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Lula Miranda

Poeta, cronista e economista. Além de colunista do 247, publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média

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Um governo de delinquentes e esculachados

"Eduardo Cunha, que acolheu o pedido de impeachment, como também já é de conhecimento público, foi definido como um 'delinquente' pelo Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e está na iminência de ser preso – ele, a esposa e filha. Desgraçadamente; o vice-presidente que tramou o golpe, hoje presidente interino (!), foi delatado por mais de um 'cagueta' premiado na Operação Lava Jato. E corre o risco de ser delatado por novos “operadores”,  futuros alcaguetes, presos recentemente", diz o colunista Lula Miranda

O vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na solenidade de posse do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin (Valter Campanato/Agência Brasil) (Foto: Lula Miranda)
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Confesso-lhes, honestamente, que nem nos meus piores pesadelos cheguei a sequer sonhar que esse governo interino poderia ser tão ruim, tão deletério e vexaminoso para o país como está sendo, de fato.

Mais parece uma tragédia anunciada, ou um trágico acidente. Mas daqueles muito graves, que pode levar o Brasil ao desastre – e até mesmo à ruína. E uma tragédia, ou um trágico acidente, como bem nos ensinam os especialistas em segurança, nunca ocorre por uma falha isolada, mas sim devido à soma de vários problemas e/ou fatores.

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Vejamos então alguns desses fatores, que ora somados podem nos conduzir, de modo diligente, à ruína:

1º: Ocorreu um traumático impedimento da presidente da República. E esse impedimento deu-se, como se sabe, por intermédio de uma associação entre o seu então vice, Michel Temer, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mais toda a canalha do PMDB e política em geral, reunida em um agrupamento de três centenas de deputados e algumas dezenas de senadores, cujas “qualidades” vimos ao vivo e em cores na TV, num deplorável espetáculo, e seguimos acompanhando, todos os dias, por intermédio do noticiário político-policial: a deputada fulana foi denunciada (e o marido preso), sicrano foi delatado pelo operador tal, beltrano foi preso... E por aí segue a quadrilha.

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Anarriê! A quadrilha “dança”.

2º: Eduardo Cunha, que acolheu o pedido de impeachment, como também já é de conhecimento público, foi definido como um “delinquente” pelo Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e está na iminência de ser preso – ele, a esposa e filha. Desgraçadamente.

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3º: O vice-presidente que tramou o golpe, hoje presidente interino (!), foi delatado por mais de um “cagueta” premiado na Operação Lava Jato. E corre o risco de ser delatado por novos “operadores”,  futuros alcaguetes, presos recentemente.

4º: Seis ou sete ministros (ou secretários) desse governo interino, que aí está, já foram defenestrados (já até me perdi nas contas). Pois que também foram denunciados na Lava Jato. Dá quase que a média de um ministro defenestrado por semana.

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Cá entre nós, como diria o outro, isso é uma vergonha!

É embaraçoso, constrangedor, deprimente.

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Dá a impressão que um bando de “delinquentes”, de supostos criminosos, derrubou uma presidente legitimamente eleita, tida e havida como honesta, e sobre a qual não pesa nenhuma acusação na Justiça. Pelo menos até o presente instante em que digito esse texto.

É apenas impressão minha ou o retrato/cenário (desolador) é esse mesmo?

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E lhes digo ainda um pouco mais: esses políticos que aí estão, usurpadores do poder constituído, não são criminosos apenas porque supostamente receberam propinas e desviaram recursos públicos escassos.

Não.

São criminosos, também, e principalmente, porque conspiram e atentam contra o progresso do país. Contra os avanços sociais, conquistados, a duras penas, nos últimos 30 anos.

São criminosos porque, privatistas e entreguistas, conspiram e atentam contra a República e os direitos sociais do povo brasileiro.

São criminosos porque conspiram e atentam, às escâncaras, sem pudor ou vergonha, contra a educação e a cultura.

São criminosos porque conspiram e atentam contra o respeito à diversidade; contra o respeito aos homossexuais e aos transgêneros.

Porque conspiram e atentam contra os direitos dos trabalhadores, conquistados por lutas e greves, que se consolidaram aos poucos, depois de décadas de muita mobilização e lutas.

Porque conspiram e atentam contra os movimentos sociais e  suas reivindicações mais básicas (e justas).

Estes são seus verdadeiros, indefensáveis e imperdoáveis crimes.

Não à toa, certamente como consequência de todos esses crimes e atentados, são apupados e esculachados, quase que diariamente, nas ruas, praças e aeroportos por todo o país – e até mesmo no exterior.

E não importa se você é considerado [ou se/lhe define(m)] como um(a) “coxinha”, um(a) “trouxinha”, um(a) “escondidinho(a)” ou mesmo um(a) “petralha” ou um(a) “tucanalha”.

Você também tem a obrigação e o dever de estar indignado com esse estado de coisas. 

 

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