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Maria Luiza Franco Busse

Jornalista há 47 anos e Semiologa. Professora Universitária aposentada. Graduada em História, Mestre e Doutora em Semiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dissertação sobre texto jornalístico e tese sobre a China. Pós-doutora em Comunicação e Cultura, também pela UFRJ,com trabalho sobre comunicação e política na China

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Universidade Pública e Democracia

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Tenho sempre a impressão de que o povo baiano é proparoxítono na fala. Ré-pa-re : faz forte a sílaba fraca, ao largo  da formalidade da  língua  em que a maioria das palavras é acentuada na penúltima sílaba. Nesse caso, a prevalência seria do ‘pa’. Mas aqui o caso é outro e segue estreando na prosódia nacional. Sim, porque de acordo com o dito, “baiano não nasce, estreia”.

Então, repare no livro ‘Universidade Pública e Democracia’, do reitor da Universidade Federal da Bahia, a UFBA, que acaba de ser lançado. João Carlos Salles é um reconhecido defensor da universalidade do conhecimento entendido como o fomento para o debate, o diálogo, prática pública fundamental para garantir a liberdade do pensar e potencializar a democracia coletiva.

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O terror dos nazistas sempre foi o diálogo, diferente da relação que têm com a liberdade e a democracia que são conceitos de sentido aberto e, portanto, de apropriação possível a ser preenchida conforme o freguês. O diálogo, ao contrário, é o elemento de verdadeira oposição à barbárie porque causa e encoraja a réflexão. Daí todo o ódio da arquitetura nazista, implantada no Palácio do Planalto, a Paulo Freire. O pedagogo da emancipação definia o diálogo como o instrumento que permite a leitura crítica, e diz mais: ” se não amo o mundo, se não amo a vida, se não amo as pessoas, não posso entrar em diálogo”.

Em Universidade Pública e Democracia, Salles prioriza o “entrar em diálogo “e afirma o papel da Universidade como o grande auditório público da argumentação para a garantia da democracia. “ O diálogo não se dá naturalmente_ diz Salles_. É um esforço, assim como a solidariedade, e cabe à instituição zelar para que as condições de argumentação se afirmem. Esse é um trabalho que liga o gestor ao sentido mesmo da instituição para evitar toda e qualquer ação para destruir o próprio ambiente”, pontua. Salles ressalta a atual situação nacional corroída pelo autoritarismo, e o quanto isso representa de ameaça ao princípio da Universidade comunitária feita “ por muitos pedaços diferentes como uma colcha de fuxico colorida” e comprometida com projeto de Nação que cultiva os valores comuns da democracia, da igualdade e dos direitos.

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Na reitoria, em sala de aula, ou como fundador da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, João Carlos Salles escreve uma experiência de luta frente às não poucas tentativas de destruição das Universidades Públicas, autônomas e gratuitas.  Se teimar é sobreviver aos discursos tipificados e dispositivo para manter a afirmação do irredutível da vida, o reitor da UFBA está credenciado para receber o diploma de Teimoso Honoris Causa.

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