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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Temer se ofende com perguntas: “colocam em dúvida minha honorabilidade”

"Não sei informar com precisão, mas não é improvável que os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco tenham acompanhado o Decreto n 9.048/17 (Decreto dos Portos)", respondeu Michel Temer em uma das perguntas feitas pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF; o colunista Alex Solnik comenta: "Primeiro: não é possível que ele não saiba com precisão as tarefas que executam seus ministros mais importantes e que trabalham em salas contíguas à sua, sob seu comando direto. Ou ele mente – sabe com precisão o que eles fazem, mas não quer dizer - ou não tem comando sobre seus ministros ou eles executam tarefas sem comunicar a ele, o que, a ser verdade, caracterizaria quebra de confiança"

Presidente Michel Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto em Brasília 21/12/2017 REUTERS/Adriano Machado (Foto: Alex Solnik)
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"Não sei informar com precisão, mas não é improvável que os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco tenham acompanhado o Decreto n 9.048/17 (Decreto dos Portos)".

Essa resposta de Temer à questão 41 das 50 que encaminhou ao ministro Luiz Roberto Barroso relator do inquérito n. 4621 remete a várias ponderações.

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Primeiro: não é possível que ele não saiba com precisão as tarefas que executam seus ministros mais importantes e que trabalham em salas contíguas à sua, sob seu comando direto.

Ou ele mente – sabe com precisão o que eles fazem, mas não quer dizer - ou não tem comando sobre seus ministros ou eles executam tarefas sem comunicar a ele, o que, a ser verdade, caracterizaria quebra de confiança.

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Mas, como ele não os demitiu, ao contrário, os blinda como pode, a última hipótese tem que ser descartada.

Segundo: por que seus ministros mais importantes acompanharam a tramitação de um decreto que só interessava ao Congresso?

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Temer chama as questões de "impertinentes":

"Peço vênia para realçar a impertinência de tal questão", responde à de número 48 "por colocar em dúvida a minha honorabilidade e dignidade pessoal" que responde assim:

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"Nunca autorizei que o Sr. Rodrigo Rocha Loures fizesse tratativas em meu nome com empresários do setor portuário visando o recebimento de valores em troca de melhores benefícios para aquele setor".

Na resposta à última também protesta:

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"Nunca solicitei que os Srs. Rodrigo Rocha Loures, João Batista Lima Filho ou José Yunes recebessem recursos em meu nome em retribuição de normas contidas no Decreto dos Portos. Reitero a agressividade, o desrespeito e, portanto, a impertinência por seu caráter ofensivo, também dessa questão, tal como das anteriores".

Temer afronta, desse modo, a célebre máxima: "perguntar não ofende".

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