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Renato Farac

Engenheiro Florestal formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ/USP). Membro do Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

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Três sem-terra mortos pelo latifúndio, é preciso reagir!

Em cinco dias, três sem-terra são assassinados; essa ofensiva é fruto da paralisia da esquerda e da impossibilidade dos trabalhadores do campo se defender

(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
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DCO

Entre os dias 5 e 10 de julho dois trabalhadores rurais sem-terra foram brutalmente assassinados em decorrência de conflitos por terra. Francisco das Chagas Batista, conhecido como Lavor, foi assassinado no dia cinco dentro de sua residência, Lavor era uma importante liderança do Rio Grande do Norte fazia parte da Frente Nacional de Luta – Campo e Cidade (FNL) e Movimento Nossa Terra (MNT).

No dia 10, latifundiários e pistoleiros armados invadiram o acampamento Emiliano Zapata, coordenado pela FETAGRI, em São Pedro da Aldeia, interior do estado do Rio de Janeiro. No ataque, terminou com o assassinato de dois trabalhadores sem-terra, seu Mineiro e seu Tião.

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Sem contar que no final de junho dois indígenas Yanomami foram assassinados dentro de suas terras por garimpeiros em Roraima.

Essa situação, somada a uma enorme ofensiva na realização de despejos em áreas ocupadas em plena pandemia e de latifúndios ocupados há uma década. Foram pedidos e reintegrações de posse em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e outros locais que nem conseguimos saber.

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Podemos tirar duas conclusões dessa ofensiva: uma é a esquerda e suas organizações totalmente recuadas e outra a falta de possibilidade de se defender diante da violência do latifúndio.

Recuo da esquerda permite a ofensiva da extrema-direita

O governo Bolsonaro está, desde que assumiu a presidência, dando passos largos em direção aos ataques a luta pela terra e dando o aval para que os latifundiários façam o que achar necessário para atacar os trabalhadores do campo e as comunidades tradicionais.

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São medidas institucionais, como despejos e prisões políticas, e realizadas diretamente pelos latifundiários. Contratam pistoleiros e fazem ameaças ou atacam acampamentos a luz do dia e sem nenhum receio de ser identificado.

Essa ofensiva está se dando sem nenhuma resistência dos partidos de esquerda e dos movimentos de luta pela terra. Desde o ano passado, a esquerda tomou a decisão de não enfrentar o governo Bolsonaro, deixando de fazer ocupações de terra ou atos sem combatividade. Em 2020 com a chegada da pandemia de coronavírus essa situação de paralisia da esquerda ficou maior.

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Além de não enfrentar o governo Bolsonaro, decidiram de não sair nas ruas ou manifestações, deixando as ruas para a direita e, pior, deixando os latifundiários cada vez mais a vontade para tomar qualquer decisão.

É preciso formar comitês de autodefesa

Os integrantes da luta pela terra estão sofrendo com a ofensiva de todo os lados. Sofrem perseguições da justiça, do Estado, das forças de repressão, dos latifundiários e seus pistoleiros. Ou seja, não há para quem recorrer.

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Diante disso, a única maneira de garantir seus direitos, sua terra e de ter como se defender da violência gerada pelos conflitos agrários é formar grupos de autodefesa pelos próprios trabalhadores sem-terra, indígenas e quilombolas.

Os latifundiários e a extrema-direita fazem esses ataques porque sabem que os trabalhadores estão sem condições de se defender.  A organização de grupos de autodefesa e a plena condição de realizar deixará os latifundiários com maior receio de atacar os acampamentos, terras indígenas ou integrantes desses movimentos porque sabem que há como se defender.

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Nesse momento, a única solução para os problemas no campo é a organização e derrotar o principal responsável dessa situação que é o governo Bolsonaro. É preciso derrotar Bolsonaro e a direita golpista para impedir a utilização do Estado contra os trabalhadores da luta pela terra.

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