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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Versões mirabolantes não convencem

Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia, critica a postura da Globo no episódio dos vazamentos da Lava Jato pelo Intercept; "Numa tentativa de manter a simpatia da sociedade para com Moro e a Operação Lava-Jato, todos, incluindo aí presidente, vice, alguns ministros do STF (Luiz Edson Fachin e Barroso, por exemplo), a Globo finge não saber que, a exemplo de qualquer benefício feito à população (e há controvérsias, vejam o número de trabalhadores desempregados em seu nome), que a operação atropelou a Constituição", afirma a jornalista

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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia - Quando a história não é linear, ou seja, não tem princípio meio e fim, pode-se “empilhá-la” ao gosto de cada um. E assim tem feito as Organizações Globo, com as denúncias veiculadas pelo The Intercept.

Durante o intervalo entre uma leva e outra de documentos publicados, tiveram tempo para adotar e martelar na cabeça da população, duas linhas de discurso para atacar o trabalho do portal dirigido pelo jornalista Glenn Greenwald. Um, desqualificar as denúncias, montando uma história mirabolante, que liga uma suposta invasão de celular do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e demais personagens do mundo jurídico com atuação na Lava-Jato. (Levando-se em conta que Glenn tentou negociar com eles, foram alertados para o que viria). Outro, bater na tecla da “normalidade”, em nome de salvar o verdadeiro “bezerro de ouro” em que se transformou esta operação.

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Numa tentativa de manter a simpatia da sociedade para com Moro e a Operação Lava-Jato, todos, incluindo aí presidente, vice, alguns ministros do STF (Luiz Edson Fachin e Barroso, por exemplo), fingem não saber que, a exemplo de qualquer benefício feito à população (e há controvérsias, vejam o número de trabalhadores desempregados em seu nome), que a operação atropelou a Constituição.

Não há como defender a Lava-Jato que descumpriu regras legais, em nome de um “sucesso” que interessou a apenas um lado da situação. E muito surpreende quando essas declarações - que traduzindo podem ser lidas como: “danem-se as leis, o resultado é o que importa” - vêm de ministros do Supremo, a nossa corte máxima, responsável por zelar pela Constituição.

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Essa defesa das leis e da Constituição não pertence à esquerda ou à direita. Ela é a garantia de se manter o país funcionando dentro da normalidade, dentro do que foi acordado na passagem de uma ditadura sangrenta para o sistema democrático, em 1988, e nos garantiu certa paz até que o moleque travesso Aécio Neves, resolveu bater pé e fazer birra por ter sido rejeitado – eu disse REJEITADO – nas urnas.

Aos que estão buscando versões mirabolantes para explicar o surgimento das denúncias trazidas pelo jornalista Greenwald, eu os convoco a ler notícia que passou batida, publicada pelo – pasmem – site G1, no dia 5 de junho. A quatro dias, portanto, do surgimento das denúncias pelo The Intercept. A matéria tinha como chamada: “PF prende advogados e agentes da corporação suspeitos de vazar dados sobre investigações - Documentos de operações da Polícia Federal foram encontrados na casa de Andrea Neves, irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB/MG).”

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O texto – aqui reproduzido apenas o seu início - tinha o seguinte conteúdo: “A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (5) em Belo Horizonte dois advogados e dois servidores da própria corporação suspeitos de retirar documentos sigilosos do sistema da própria PF e vazar informações sobre as operações. São investigados os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, obstrução de Justiça e violação de sigilo funcional.

Um dos servidores preso é Marcio Antonio Camillozzi Marra, nomeado pelo presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, Zezé Perrella, para fazer parte da comissão provisória que apura as denúncias no clube. A irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB), Andrea Neves, foi intimada a depor.”

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Zezé Perrella, não vamos esquecer, foi aquele senador ligado ao episódio do “helicoca”, e para quem o então senador Aécio Neves ligou para chorar pitangas quando foi alvo – e apenas alvo, saiu limpinho – da Operação Lava-Jato.

Tivesse a população tempo de pensar, alcance a informações, e saberia fazer a conta entre a “limpeza” promovida de modo altamente questionável no país pela tal operação, e o número de grandes empresas falidas, o exército de desempregados e as vantagens obtidas por aqueles que, escondidos sob suas togas, levaram o país à situação atual. Voltemos às denúncias.

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