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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Sucessão de Cunha racha tudo: Palácio, base e oposição

"Nunca uma disputa pela presidência da Câmara, e por um mandato tampão de apenas seis meses e alguns dias, teve tantos candidatos", diz a colunista Tereza Cruvinel, lembrando que nem governo, nem oposição têm unidade para nomes como Rogério Rosso (PSD-DF) e Rodrigo Maia (DEM-RJ); "Quem tem mais a perder é Temer com sua base dividida. Disputas deixam sequelas, pelo menos nos primeiros meses, e Temer, se efetivado, vai precisar logo de uma base coesa para aprovar suas pautas do desmonte, que começam pela PEC do teto para o gasto público"

"Nunca uma disputa pela presidência da Câmara, e por um mandato tampão de apenas seis meses e alguns dias, teve tantos candidatos", diz a colunista Tereza Cruvinel, lembrando que nem governo, nem oposição têm unidade para nomes como Rogério Rosso (PSD-DF) e Rodrigo Maia (DEM-RJ); "Quem tem mais a perder é Temer com sua base dividida. Disputas deixam sequelas, pelo menos nos primeiros meses, e Temer, se efetivado, vai precisar logo de uma base coesa para aprovar suas pautas do desmonte, que começam pela PEC do teto para o gasto público" (Foto: Tereza Cruvinel)
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Nunca uma disputa pela presidência da Câmara, e por um mandato tampão de apenas seis meses e alguns dias, teve tantos candidatos. Nem há precedente de tantas divisões para escolher quem terá como principal missão estabilizar e reunificar a Casa.  A disputa literalmente racha a base de apoio do governo interino. De um lado o Centrão, com um dos candidatos favoritos (Rogerio Rosso, PSD/DF) e meia dúzia de figurantes, de outro, os partidos da antiga oposição aos governos petistas, como  PSDB, DEM, PSB e PPS. Eles são mais propensos a apoiar Rodrigo Maia, do Democratas, mas também apostam em Heráclito Fortes, do PSB.

No grupo palaciano, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, trabalho pelo Centrão. Logo, por Rogerio Rosso, o favorito do antigo baixo clero que, na gestão de Eduardo Cunha, ganhou um upgrade, no nome e na influência. Já o secretário do PPI, que não tem título mas tem status de ministro, Moreira Franco, trabalha pelo genro, Rodrigo Maia. O chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, faz como o chefe, Michel Temer: garante que ficará equidistante.

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E a oposição, que com cerca de 100 votos poderá ser um diferencial, pesando na balança a favor de um dos candidatos, também está dividida, a começar do PT. Ali, a corrente CNB, ligada a Lula, não esconde a preferência por Rodrigo Maia como melhor alternativa para derrotar o grupo de Cunha – embora Maia sempre tenha sido um antipetista fervoroso e tenha trabalhado intensamente a favor do impeachment de Dilma. A corrente Mensagem e outros grupos preferem Marcelo de Castro, do PMDB, embora Eduardo Cunha esteja atuando para impedir que o partido tenha candidato próprio. “Agora temos o presidente da República”, disse naquela manifestação pelo grupo de whatzaap da bancada, ao explicar que os outros não aceitariam o PMDB com as três coroas: Planalto, Câmara e Senado. Mas Castro até já se inscreveu e os petistas que o apoiam lembram sua independência em relação a Cunha e o fato de ter sido leal a Dilma, quando era seu ministro, deixando o cargo para assumir o mandato e votar contra o impeachment.

PT rachado, o PC do B não fica atrás. O deputado Orlando Silva e o ex-ministro Aldo Rebelo também articulam a favor de Rodrigo Maia mas a líder da minoria, Jandira Feghali, que é o do Rio como ele, não aceita apoiar um nome do PFL, identidade da qual os Democratas ainda não conseguiram se livrar.

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Com racha para todo lado, as promessas de “reunificação da Casa” soam ocas. Mas quem tem mais a perder é Temer com sua base dividida. Disputas deixam sequelas, pelo menos nos primeiros meses, e Temer, se efetivado, vai precisar logo de uma base coesa para aprovar suas pautas do desmonte, que começam pela PEC do teto para o gasto público.

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