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Maria Luiza Franco Busse

Jornalista há 47 anos e Semiologa. Professora Universitária aposentada. Graduada em História, Mestre e Doutora em Semiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dissertação sobre texto jornalístico e tese sobre a China. Pós-doutora em Comunicação e Cultura, também pela UFRJ,com trabalho sobre comunicação e política na China

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Tamboro/Bacurau

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Tamboro é palavra indígena da tribo dos ingaricó, de Roraima, que quer dizer 'Para todos, sem exceção', e dá nome ao pouco conhecido filme de Sergio Bernardes sobre o Brasil e o extermínio da Amazônia pela ação deliberada das elites. Não há como não imaginar no próprio corpo o impiedoso corte da floresta e o horrível barulho das motosserras. E compreender a fundo a indiferença da elite na cena do banquete em traje a rigor e regado a champanhe francês em meio a toda destruição e miséria.

A elite indiferente ao sofrimento é o peso morto da História, a imagem do fascismo. 

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Para além do que pode se pensar, o fascismo não é acontecimento datado. Quando muito, datadas são suas técnicas de modo de operar. Isso porque, fascismo é e sempre será a ausência da alteridade diversa.

Como congressista e já se preparando para a disputa da presidência da República, Jair Messias Bolsonaro gravou mensagem no cenário da Câmara federal: "Alô pessoal de Roraima. Em 2019 vamos desmarcar a reserva indígena Raposa do Sol e dar fuzil com porte de arma para todos os fazendeiros".

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Quando falava sobre Tamboro, o arquiteto e cineasta Sergio Bernardes dizia que o problema do Brasil e da Amazônia, em especial, não era nem ecológico, nem sociológico, mas civilizacional. Sergio morreu aos 63 anos, em 2007. Doze anos depois, o país se encontra chafurdado na barbárie do ultraconservadorismo nos costumes associado ao ultraliberalismo na economia que, juntos, perfazem a política do 'Para poucos, com todas as exceções'.

Bacurau, filme de Kleber Mendonça, vem entrando em cartaz em circuito nacional.

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Bacurau, uma cidade que sumiu do mapa, se revela inspiração para os dias atuais no que se refere a definir ações para enfrentar a ofensiva do predador que avisa "isso é só o começo". Tamboro e Bacurau não são filmes para se assistir. São para saltar das telas como uma rosa púrpura esquecida em algum canto dos quatro cantos deste imenso jardim chamado Brasil.

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