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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Um general na Vale será mais um erro do governo

"A privataria da Vale começou torta e continua torta", diz Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia; "Quem manda, hoje, nessa pizza – mezzo estatal, mezzo privada – é o governo militar de Jair Bolsonaro. A julgar pela rotina, deverá aproveitar o episódio de Brumadinho para colocar um general na presidência. Se fizer isso, vai errar; a Vale precisa ter no comando um presidente comprometido com o respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente", afirma; "Em janeiro de 2012, levou o troféu de a pior empresa do mundo em direitos humanos e meio ambiente pelo 'Public Eye People's', premiação realizada desde o ano 2000 pelas ONG's Greenpeace e Declaração de Berna"

Um general na Vale será mais um erro do governo
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Por Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia

Seguindo imposição estúpida do FMI, sintetizada no Consenso de Washington, que preconizava a venda de todas as estatais como solução para o desenvolvimento dos países emergentes, o presidente Fernando Henrique mandou leiloar a Vale, criada por Getúlio Vargas e colocada em ponto de bala por Eliezer Batista, o descobridor da rota Brasil-Japão.

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A privatização da Vale foi para inglês (ou americano) ver. O martelo foi batido dia 6 de maio de 1997. Os novos donos – consórcio Brasil, liderado pela CSN de Benjamin Steinbruch - a compraram com dinheiro estatal, oferecido pelo BNDES. Um negócio de pai para filho. 

Foi uma pechincha jamais vista desde que o país se chamava Terra de Santa Cruz: apenas US$ 3.338.178.240 por 27% do capital total da empresa, antes pertencente à União, que representavam 41,73% das ações ordinárias (com direito a voto).

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A pechincha – ou "privataria", como a rotulou o jornalista Elio Gaspari – só foi possível graças à avaliação da companhia feita por dois bancos internacionais. Um deles era o Merrill Lynch.

Por uma razão que até hoje muitos economistas não conseguem entender, os bancos escolhidos por FHC concordaram em avaliar a Vale apenas pelo critério de fluxo de caixa existente à época, descontado, não levando em conta o valor potencial de suas reservas de minério de ferro (que entraram no negócio por valor zero), capazes de abastecer o mundo pelos próximos 400 anos.

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De lá para cá, a Vale cresceu absurdamente em faturamento e lucros, mas nunca deu bola para as condições de trabalho nem respeitou o meio ambiente.

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Em janeiro de 2012, levou o troféu de a pior empresa do mundo em direitos humanos e meio ambiente pelo "Public Eye People's", premiação realizada desde o ano 2000 pelas ONG's Greenpeace e Declaração de Berna.

Foi a primeira empresa brasileira a "vencer" a competição, também conhecida como "Oscar da Vergonha", realizada por meio de votação pública.

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Em segundo lugar ficou a japonesa Tepco, responsável pela operação das usinas nucleares de Fukushima, atingidas por um tsunami em março de 2011.

A privataria da Vale começou torta e continua torta. A companhia continua privada, no papel, mas o maior acionista, atualmente é a União, por meio de vários fundos de pensão estatais, tais como os do Banco do Brasil e da Petrobrás. Todos os governos que entraram mudaram o presidente.

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Quem manda, hoje, nessa pizza – mezzo estatal, mezzo privada – é o governo militar de Jair Bolsonaro. A julgar pela rotina, deverá aproveitar o episódio de Brumadinho para colocar um general na presidência. Se fizer isso, vai errar; a Vale precisa ter no comando um presidente comprometido com o respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente.

Aquela imposição do Consenso de Washington foi, anos depois, abandonada pelo FMI. Não funcionou. Não sei se o ministro Paulo Guedes, o privatizador, tem essa informação.

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