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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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“Veja” criminaliza pacifistas e transforma Bolsonaro em vítima

Jornalista Alex Solnik critica a reportagem em que a revista "entrevistou uma pessoa de quem não sabe o nome, de quem não viu o rosto, através da deep web, onde ninguém se identifica, que contou a lorota de que faz parte de um certo SSS, que seria um grupo ambientalista-terrorista". "É claro que a matéria se presta a criminalizar ambientalistas verdadeiros, que são pacifistas, e transformar Bolsonaro em vítima, o que já rendeu bons frutos durante a campanha", diz ele

(Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - Os leitores da Veja de 27 de abril de 1983 ficaram estarrecidos ao ler a matéria intitulada "Fruto da carne", na qual se comemorava um fantástico feito científico: dois biólogos da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, haviam conseguido cruzar um tomate com um boi, obtendo uma fruta por eles denominada “boimate”.

Mais estarrecidos ainda ficaram ao saber que a matéria era brincadeira de 1º. de abril da revista inglesa New Scientist, na qual os editores da revista caíram como patinhos.

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Primeiro de Abril já passou, mas a Veja com data de 24 de julho, que começou a circular hoje, caiu num novo “boimate”.

Entrevistou uma pessoa de quem não sabe o nome, de quem não viu o rosto, através da deep web, onde ninguém se identifica, que contou a lorota de que faz parte de um certo SSS, que seria um grupo ambientalista-terrorista.

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O tal que se identifica como “Anhangá” afirma que a intenção do grupo é matar Bolsonaro e mais dois ministros, Ricardo Salles e Damares Alves, em defesa do meio ambiente, pois um dos S significa “silvestre”.

O que a Damares tem a ver com isso ninguém sabe, mas está na mira deles.

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“Anhangá” também não se importa em revelar que a primeira ideia do grupo era matar o presidente no dia da posse - quando o presidente está mais protegido do que nunca - mas que ele pode ser assassinado a qualquer momento.

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Se “Anhangá” é terrorista mesmo, já deve ter sido executado pelos comparsas, pois terrorista que é terrorista não revela seus planos. Ou alguém viu Bin Laden avisar que estouraria as Torres Gêmeas? Ao expor o plano de matar o presidente colocou em risco todos os demais “silvestristas”.

Tal como os editores da Veja de 1983 não se tocaram da obviedade de que seria impossível cruzar um animal com uma fruta, os de 2019 não viram nada de mais em haver um grupo que é terrorista e ambientalista ao mesmo tempo, o que jamais foi visto na vida real.

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É claro que a matéria se presta a criminalizar ambientalistas verdadeiros, que são pacifistas, e transformar Bolsonaro em vítima, o que já rendeu bons frutos durante a campanha.

Mas envergonha o jornalismo.

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