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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Vem aí o fim. Bolsonaro vira Macri

Bolsonaro será Macri amanhã
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Já está se falando que Bolsonaro pedirá empréstimo ponte ao FMI, porque o déficit público vai explodir. E as reservas que Lula deixou, por que não utilizá-las? O modelo neoliberal destrói soberania nacional sobre as reservas representadas pelos títulos públicos que não estão valendo nada diante dos juros negativos praticados por Washington. Segurança fictícia contra calote que não pode ser usada sem autorização do mercado financeiro. Se não pode, ou não se tem apetite do governo para utilizá-las, salvo para socorrer bancos, faltará dinheiro para cobrir déficit orçamentário. Por isso, cogita-se o FMI. Não há caixa para cobrir os papagaios. Bolsonaro está entrando numa de Macri: correr para Washington. Não tem gás, com economia paralisada pelo novo coronavírus.

Dilma deixou déficit inferior a R$ 80 bilhões, mas, depois que o neoliberalismo entrou em cena, com Temer e Bolsonaro, houve explosão. De 80 pulou para 150, para 200, em 2018 e 2019, e, em 2020, o buraco pode chegar a R$ 1 trilhão. Na contabilidade conservadora, ficaria na casa dos R$ 500 a R$ 600 bilhões, como se admite. O coronavírus extrapolou tudo para pior. Como Guedes insiste no neoliberalismo, a qualquer custo, seus cálculos se limitam ao orçamento vigente na fase pré-coronavírus. A fase pós-coronavírus é outra história. Entra a questão moral do Estado vestir perfil social para salvar vidas. A vida é o que importa, eis a demanda social fundamental. Se não for atendida, o governo perde eleição.

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COLAPSO ORÇAMENTÁRIO

Com o Estado neoliberal, as contas não fecham, se não entra em cena o Estado social, para expandir gastos, com dívida e emissão de moeda. É o novo normal que Bolsonaro/Guedes resiste e ao qual todos os demais países se renderam. Como Bolsonaro e Guedes, ainda, insistem em viver no mundo pré-coronavírus e nesse sentido suas cabeças estão na austeridade fiscal, as contas não fecham. A economia no chão não gera arrecadação. Somente fechariam em caráter emergencial, se o Brasil conseguisse levantar no mercado bilhões de dólares em investimentos ou então recorrer ao FMI para um empréstimo ponte quebra galho. Aí resolveria o problema da mão para a boca, se resolver. A promessa de Guedes de atrair até 500 bilhões de dólares de investimentos é pura conversa mole com a economia mundial parada. O jeito, se não usar reservas, vai ser levantar grana no FMI. Até 4 bi será possível, diz o ministro. Seria volta do Brasil ao final do governo FHC, em 2001-2, quando o Fundo abriu os cofres, de forma emergencial, para cobrir déficit em contas correntes do balanço de pagamento. Essa possibilidade que Guedes trabalha aprofunda a dependência externa.

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EXPECTRO DO PERNONISMO

No momento, com o mercado interno parado e as exportações caindo, o país já acumula elevados déficits comerciais.

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Bolsonaro começa a viver, de forma antecipada, o que Macri viveu na Argentina. Teve que se socorrer em Washington, mas não deu prá ele. Dançou nas eleições para o Peronismo, e a esquerda voltou ao poder. O FMI vira triunfo para Bolsonaro, mas exige elevadas contrapartidas, em forma de privatizações aceleradas, cortes de salários, de gastos públicos, de demissão de servidores etc. Para os EUA, empréstimo ponte para o Brasil, nesse momento, seria uma forma de amarrar o país aos interesses americanos. Evitaria geopolítica brasileira de aproximação com a China, contra a qual os Estados Unidos abre guerra total.

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