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Miguel Paiva

Miguel Paiva é chargista e jornalista, criador de vários personagens e hoje faz parte do coletivo Jornalistas Pela Democracia

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Um projeto para o Rio

"Sei que o Rio tem inúmeros outros problemas sérios, mas a cidade é nossa e queremos poder começar a usá-la de novo", escreve Miguel Paiva

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Conversando esta semana com amigo e cineasta Jomico Azulay, surgiu uma ideia muito louca, mas muito sensata. O centro do Rio de Janeiro, cidade onde vivemos, está deteriorado e abandonado, salvo algumas regiões como o corredor cultural ali próximo à Rua Primeiro de março, a Praça Quinze com o Paço Imperial e o cais reformado, a Rua da Carioca emendando com o Largo de São Francisco e a Praça da República, passando pela praça Tiradentes. Mais acima, pros lados da Praça Mauá temos a Gamboa, as ruinas do Cais do Valongo e toda a área renovada para as Olimpíadas. 

No outro extremo da Rio Branco temos a Cinelândia com a imponência e beleza do Theatro Municipal e o aterro do Flamengo com o Passeio Público e a Praça Paris. No meio disso tudo, o que resta de mais lindo desta cidade tão maltratada, existe um centro que foi construído em cima da destruição do projeto histórico de uma cidade, um projeto do Prefeito Pereira Passos. Era a ideia de uma metrópole à beira mar como bem descreve o Ruy Castro. Mas nada disso se concretizou. Virou um muquifo, hoje totalmente abandonado. Multidões de desempregados e sem teto tentam sobreviver amontoando-se nas marquises e na frente dos edifícios vendendo o que o atravessador liberar.A ideia do novo projeto seria justamente derrubar tudo que não é cavalo. 

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Tudo que não é o Rio na origem. A Avenida Rio Branco e suas ruas próximas, da altura do largo da Carioca até a Praça Mauá, virariam um enorme parque urbano para usufruto da população.  Uma espécie de Central Park que salvaria um centro tão lindo de um destino patético. Ao redor desse enorme parque teríamos estas partes da cidade que se preservam mal ou bem e que serviriam de moldura extraordinária para o parque.O que colocar neste parque? Ora, colocar vida para a população. Passeios, pistas de atletismo, de ciclismo, anfiteatros, bares e restaurantes. lagos, bosques e o que mais existe em lugares assim no mundo. Colocar investimento e manutenção também. Os VLTs que andam abandonados poderiam continuar a circular. O centro da cidade viraria o lugar mais bonito do mundo. Você poderia ir da Cinelândia até a Praça Mauá passeando pela sobra, ouvindo os passarinhos ou alugando uma bicicleta para chegar mais rápido. Dali mesmo poderia apreciar a arquitetura fascinante de prédios como o Centro Cultural Banco do Brasil ou o casario da Rua da Carioca.

 No Largo de São Francisco, depois de uma parada na Confeitaria Cavê, poderia apreciar a construção e caminhando pelas aleias chegar no Real Gabinete Português de Leitura e fazer hora lendo até o espetáculo do restaurado Teatro João Caetano ou também do Teatro Carlos Gomes começar. Dali até a Lapa é um pulo e a Lapa por sí só faria parte deste enorme centro aprazível, vivo e deslumbrante.Falta o que para isso? Coragem dos governantes e um projeto revolucionário de fato que salve esta cidade da destruição. Um local assim pode gerar empregos, criar possibilidades para as populações carentes, combater a violência com a ocupação do espaço pela população da cidade. Democratizar o uso das coisas boas para que todos possam ser felizes. 

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A beleza deve ser de todos.Com a crise econômica, o desmonte da cultura e dos programas sociais, a pandemia que manteve todos em casa, o centro da cidade perdeu o sentido como local de trabalho e sede de empresas. Hoje lá resistem instituições, órgãos públicos, alguns abandonados como o Prédio do Ministério da Cultura, o edifício Gustavo Capanema, obra coletiva de arquitetos como Lucio Costa, Oscar Niemeyer e Jorge Machado Moreyra, entre outros, que alguém já quis vender.

Sei que o Rio tem inúmeros outros problemas sérios como a violência, a pobreza, a desigualdade, as milícias e tudo o mais, mas a cidade é nossa e queremos poder começar a usá-la de novo.

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