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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Temor do furacão Lula acelera julgamento do TRF

Lula completou neste domingo seis estados nordestinos visitados e vai encerrar o giro no Maranhão; ex-presidente vem sendo recebido nos braços do povo e pesquisa Ipsos mostrou que Lula tem imagem menos desgastada que o caciques tucanos; "Enquanto Lula navega nos braços do povo, confirmando a sua incontestável posição de maior líder popular do Brasil, Temer e seus ministros vivem se escondendo do mesmo povo, confinando-se em seus gabinetes", diz o colunisa do 247, Ribamar Fonseca; "Os responsáveis pelo julgamento do processo no TRF-4 pretendem liquidar a fatura o mais rápido possível, de modo a colocar um basta na caravana de Lula e no crescimento da sua candidatura, confirmando a sentença do juiz Sergio Moro, prendendo-o e tornando-o inelegível o quanto antes"

Lula na Paraíba (Foto: Ribamar Fonseca)
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Enquanto Lula navega nos braços do povo, confirmando a sua incontestável posição de maior líder popular do Brasil, Temer e seus ministros vivem se escondendo do mesmo povo, confinando-se em seus gabinetes. O ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, por exemplo, já confessou, para justificar o seu uso abusivo de jatinhos da FAB, que não viaja em avião comercial porque tem medo de ser hostilizado. Ora, a dedução lógica é simples: quem tem medo do povo é porque tem consciência de que atua contra ele. E como não chegou ao poder por suas mãos, não tem nenhum compromisso com a população e com o país, o que os deixa à vontade para retirar direitos dos trabalhadores, liquidar com os programas sociais e destruir a Nação, inclusive dilapidando o patrimônio nacional e entregando nossas riquezas naturais para o capital estrangeiro. Governo sem povo é ditadura, seja qual for o artifício adotado para enganar os tolos, encenando uma suposta democracia.

A surpreendente recuperação eleitoral de Lula, apesar da campanha sistemática da mídia para criminalizá-lo com a ajuda da Lava-Jato, provocou a aceleração do processo judicial destinado a torná-lo inelegível. Embora o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª região, desembargador Thompson Flores, tenha declarado recentemente que o processo do ex-presidente operário só deveria ser julgado por aquela Corte por volta de outubro do próximo ano, considerando-se agora a velocidade inédita com que ele está tramitando tudo indica que deverá ser decidido, em segunda instância, antes de outubro deste ano. Os responsáveis pelo julgamento do processo no TRF-4 pretendem liquidar a fatura o mais rápido possível, de modo a colocar um basta na caravana de Lula e no crescimento da sua candidatura, confirmando a sentença do juiz Sergio Moro, prendendo-o e tornando-o inelegível o quanto antes. Há inclusive suspeitas de que o desembargador Gebran Neto, relator do processo e conhecido anti-Lula, já teria pronto o seu parecer antes mesmo da sua chegada àquela Corte. Resta saber como votarão os outros dois desembargadores.

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Percebe-se, sem muita dificuldade, que a recepção que o povo tem dado a Lula na passagem da sua caravana pelas cidades do Nordeste e a sua ascensão nas pesquisas levaram os seus perseguidores ao desespero, razão porque pretendem concluir logo o julgamento em segunda instância para retirá-lo de circulação. Por isso, as frequentes manifestações dos interessados em afastar o ex-presidente do páreo sucessório, criticando a possível mudança de posição do Supremo quanto à prisão após a condenação em segunda instância, conforme já sinalizado pelos ministros Gilmar Mendes e Dias Tóffoli. O juiz Sergio Moro e o procurador Carlos Fernandes de Lima, da força-tarefa da Lava-Jato, chegaram até à ousadia de criticar aqueles ministros e o próprio STF, caso alterem a decisão anterior. Eles certamente temem que com essa possível mudança não possam mais prender Lula, que é o seu maior objetivo, após o julgamento do TRF-4, daí a pressa na decisão da segunda instância sobre o seu processo. Se confirmado o seu objetivo, constata-se que, após ter vivido um golpe militar e um golpe parlamentar, o país vivenciará agora um golpe jurídico.

Na verdade, já faz algum tempo que o Brasil virou um país sem Constituição, sem lei. A Carta Magna, seguidamente rasgada até pela própria Justiça, deixou de ser garantia de direitos. O texto da lei perdeu validade, cedendo lugar para a convicção dos magistrados, formada a partir da sua interpretação ao sabor do seu humor ou das paixões políticas. Não mais é preciso prova para condenar alguém, bastando a palavra do acusador e a convicção do juiz ou a teoria do domínio do fato. Agora ficou muito mais fácil para alguém livrar-se do seu inimigo, basta acusa-lo de alguma coisa, mesmo sem provas. No tempo da ditadura militar descartava-se os adversários acusando-os de “comunista”, hoje basta rotulá-los de “petista”. Contra petista, aliás, em especial contra Lula, vale tudo. Ainda recentemente o Tribunal de Justiça de Brasilia decidiu que chamar de “anta” a senadora Regina Souza, do PT, não é insulto, assim como já chamaram o ex-presidente Lula e a ex-presidenta Dilma Roussef. Para o TJ é normal, um direito assegurado pela liberdade de expressão. De onde se conclui que seria normal também se alguém chamasse de “anta” a ministra Carmem Lúcia e o juiz Sérgio Moro?

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Por falar em Moro, ele ficou numa situação bastante desconfortável depois que o advogado Rodrigo Tacla Duran acusou um seu amigo, o também advogado Carlos Zucolotto Junior, de vender favores na Operação Lava-Jato, como redução de penas e multas. A revelação foi feita pela jornalista Mônica Bergamo em reportagem na “Folha de São Paulo”. Segundo ela, Duran teria provas da acusação, que consta de um livro que está escrevendo na Espanha, onde mora. O magistrado de Curitiba, que classificou a reportagem de irresponsável, distribuiu nota dizendo, entre outras coisas, que “Rodrigo Duran não apresentou à jornalista responsável pela matéria qualquer prova de suas inverídicas afirmações e o seu relato não encontra apoio em nenhuma outra fonte”. Pois é, também não há qualquer prova de que Lula é o dono do triplex do Guarujá, mas Moro aceitou a acusação de um delator-réu e condenou o ex-presidente operário. O que vale para Lula deveria valer também para seu amigo Zucolotto. A acusação de Duran, na verdade, acabou deixando mal o próprio magistrado de Curitiba, diante das suspeitas levantadas agora sobre o seu comportamento à frente da Lava-Jato. Isso faz lembrar aquele velho dito popular: “Fogo no fiofó dos outros é refresco”.

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