Todas fomos estupradas

Num país em que o presidente interino decide extinguir a Secretaria Nacional das Mulheres;

Num país onde a ausência de mulheres no comando de ministérios do governo do presidente interino Michel Temer pode levar o Brasil a despencar 22 posições no ranking de igualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial.

Num país onde se desrespeita a primeira mulher presidente do Brasil com adesivos sexistas ofensivos à sua dignidade feminina;

Num país onde um Deputado Federal se vangloria no plenário e diante das câmeras com esta expressão: "Não te estupro porque você não merece." (Jair Messias Bolsonaro, para a deputada federal Maria do Rosário)

Num país em que um ministro interino, Mendonça Filho, aceitou recepcionar de braços abertos o ator pornô Alexandre Frota, um sujeito que se gabou na televisão de ter feito sexo sem consentimento com uma mãe de santo e ainda narrou o estupro às gargalhadas diante de TV.

Num país em que o mesmo Alexandre Frota faz propostas para a Educação a fim de penalizar professores que criticarem o período da escravidão negra.

Num país onde existe a cultura de que a mulher estuprada é considerada culpada;

Nesse mesmo país, chamado Brasil, um estupro coletivo ainda é capaz de indignar a sociedade.

O estupro recente da garota de 16 anos no Rio de Janeiro, por 30 homens, horroriza também o mundo. Um jornal espanhol está divulgando para a Espanha e o resto do mundo que no Brasil é 'normal' estuprar, gravar e divulgar nas redes sociais.

A ONU também se manifesta e pede justiça para estupro coletivo de adolescente de 16 anos.

Para nós, brasileiras, resta a tristeza de ver o machismo avançar sem peias.

"Não foram 30 contra uma, foram 30 contra todos. Exigimos Justiça"