preciso e vital olhar o outro à distância, mas só com bondade. O coletivo se impõe ao individualismo.

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A solidariedade deve ser a base do programa nacional de combate à epidemia e deve se traduzir em decisões práticas, concretas.

O nosso olhar se estende para aquelas pessoas que a crise do Covid-19 torna mais vulneráveis, como as milhões de vítimas do desemprego e também os 42 milhões de trabalhadores autônomos, informais e precarizados do país, os camelôs, os “uberizados”, os artistas e fazedores de cultura cujos contratos estão sendo cancelados, os artistas de rua. São pessoas que, neste momento de isolamento social, perdem as suas fontes de renda e não têm meios de compensar o corte brusco de recursos.

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É urgente que o governo federal, que está aportando 60 bilhões de reais para reforçar as empresas, também crie, e urgentemente, a exemplo do que vem fazendo outras nações, um fundo de solidariedade para as trabalhadoras e trabalhadores que não têm vínculos empregatícios, talvez usando recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Esse contingente forma quase a metade do mercado de trabalho do país, não pode ficar desassistido.

O nosso olhar se estende também para os idosos e os portadores de doenças crônicas, que formam o grupo de maior risco para o Covid-19 e precisam ter garantidos os seus direitos, com a suspensão de exigências de presença para a retirada de medicação nos postos de saúde e hospitais, suspensão de provas de vida, fortalecimento das redes on line para a aquisição de remédios e medicamentos.

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Nosso olhar se estende, especialmente, para aqueles que moram nas ruas, sempre os mais invisíveis da sociedade, sempre os mais afetados pelas crises, e que precisam ser incluídos nos Planos de Contingência Municipais, não para serem afastados das ruas e abandonados em abrigos e galpões inadequados, infectos. No Rio, é preciso retomar e reforçar o trabalho dos Consultórios de Rua, criar condições para garantir o direito ao isolamento social dos idosos e doentes crônicos, reforçar a rede de abrigos adequados e dignos, é preciso dar assistência cidadã à população em situação de rua.

Para assegurar o isolamento das pessoas, é urgente adiar a cobrança de impostos e de contas de serviço, como luz e gás, suspender as ações de despejo e o corte no fornecimento de acesso à internet e às redes de TV on line e de streaming, para garantir que as pessoas fiquem em casa com um mínimo de conforto e lazer. 

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O Ministério da Saúde afirma que o Brasil poderá chegar a mais de 30 mil casos, até abril. O estado do Rio é o segundo do país em casos confirmados, sendo a maioria na nossa cidade. Segundo o ministro Luiz Henrique Mandetta, o Brasil viverá cerca de 20 semanas ‘duras’ por causa do surto.

O momento é preocupante, mas não é para entrar em pânico e nem para correrias a hospitais, farmácias e supermercados. É hora de tomar cuidados. É hora de fortalecer a Saúde pública, fortalecer o SUS, como reconhece o próprio ministro da Saúde, um dos responsáveis pelos cortes de verbas e programas que, no passado recente, ceifaram a área. Hoje, a crise está ensinando que todas as medidas de combate ao problema estão amparadas em projetos, pesquisas e esforços da estrutura pública de saúde.

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No Rio, a recuperação do sistema de atenção primária à Saúde é ponto-chave no combate à epidemia, para evitar uma corrida injustificável e até prejudicial aos hospitais. Por isso, exigimos que o prefeito Marcelo Crivella reconsidere as milhares de demissões de profissionais do setor. É fundamental reforçar as UPAs e Clínicas de Família, ampliando o número de unidades funcionando em horário estendido. Crivella, que em fevereiro dispensou mais de 5 mil profissionais do NASF/ Núcleo Ampliado de Saúde da Família, precisa agir com urgência. Diversas UPAs estão sem médicos, abandonando à própria sorte milhões de pessoas, principalmente as populações empobrecidas, sempre as mais vulneráveis em quaisquer crises.

Para cobrar e acompanhar as providências que estão sendo tomadas na cidade, demos entrada em uma Comissão Especial de Fiscalização do Plano Municipal de Ação contra o Coronavírus, da Câmara Municipal, e estou em contato permanente com as Secretarias Municipais de Saúde e de Assistência Social.

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A epidemia não é uma “fantasia” ou uma histeria, é uma realidade que precisa ser enfrentada com seriedade e muita responsabilidade. O tempo nos pede solidariedade, cuidado e vigilância. Não podemos nos furtar a isso.

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