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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Viagens a Dubai podem estar ligadas às eleições de 2022

Negociações em torno do Telegram, treinamentos e compra de equipamentos, tal como o filho de Bolsonaro, Carluxo tentou com o programa espião "Pegasus"

(Foto: Alan Santos / PR)
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Por Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia

Dubai costuma ser destino de gente endinheirada (nouveaux riches), mas não os quatrocentões paulistanos ou os cariocas colunáveis, de nomes pomposos e tradicionais. Esses, preferem os destinos europeus: Paris, Londres... Agora, perguntem para onde já viajaram nove entre 10 integrantes do governo Bolsonaro? Dubai, é claro, uma verdadeira “colônia de férias” de altos funcionários desse governo. 

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Há quem pense que os hotéis de luxo, com muito mármore e adornos dourados são os atrativos desta turma, que não se cansa de tirar fotos em piscinas, praias e próximos a iates que não lhes pertencem. O real motivo deste ir e vir ao longo de 2021 para o destino - um dos sete Emirados Árabes Unidos, localizado no Oriente Médio (Ásia Ocidental) -, está longe de ser apenas o dolce far niente que uma viagem dessas, à custa do nosso rico dinheirinho pode oferecer.

Não, eles não estão indo lá conferir os 828 metros do Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo. A pauta pode ter razões ocultas e estar nas eleições de 2022. Sim. Segurem o queixo. 

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É que lá fica a sede do Telegram, que tem frequentado as manchetes no Brasil, sempre ligadas a casos complexos. Um deles, a “Operação Spoofing”, onde foram flagradas as conversas pouco edificantes do ponto de vista jurídico, entre o então juiz Sergio Moro e o procurador-chefe do grupo da Lava-Jato, Deltan Dallagnol.

Ultimamente o Telegram tem sido abordado pelo ministro do STF e presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, por conta da prática de fake news, que ameaçam tumultuar o pleito de outubro e tem ali um terreno pouco vigiado e difícil de ser monitorado, pois não possui sede no Brasil.

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Banido de outras redes, Bolsonaro e seus filhos levaram o seu exército de fanáticos seguidores – e eventuais robôs –, para a plataforma, a fim de fugir das limitações impostas pelo Facebook, pelo Twitter e pelo WhatsApp. 

Há poucos dias veio a público a notícia de que o ministro Luís Roberto Barroso, preocupado com as atividades do Telegram no Brasil, enviou carta com o timbre do TSE, à sede do Telegram, em Dubai. Foi devolvida, sem sequer chegar ao executivo do aplicativo, Pavel Durov.

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, voltou por diversas vezes a tentar entrar em contato com o Telegram, encaminhando um novo ofício ao diretor executivo, Durov. Queria agendar uma reunião para discutir formas de cooperação a fim de combater a disseminação de fake news. Em vão.

Tal descaso levou Barroso a comentar que talvez peça a saída do aplicativo do Brasil, pois ao contrário das outras redes sociais ou plataformas, a empresa não possui representação jurídica nem endereço no Brasil. 

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A providência já foi tomada por outros 11 países, entre eles a Rússia, onde o aplicativo foi criado e esteve barrado de 2018 a 2020. Conforme apuração do jornal O Globo, com especialistas, “há caminhos jurídicos para um eventual bloqueio do Telegram para além da discussão legislativa do tema e ressaltam que há possibilidade técnica para impedir o funcionamento do aplicativo, seja retirando a plataforma das lojas de aplicativos, como as da Apple e Google, ou por meio da infraestrutura, hipótese em que as operadoras de telefonia precisariam impedir o tráfego entre os celulares ou computadores no país e os servidores do Telegram. Ainda seria possível utilizar sistemas VPN (redes virtuais privadas) para burlar a proibição e simular uma conexão fora do Brasil, mas a avaliação é que poucos usuários lançariam mão da alternativa”.

A iniciativa pode vir a calhar. Juntando todas as informações, se fôssemos dados a teorias conspiratórias, poderíamos pensar que tantas visitas e fotos ao lado do Emir Mohammed bin Rashid al Maktoum, não são apenas por sua hospitalidade. Por trás dessas viagens podem estar negociações em torno da tal plataforma, treinamentos e compra de equipamentos, tal como o filho de Bolsonaro, 02, o Carluxo tentou em Israel, como o programa espião “Pegasus”.

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