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Um ministro para chamar de meu!

Há quem venha sustentando não ver nenhuma irregularidade nisso tudo, chamando de rotina judicante as conversas – não são. Jamais o foram e/ou serão, porquanto desnaturam o dever de distância e imparcialidade do juiz, para falar o mínimo...

(Foto: Marcelo Camargo - ABR)
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O procurador chefe da força tarefa lava jato teve divulgado áudio de uma sua conversa em grupo de aplicativo celular de procuradores, em que noticia decisão não publicada de ministro do Supremo (que lhe era de confiança).   

A decisão então noticiada dava conta que o ministro de confiança (dos procuradores e do então juiz da operação), cassava medida liminar que autorizava entrevista do Presidente Lula na cela onde estava/está preso, às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial próxima passada. Na mensagem o procurador pede ao grupo a mantença do sigilo: Eles pediram guardar segredo da decisão – eles quem?  

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Há quem venha sustentando não ver nenhuma irregularidade nisso tudo, chamando de rotina judicante as conversas – não são. Jamais o foram e/ou serão, porquanto desnaturam o dever de distância e imparcialidade do juiz, para falar o mínimo...   

Há ministro que ainda não mereceu qualquer adjetivação dos valentes (se de confiança ou nosso – in casu, deles), sustentando a normalidade das conversas vazadas, com argumentos moralistas absolutamente fora do esquadro – porque moral não pactua com acertos prévios na condução de processos, desde que o princípio da secularização separou da lei a moral, ao entendimento de que esta seria individual enquanto aquela é plural...   

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Demais disso, há cinquenta anos, quando Woodward e Bernstein desnudaram o Watergate, a última preocupação dos pilgrins foi com a fonte dos repórteres – tanto que o Garganta Profunda só foi conhecido quarenta anos depois, quando o próprio se revelou.  

Com a idiotização que grassa por aqui, parte mais nociva da imprensa familiar brasileira está empenhada na construção de uma não narrativa, sugerindo um debate desviante com factoides de ocasião: Hacker, rotina funcional, garganta profunda, apoio institucional, conquista da sociedade, combate corrupto à suposta corrupção...  

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Essa desconstrução mitiga o bom senso, revelando-se tão idiota quanto a desnaturação da hipotenusa pela hipotética origem ilícita da soma dos quadrados dos catetos e sugerem futuras desculpas, como de costume – quosque tandem abutere patientia nostra?   As falcatruas então reveladas pelo Intercept, em um estado democrático de direito, já seriam (per si) objeto de investigação – mas aqui o chefe da polícia federal é o juiz que participa destes diálogos no grupo dos valentes e, ao que parece, está sob as asas da fábrica de idiotas do jardim Botânico....  

Em um estado democrático de direito a prova já espraiada, antes de ser amesquinhada por quem se beneficiou de alguma forma de seu alcance político (empresários corruptos, ministros politizados e com relações em jardim Botânico, políticos sem voto, jornalistas de aluguel, terraplanistas tardios...), deveria ter produzido resultados práticos palpáveis – Lula livre para ontem!  Em um estado democrático de direito já estariam questionando o valente: Quem lhe deu de conhecer, antes da publicação, a decisão e, principalmente, quem são eles, que lhe pediram resguardar a informação?  

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A tentativa pífia de jardim Botânico na construção de uma narrativa alternativa que contraponha os fatos revelados pelo Intercept não se sustenta na postura dos valentes e do juiz político, mas sim na origem das matérias vazadas – tristes trópicos...  

A voz do procurador chefe alimentando um grupo de valentes com os contornos de uma decisão eminentemente política (Lula segue impedido de se expressar em entrevista) não deixa margem a qualquer dúvida razoável acerca da motivação e do uso político da operação lava jato, notadamente em face dos processos tirados contra Lula – afinal, negar a cueca vá lá, mas o que fazer com a marca do batom?   

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Deveras, as narrativas desviantes de jardim Botânico não vencerão os fatos, suposto que a festa acabou, a luz apagou e você está sem discurso...  

Na ausência de discurso, licença de um, fuga de explicações no Congresso de outro – a justificativa, aqui, já está na história: Não vou falar porque sou técnico e eles são políticos...  

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Santa arrogância sulista que não vence, não rebate, não explica, não diminui, não questiona, não levanta qualquer dúvida razoável, sobre a narrativa que se construiu com elementos assustadoramente vivos; conversa escrita e falada em grupo de aplicativo celular...  

Apenas o que já se divulgou demonstra, extreme de qualquer mazela retórica, que o processo contra Lula e a lava jato, sempre tiveram fortíssimo conteúdo político ideológico.   O instante ainda é de febre, mas os avanços são significativos. O rei está nu (e de licença); o procurador recusa convite para explicar o batom na cueca para um Congresso que segue devendo independência e dignidade à sociedade e somente o resgate de nossas instituições vencerá a onda maligna que abriu as portas para a ascensão da cadela fascista.

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