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Luis Costa Pinto

Luis Costa Pinto é jornalista, escritor e consultor na Ideias, Fatos e Texto. É também membro do Jornalistas pela Democracia. Twitter: @LulaCostaPinto, Facebook: lula.costapinto

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Uma Nação cafajeste

"O Brasil está malparado como uma Nação de cafajestes em que o lupanar da Justiça Federal de Curitiba, frequentado pelos rufiões do Ministério Público da Lava Jato, é o epicentro de destruição da esperança e do futuro", avalia o jornalista Luis Costa Pinto sobre o escândalo da Lava Jato; 

Uma Nação cafajeste (Foto: ABR)
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Por Luís Costa Pinto, para o Jornalistas pela Democracia

Quando Dilma Rousseff nomeou Aloízio Mercadante para a Casa Civil de seu governo, durante a campanha de 2014 e já vendo a autoproclamada "República de Curitiba" começar a costear o alambrado para pular dentro do Palácio do Planalto, as nuvens que se formavam no horizonte indicaram forte tendência para tempestades. Mercadante é um homem correto para com a vida e honesto diante de suas propostas, embora seja uma das pessoas mais inábeis com quem já cruzei na política.

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Reeleita, Dilma dobrou a aposta de quem antevia catástrofes naturais autóctones ao convocar os deputados Luiz Sérgio e Pepe Vargas para integrarem a trinca da articulação de seu 2º mandato. Catapultados ao centro do campo em que se joga bruto e a plenos pulmões, pareciam o meu Santa Cruz arfante, parvo e desengonçado caso um dia pudesse jogar uma partida da Champions League.

Ainda que nada pudesse ser dito contra a lisura pessoal da primeira mulher eleita presidente do Brasil, mesmo estando óbvio que um facínora maníaco como Eduardo Cunha liderava um golpe jurídico-parlamentar-classista (definição de Leonardo Boff) destinado a instalar no poder uma cleptocracia sob o manto do espantalho provecto Michel Temer, as instituições democráticas suspenderam as redes de contenção de golpes e endossaram o escandaloso assalto ao Estado de Direito brasileiro usando as canetas de ministros e ministras do Supremo Tribunal Federal.

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Sim, o STF chancelou o atentado à Democracia perpetrado em 2016 e reconheceu a firma de cada uma das mãos que vestiam as togas da opulência em 2018 ao permitir os vícios que comprometem o pleito presidencial do ano passado ante a História.

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A partir do último fim de semana, contudo, surgiram os fatos que insistem em acontecer para suplantar as evidências de golpe orquestrado: a publicação de pequena parte do vasto material em posse do site The Intercept por meio do qual se é capaz de provar o conluio criminoso entre um ex-juiz pavoneado, procuradores messiânicos e despreparados para o convívio harmônico entre os poderes republicanos e a parte mais caolha de uma imprensa que se deixou viciar pelo arrivismo de seus chefes e pela obtusidade dos repórteres condenados a escrevem e a publicar aquilo – e só aquilo – que os patrões determinam.

À luz desses fatos o país instalou uma lanterna na popa para escrutinar o passado e descobriu que tem um governo eleito com auxílio direto de um grupo formado por integrantes do Judiciário e do Ministério Público, auxiliada por jornalistas. O bando age desde 2015 por meio de atos e de omissões, selecionando alvos e compartilhando teses imperfeitas lapidadas a fim de parecerem verossímeis na ausência patente da verdade.

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O facho de luz posto no traseiro pátrio não iluminou a mente do ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo, mas parece ter silenciado seu colega Luiz Fux.

Barroso foi claro e canastrão ao gravar entrevista para a TV Globo dizer que "é juiz" e que "juiz fala após a apuração dos fatos, se falar". Reclinado confortavelmente na cadeira de seu gabinete, tendo uma bela prateleira de livros às costas, pontuou de forma oblíqua. Parecia querer acentuar a incompreensão para com aqueles que veem a possibilidade de anular o julgamento do ex-presidente Lula depois da divulgação de provas incontestes da colaboração entre pretenso Juízo e a acusação na construção da sentença condenatória. As provas são incontestes porque foram confirmadas pelos tagarelas que as produziram.

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Justamente porque "juiz só fala após a apuração", Barroso devia parar de raciocinar elipticamente e ver o palmo à frente: Sérgio Moro era juiz da ação e não só falou durante a apuração dos fatos – colaborou com a construção de provas, encaminhou testemunhas à acusação, sugeriu media training a uma procuradora considerada uma espécie de querelante afásica. O ministro Barroso deveria ter guardado no caso o mesmo silêncio respeitoso que dispensa ao médium-estuprador João de Deus. Afinal, colaborou como "obreiro" em Abadiânia e não viu os crimes cometidos ali, sequer percebeu o ambiente pesado daquela Casa Lupanar travestida de centro espírita. É razoável crer que Luiz Roberto Barroso seja mais um dentre os tantos ludibriados pelo caráter pervertido de "João de Abadiânia", mas então que se reservasse o silêncio obsequioso antes de bancar o comentarista de uma sevícia à Constituição e ao Estado Democrático praticada por Moro e por seus micos amestrados de Curitiba.

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E o que dizer de Fux, a pena ligeira e nervosa que cassou liminarmente a ordem do colega Ricardo Lewandoviski para que a Folha de S Paulo (Mônica Bergamo) e o El País (Florestan Fernandes Jr.) entrevistassem o ex-presidente Lula no curso da campanha eleitoral viciada de 2018? E se surgirem trocas de mensagens, no que virá a lume nos próximos dias, de Fux celebrando ou sendo celebrado pelo ativismo com agenda? O ministro que se pronuncia como um Rolando Lero togado, ouvindo-se e dando-se importância como se a própria voz fosse capaz de alçá-lo aos píncaros da glória, é um verdadeiro trânsfuga da militância jurídica a se esquivar dos feixes de luz saídos da tal lanterna na popa que ilumina e destrói os passados de muita gente.

O Brasil está malparado como uma Nação de cafajestes em que o lupanar da Justiça Federal de Curitiba, frequentado pelos rufiões do Ministério Público da Lava Jato, é o epicentro de destruição da esperança e do futuro. Estão a explorar um Direito prostituído. Criam, os cafajestes lotados no Paraná, que seria possível enganar todo mundo o tempo todo. Ingênuos: só leram o Livro da Vida até a página 13, justo a do PT, ideia fixa dos malucos. Logo em seguida, porém, estava escrito: "por todo o tempo, só se engana alguns. Justo os parvos, a minoria. Os fatos sempre insistirão em acontecer".

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