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Daniel Quoist

Daniel Quoist, 55, é mestre em jornalismo e ativista dos direitos humanos

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Um só juiz no Supremo poderá mudar toda a nossa História

Existirá um juiz em nossa Corte Suprema disposto a fazer a coisa certa, tanto ética quanto moralmente, capaz de permanecer imune ao corporativismo arcaico e tacanho que tanto enferma nosso Poder Judiciário desde sua mais baixa até as suas mais elevadas instâncias?

Judiciário  (Foto: Daniel Quoist)
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Um ano após ser concretizado o golpe contra o Brasil, representado legitimamente pelos cinquenta e quatro milhões que elegeram presidente Dilma Rousseff, o país parece descer ladeira abaixo, desgovernado e rumo ao pior dos cenários - o da convulsão social.

Muitos são os sinais do total desgoverno que presenciamos.

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Vamos listar estes de A a G:

A. Denunciados como corruptos e praticantes e outros crimes: os presidentes Michel Temer (Planalto), Eunício Oliveira (Congresso Nacional), Rodrigo Maia (Câmara dos Deputados), 9 ministros de Estado, 29 senadores da República, 43 deputados federais, 13 governadores de Estados e outras dezenas de políticos, que tipo de autoridade moral pode ter nossos governantes?

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B. Aprovação da terceirização de ponta a ponta, atividades meio e fim, precarizando criminosamente as relações de trabalho no país, com supressão de garantias como o FGTS

C. Extinção das mais importantes salvaguardas de proteção aos trabalhadoress em geral contidas no maior legado do presidente Getulio Vargas - a CLT

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D. Tramitação atabalhoada e açodada de uma reforma da previdência, de conteúdo excludente e burguês e que fará, se aprovada, fazer o Brasil recuar ao início do século XX: 49 anos de trabalho para se ter aposentadoria integral, idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, igualmente, se aposentar, dentre várias outras excrescências, tudo para punir a classe trabalhadora, tantas vezes aviltada ao longo de nossa História

E. Venda por valores subestimados dos ativos da Petrobras, incluindo suas empresas rentáveis e campos bilionários na camada do pré-sal, isto numa época em que é evidente que os Estados Unidos da América trava guerra, nos últimos vinte anos, contra todo país grande produtor de petróleo: Afeganistão, Iraque, Síria e, em princípios de guerra permanente contra o Irã, a Venezuela. O Brasil? Nem precisou: os campos lhe são vendidos e passados na maior malemolência. São os tais leilões de lesa-pátria

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F. Repercussão no exterior cada vez maior e contundente de que o Brasil praticou um golpe parlamentar - há exatamente um ano atrás - que depôs uma presidente absolutamente honesta que não se submeteu a chantagens de achacadores contumazes do patrimônio e das empresas públicas, golpe este que inibe qualquer investimento de porte vir ao país devido à instabilidade de seus governantes no poder central e no poder legislativo

G. Caçada midiática, Rede Gobo sempre na vanguarda do atraso, e caçada judicial, juiz Sérgio Moro sempre às voltas com seletivas conduções coercitivas e idem vazamentos, todos unidos contra seu inimigo comum - o ex-presidente Lula da Silva, não por acaso aquele que despinta favoritíssimo para se reeleger presidente do Brasil em 2018

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E, para completar, com a retirada do sigilo das dezenas de delações premiadas de altos executivos da Construtora Odebrecht, viu-se que TODOS os agentes do golpe travestido de impeachmente contra Dilma Rousseff, encontram-se agora mais que encalacrados em acusações de feitores e de beneficiários da mais alta corrupção jamais vista na história do país: Aécio Neves, Michel Temer, Eduardo Cunha, Eunício Oliveira, José Serra, Agripino Maia, Rodrigo Maia, Romero Jucá, Geraldo Alckmin, Garibaldi Alves, Roberto Freire, Moreira Franco e Eliseu Padilha. Sobrou até para o antigo paladino da moral, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Pode-se afirmar, sem medo de erras, que o chamado Mensalão - vociferado por Gilmar Mendes como o maior evento de corrupção da história do país - virou agora não mais que 'dinheiro de pinga' se comparado ao montante de mais de 3 bilhões de reais com que a Odebrecht abasteceu os autores e beneficiários do golpe contra a demoçracia brasileira.

Nas últimas 48 horas vimos perplexos a naturalidade com que o presidente Temer disse em horário nobre e em entrevista de âmbito nacional da Rede Bandeirantes de Televisão que Dilma Rousseff caiu porque não cedeu às chantagens do então presidemte da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para que não votasse por sua cassação no Conselho de Ética.

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A desfaçatez e cinismo de tal afirmação saindo da boca do ocupante do Palácio do Planalto, maior beneficiário do golpe parlamentar-midiático de 2016, é de fazer corar de vegronha até os paralelepípedos de Brasília.

Tudo isto posto, espera-se que ao menos um, não mais que um, apenas e somente um dos juízes de nossa Suprema Corte faça nos próximos dias os seguintes gestos:

1. Convoque coletiva de imprensa para abrir divergência no STF quanto à legitimidade de todo o processo de impeachment, agora que o cenário desanuviou e o papel de cada agente político resta esclarecido

2. Anuncie com vigor e destemor, amparado em vasta documentação, que a presidente Dilma Rousseff foi vítima de um complô midiático e parlamentar e que contou com amplas parcelas do Poder Judiciário e que portanto é hora de se pugnar por justiça, absolva-se a presidente honesta e se lhe restitua o cargo para o qual foi legitimamente eleita em outubro de 2014

Só precisa que um juíz julgue com justiça, não se deixe cntaminar pelo alto grau de corporativismo que vive enfermando nosso STF, se porte como lídimo defensor da Constituição e devolva a estabilidade e segurança jurídica que o tanto o Brasil reclama e exige.

Mas que seja firme, rápido, lépido, pois cada dia a mais vivendo nesta farsa que é o "pós-impeachment" mais sofrimento sobrecai sobre o habitantes do Brasil profundo - os pobres, os sem cultura, os deserdados da sorte e agora, deserdados também do estado de bem estar social.

A questão é:

Existirá um juiz em nossa Corte Suprema disposto a fazer a coisa certa, tanto ética quanto moralmente, capaz de permanecer imune ao corporativismo arcaico e tacanho que tanto enferma nosso Poder Judiciário desde sua mais baixa até as suas mais elevadas instâncias?

O juiz que agir absolutamente dentro dos marcos legais, que esteja completamente compromissado com os mais elevados ideais de cidadania e disposto a deixar que se ouça na Suprema Corte o imenso clamor por justiça que vem do Brasil profundo, permeia já a inteira classe média e está em sintonia fina com nossos mais lúcidos pensadores, juristas e filósofos, será o juiz que terá garantido seu nome e biografia na nova história que logo se começará a escrever no Brasil. E esta será uma proeza, por todos motivos, extraordinária, digna de ser ensinada às próximas terações de brasikeiros e brasileiras.

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