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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Trump pode nos salvar de Kim. Mas quem vai nos salvar de Trump?

Em apenas sete meses de mandato presidencial, que ele imagina ser um mandarinato, já tem duas guerras na agenda, com a Coreia do Norte e com a Venezuela, quebrou o acordo de paz com Cuba e agora enche a bola da extrema-direita americana que se inspira diretamente em Hitler

Em apenas sete meses de mandato presidencial, que ele imagina ser um mandarinato, já tem duas guerras na agenda, com a Coreia do Norte e com a Venezuela, quebrou o acordo de paz com Cuba e agora enche a bola da extrema-direita americana que se inspira diretamente em Hitler (Foto: Alex Solnik)
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Às vezes me dá impressão que voltamos aos anos 60: a tensão entre Kennedy e Krushev, por causa dos mísseis em Cuba se parece demais com a atual entre Trump e Kim, por causa de mísseis da Coreia do Norte apontados em direção a Guam.

   Cuba era satélite de Moscou; Guam é território de Washington.

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   No sábado, estourou mais um conflito racial daqueles que se via nos filmes americanos dos anos 60, em Charlottesville.

   Tudo por causa de uma estátua.

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   Informado de que uma estátua do general escravocrata Robert E. Lee seria removida da Universidade de Virgínia, um grupo neonazista americano, ou melhor, uma horda de jovens brancos, todos homens, musculosos, de camisetas pretas, e caras de poucos amigos que não tinham nada a ver com aquilo, resolveram protestar contra a remoção da estátua promovendo um desfile sinistro e ameaçador em torno dela, no qual empunhavam tochas, como a Klu-Klux-Klan dos anos 60 e gritavam slogans nazistas como “sangue e terra”, “os judeus não vão nos substituir” e de ódio racista tais como “a vida dos brancos é que interessa” e “as ruas são nossas”.

   Pacifistas que defendiam a remoção da estátua vieram confrontar o protesto nazista, o que gerou um conflito sangrento, no desdobramento do qual os pacifistas foram atropelados por um carro, que matou um deles.

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   O homem mais importante dos Estados Unidos e mais perigoso da terra, aquele que tem mais bombas atômicas que todos os outros países juntos não disse absolutamente nada.

   Estava clara a diferença de poderio entre os dois lados, sabia-se qual era o belicoso e qual o pacifista. Mas Trump, que costuma ser rápido no twitter, ficou na moita.

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   No dia seguinte, domingo, condenou os nazistas e os chamou de repugnantes num pronunciamento gravado, lendo no teleprompter .

   Na segunda-feira, no entanto, numa coletiva de imprensa no saguão dourado e brega da Trump Tower ele chocou políticos mesmo de seu partido e a imprensa americana ao dizer que “os dois lados eram culpados pelos conflitos”, alegando ter tido acesso a fatos novos que não revelou, opinião que foi recebida com agradecimentos pelos expoentes da extrema-direita americana.

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   “Há pessoas muito violentas na esquerda” disse ele e “pessoas boas nos dois lados”.

   Para se ter uma ideia da repercussão de suas palavras desde a hora em que ele deu a coletiva até agora, mais ou menos seis horas depois, todos os programas da CNN, de Wolf Blitzer, Erin Burnet, Anderson Cooper, absolutamente todos repercutem o assunto por meio de analistas, deputados e senadores que em uníssono condenam Trump por contemporizar com grupos que defendem políticas de extermínio de minorias e com isso estimular novos ataques como o de sábado e pedem não só que todo o país o condene como exigem seu impeachment.

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   Ele de fato está se tornando o maior perigo para os próprios americanos que o elegeram. Em apenas sete meses de mandato presidencial, que ele imagina ser um mandarinato, já tem duas guerras na agenda, com a Coreia do Norte e com a Venezuela, quebrou o acordo de paz com Cuba e agora enche a bola da extrema-direita americana que se inspira diretamente em Hitler.

   O que ele disse na segunda-feira remete à Alemanha dos anos 30.  

   Tempos sombrios os nossos. Trump pode nos salvar de Kim. Mas quem vai nos salvar de Trump?

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